Com a participação do Coral Bom Samaritano, Ana Marta Kirsch, P. José Kowalska
Pregação baseada em João 20.1-18
Parecia um pesadelo. Três dias atrás, o mestre foi morto de uma forma tão cruel e agora o seu tumulo está revirado. Cadê ele? Para onde o levaram? Maria Madalena com certeza queria acordar, queria voltar a ver de perto a Jesus, escutar os seus ensinamentos, ver como ele agia. Maria Madalena queria esquecer esses últimos dias tão amargos, apagar o sofrimento, a morte de Cristo. Com tudo isso na sua cabeça, ela foi lá no lugar onde estava o corpo de Jesus.
Mas, a realidade é tão esmagadora que Maria Madalena nem consegue enxergar Cristo quando estava à sua frente. Pressa ao pessimismo da situação em que se encontrava não percebe o Evangelho, a boa notícia. O que Cristo anunciou se fez verdade. Maria Madalena, Pedro e o discípulo amado são convidados a crer. Para uns é mais difícil acreditar, para outros um simples sinal é mais do que suficiente.
Não foi pesadelo, Jesus, realmente, foi crucificado, morto e sepultado. Mesmo assim, Deus nosso Pai não permitiu que a morte tivesse a última palavra. Jesus saiu transformado. O Jesus antes e depois da ressurreição é o mesmo e ao mesmo tempo tão diferente.
Maria Madalena também foi transformada, depois de morte e ressurreição ela tornou-se a primeira mensageira de Jesus. Os apóstolos também foram transformados pelo agir divino. Aquilo que parecia impossível, aconteceu! É verdade! O Senhor ressuscitou!
Assim como a árvore está oculta na semente,
assim como o pássaro está oculto no ovo,
assim como a criança está oculta no útero materno,
assim está oculto neste mundo o reino de Deus.
Um dia se romperá a casca da semente,
se partirá a casca do ovo,
gritará a mãe nas dores de parto;
vida nova está nascendo!
Será a dor do mundo,
a dor da mãe que está dando à luz?
(Johnson Gnanabaranam, cristão indiano)
Hoje como você está? Neste domingo de Páscoa tão diferente, sem a alegria dos encontros, do partilhar em comunidade. Estamos num tempo tão diferente que não parece ser realmente Domingo de Páscoa. Parece que a Sexta-feira da Paixão ficou cumprida. Nossa realidade também tem sido esmagadora principalmente nas últimas semanas. Será que nós estamos num pesadelo? Será possível celebrar mesmo diante de tanto sofrimento e apreensão?
Estamos diante de Deus e da sua boa nova de que a morte não tem a última palavra e somos convidados a acreditar. Nós também sairemos desta pandemia transformados, revigorados. Aqueles que éramos no início deste ano, não o somos mais. O mundo trocou, assim como nós também estamos trocando. Mas, os dias tão turbulentos passarão, a pandemia passará. Mesmo aquelas pessoas que lamentavelmente falecerão nesta crise serão transformadas e revigoradas na sua ressurreição. Poderemos novamente nos encontrar, nos abraçar, cantar, orar e até celebrar a Santa Ceia juntos. Nos visitaremos, tomaremos café e colocaremos o papo em dia. Choraremos as nossas perdas e nos consolaremos mutuamente.
Hoje, mais do que nunca é necessário anunciar a Páscoa do Senhor. Precisamos dizer em alta voz: a morte não tem a última palavra. A ressurreição de Jesus Cristo é o primeiro sinal dessa verdade. Que Deus nos ajude a ter esperança mesmo entre tantos sinais de morte e desespero. Amém.
Leitura do Evangelho na Nova Almeida Atualizada
O Coral Bom Samaritano fez uso não comercial das canções Halleluah e Fugi Tristeza e Horror
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