“Todos ficaram cheios do Espírito Santo e começaram a falar em outras línguas, de acordo com o poder que o Espírito dava a cada pessoa”(Atos 2.4)
No dia 27 de maio celebramos Pentecoste. Pentecoste é o cumprimento da promessa de Jesus: “Eu pedirei ao Pai, e ele lhes dará outro Auxiliador, o Espírito da verdade, para ficar com vocês para sempre” (João 14.16). Pentecoste, o derramamento do Espírito Santo, celebra o início da Igreja Cristã.
Mas o que significa ficar cheio do Espírito Santo e falar em outras línguas? É falar o que vem simplesmente a mente? É balbuciar palavras que ninguém entende ou compreende? Com que fala o Espírito Santo empoderava as pessoas? Em Atos 2.11 diz: “E como é que estamos ouvindo essa gente falar em nossa própria língua a respeito das grandes coisas que Deus tem feito?” Estar cheio do Espírito Santo é estar empoderado para falar dos grandes feitos de Deus. A descida do Espírito Santo encheu as pessoas de coragem e fé para falar de Jesus, o ressuscitado.
O Filho de Deus, que por nós viveu, morreu e ressuscitou, o Espírito Santo nos chama a proclamar. Em Pentecoste a Igreja Cristã é empoderada pelo Espírito Santo para assumir a tarefa de falar e testemunhar a grandeza do amor de Deus revelado em Jesus Cristo.
Nós, como cristãos, pertencemos à instituição chamada Igreja. Neste sentido, nós somos herdeiros daquele primeiro grupo de cristãos, que no dia de Pentecoste, tocado pelo Espírito Santo, se desvencilhou das amarras do medo e saiu do seu esconderijo para testemunhar que Cristo vive e é nosso Salvador.
Lucas, o autor dos Atos dos Apóstolos, nos conta, que por ocasião do dia de Pentecoste quase três mil pessoas foram batizadas! (Atos 2.41). Pessoas que, tocadas e inspiradas pelo Espírito Santo, não mediram esforços para levar esta mensagem, que transforma e dá sentido a vida, pelo mundo afora. Nós mesmos, e as pessoas a nossa volta, precisamos diariamente ouvir a Palavra de Deus, ouvir que Deus nos criou e nos redimiu em Jesus Cristo. As “grandezas de Deus” precisam ser anunciadas. Somente assim o Espírito Santo poderá trabalhar nos nossos corações e produzir os frutos do “amor, da alegria, da paz, da paciência, da delicadeza, da bondade, da fidelidade, da humildade e do domínio próprio” (cf. Gálatas 5.22).
Nós somos humanos, muitas vezes medrosos, abatidos e desorientados. Não esqueçamos, porém, que no batismo Deus nos diz: “Eis que estou convosco todos os dias até a consumação do século”. O nosso reformador, Martin Luther, diante das decisões mais angustiantes e difíceis da vida, batia no peito e dizia: “Sou batizado”. Sim, Pentecoste revela que Deus está conosco. O Deus Pai, Filho e Espírito Santo não nos deixa órfãos neste mundo. Com o seu Espírito ele nos empodera diariamente com o seu amor, com o seu consolo, com a sua compaixão, com a sua misericórdia e com o seu perdão. Com o seu Santo Espírito ele nos congrega como igreja/comunidade para ouvir a sua palavra. Com o seu Espírito Santo ele nos encoraja a viver o nosso batismo, isto é, sair para o mundo para anunciar a sua Palavra, Palavra que cura, restaura e reconcilia.
“Ó fonte eterna do saber, os corações vem tu encher com teu amor bendito. Ó faze-nos testemunhar e o evangelho revelar ao mundo inquieto e aflito! A teu povo dá firmeza; na fraqueza nos alenta! Dá coragem na tormenta!” (HPD 77.2)