OFERTA COMO MINHA RESPOSTA DE GRATIDÃO POR TODAS AS BÊNÇÃOS RECEBIDAS
A nossa comunidade está diante da necessidade de conversar o tema Dinheiro na Igreja. As contas, mês a mês, não fecham. Por decisão da Assembleia da Comunidade devemos buscar uma solução. O diálogo sobre a oferta que fazemos à Igreja é uma delas. Hoje quero olhar com vocês para o fundamento de fé da oferta e apontar para um texto bíblico.
A situação todos sabemos: sem dinheiro a vida fica difícil. Vivemos num sistema capitalista regido pelo dinheiro. Tudo se compra; tudo se paga. Também na Igreja. Para manter a nossa Comunidade são necessários cerca de 27 mil reais por mês. Desde o cafezinho até a manutenção do prédio, tudo custa dinheiro. Isto significa que para sermos sal e luz no mundo e testemunhar o Evangelho de Jesus Cristo precisamos de recursos financeiros.
Mas tem uma questão que precisamos pensar: quando você vai fazer sua oferta para Deus através da Igreja, você pensa de forma material ou espiritual? Você define sua oferta fazendo cálculos de relação custo benefício e conclui que “qualquer valor” está bom (quanto menos melhor pois vou ao culto só de vez em quando) OU você compreende que o dinheiro que você tem é resultado de uma dádiva e um dom que Deus te deu e por ser dádiva e dom a Ele deve retornar de uma forma ou outra?
É comum ouvir pessoas dizerem que a igreja não deve falar de dinheiro. Infelizmente há razões para isso: dia após dia ouvimos que pessoas são enganadas em sua boa fé por causa do dinheiro. Outras pessoas, por causa do dinheiro, tornam-se corruptas ou até capazes de matar seu próximo. Lidam com o dinheiro de forma material e o objetivo maior é sempre tirar uma vantagem financeira, mesmo de forma antiética e má. Isso é triste e não é da vontade de Deus, pois a essa forma de lidar com o dinheiro não são aplicados os valores do Reino de Deus. Aplicado à contribuição na igreja este pensamento fica assim: uns pensam que não precisam contribuir porque a igreja não precisa de dinheiro; outros a entendem como uma obrigação para não serem excluídos do rol de membros; outros ainda dão o valor que sobrou no final do mês quando tudo o resto já foi pago (e normalmente não sobra nada).
Se não for assim, no sentido de tirar vantagem e obter lucro, como devo então lidar com o dinheiro? A Bíblia nos ensina a lidar com o dinheiro de forma justa, de forma a promover o bem, os valores do Reino de Deus e a fé em Cristo.
A isto chamamos de uso ESPIRITUAL do dinheiro. É um uso que vem associado à gratidão, à oferta feita em “alegria e bom coração” (2 Coríntios 9.7). É um uso que reconhece que tudo que tenho vem de Deus e a Ele deve retornar de uma forma ou outra.
Em Gênesis 4.1-16 lemos que Caim e Abel dão cada qual uma oferta a Deus. A oferta de Abel agrada a Deus, a de Caim não. E a única diferença entre uma oferta e outra é a intenção com a qual ela é feita: Caim oferta uma parte qualquer do que recebeu por obrigação; Abel oferta a melhor parte do que recebeu por gratidão. A ingratidão em Caim só aumenta e por fim deseja a morte do irmão. Caim dá sua oferta com o espírito da materialidade, Abel por uma espiritualidade que tem na gratidão o seu fundamento.
Sim, nós precisamos ter claro que ofertar motivado pela fé é reconhecer que tudo o que somos e temos é uma dádiva de Deus em nossa vida. A oferta que fazemos é uma oferta para Deus, resposta de gratidão por tudo que recebemos, administrada pela igreja. A Igreja, por sua vez, tem a tarefa de dar continuidade ao anúncio do Evangelho. E para isso precisa de dinheiro.
Pense nisso ao definir a sua próxima oferta.
(Adaptado de Caderno de Estudos Fé, Gratidão e Compromisso, Sínodo Nordeste Gaúcho da IECLB, 2009, p. 8-10).