Unidade Musical em Cosmópolis
“Todo ser que respira louve ao Senhor. Aleluia” Assim encerra o Livro dos Salmos, com seus 150 hinos… Assim começamos o nosso 1º Encontro ECUMÊNICO de Corais.
O Coral Castelo Forte da Comunidade de Cosmópolis fez a abertura cantando a clássica, Hallelujah do compositor canadense Leonard Cohen. Uma saudação as mais de 200 pessoas que prestigiam o evento, com suas vozes, ouvidos, mentes e corações.
“Hallelujah” levou anos e muitas páginas para ser composta até que ficou pronta em 1984. Ao longo do tempo, foi remodelada pelo autor e seus intérpretes. Atualmente, tem quatro estrofes fixas e outras três adicionais, combinadas ao gosto de quem canta. A versão mais famosa foi organizada por John Cale e eternizada por Jeff Buckley. Com a morte de Leonard em novembro do ano passado, a música recebeu novo destaque na mídia e criativas roupagens.
Estava musicalmente aquele sonho ecumênico da Comunidade. O “Aleluia” pelo Coral Castelo Forte e as estrofes na voz do regente e solista Samuel Valli.
Histórico: Em dezembro de 2016 o Coral “Castelo Forte”, da Comunidade Evangélica de Confissão Luterana em Cosmópolis, participou de mais um belo evento promovido pela Paróquia Santa Gertrudes da Igreja Católica Apostólica Romana, sob a coordenação do regente Robson Cavalcante. Ao celebrarmos festivamente o término daquele Encontro de Coros, surgiu a ideia de, no primeiro semestre de 2017 promovermos, enquanto Igreja Luterana de Cosmópolis, um encontro semelhante.
E assim aconteceu. Foram 4 corais e cada coral organizou seu repertório (não por quantidade de hinos) mas sim dentre de um tempo pré estabelecido, de 15 a 20 minutos. Bem por isso que a quantidade de músicas variou conforme o repertório de cada coral.
O “Coral Castelo Forte”, como anfitrião, abriu a noite com seu repertório.
A música sempre fez parte dos ritos da Igreja Evangélica de Confissão Luterana em Cosmópolis, fundada em 1902; em meados de 1920 constitui-se um coral composto de vozes femininas e masculinas, sob a regência de Franz Warga. O primeiro registro oficial de apresentação desse Coral data de 1924 quando foi inaugurado o primeiro templo da Igreja, então localizado na área rural. Naquela ocasião, eram frequentes as festas que duravam o domingo inteiro, nas quais compareciam corais de outras localidades que se revezavam nas apresentações. No ano de 1933,o coral classificou-se em primeiro lugar no Concerto Colÿsen, realizado na cidade de Santos (SP). O prêmio aos coralistas foi um diploma no qual estava escrito : “Se estamos cansados do trabalho, ainda há forças para uma canção”. Naquela época, era no idioma Alemão. Mas começou a II Guerra e a língua Alemã foi proibida no Brasil. Tempos difíceis para todos; foi preciso readaptar-se e por isso as atividades oficiais dos corais que cantavam em língua Alemã foram suspensas. Quando a guerra acabou, o Coral retomou as suas atividades, mas em Português. O nome “Castelo Forte” foi inspirado no hino composto por Martim Lutero: “Deus é Castelo Forte e Bom”. A existência do Coral “Castelo Forte” se deve à dedicação de muitas pessoas que, em espírito de união, doaram seu tempo e seu talento fazendo com que o seu canto chegasse até os dias de hoje. Atualmente o Coral “Castelo Forte” é composto por três Sopranos (Aurora Warga, Erica Bentlin e Ivonete Kugel Bueno); três Contraltos (Elaine Agostinho, Maria Bico e Maria Luiza Felix dos Santos Klingohr); três Tenores (Evandro Meurer, Hans Felix Klingohr e Waldemir de Freitas) e dois Baixos (Claudio Roberto Klingohr e Waldemar Simões de Almeida).
Regidos por Samuel Valli, estudante do curso de música nas modalidades regência, composição e canto erudito, seu trabalho é focado em desenvolver a voz e a musicalidade dentro dos limites de cada grupo que trabalha, e na igreja Luterana o seu trabalho é resgatar os hinos, trazendo-os para o canto coral de forma simples, mas musical.
O coral “Castelo Forte” e hinos:
Estou pronto, Senhor, para ouvir-te falar
Hino 379 do Hinário “Hinos do Povo de Deus”; esse é um pedido clamando a Deus que nos ajude a ter compreensão das coisas que Deus tem reservado a nós.
Oração de São Francisco
A Oração da Paz, também denominada de Oração de São Francisco, é uma oração de origem anônima que costuma ser atribuída popularmente a São Francisco de Assis. Foi escrita no início do século XX, tendo aparecido inicialmente em 1912. Existem várias adaptações cantadas da canção em português. A primeira, intitulada Oração de São Francisco, foi composta em 1968 pelo padre jesuíta paraguaio Casimiro Abdon Irala Arguello. É a mais fiel à letra em português e a mais popular no Brasil.
O terceiro hino, “Ainda que eu fale as línguas dos homens”
Número 399 do HPD= Hinos do Povo de Deus, baseado em 1 Coríntios 13. Esse hino nos mostra que não importa o que façamos ou os dons que tenhamos se nós não tivermos amor em nossos corações.
Por fim, Santo é você, Senhor
Hino 361 de nosso hinário luterano. Nesse hino é exaltada a grandeza e santidade de nosso Deus, sempre perto de nós e bem por isso, nós cantamos, Aleluia.
Cido: O segundo coral a se apresentar veio de nossa igreja co-irmã aqui de Cosmópolis. O Coral Santa Gertrudes surgiu no começo de 2012 por iniciativa do então pároco da Igreja Matriz de Santa Gertrudes Padre Marcos Radaelli, que desejava um coral polifônico para cantar nas missas mais solenes do calendário litúrgico da Igreja. Seu repertório é essencialmente os hinos das missas, mas, como anfitrião do Festival de Música Sacra, que tem realizado todos os anos, apresenta outras músicas do repertório sacro. Já realizou missas especiais em Descalvado, Americana e São Paulo. Está sob a regência do maestro Robson desde seu início.
O maestro Robson Cavalcante iniciou seus estudos de música na cidade de Guarulhos, onde morava, com a idade de 11 anos. Fez o conservatório estudando violão clássico, mudando depois para o piano. Começou a cantar em coral aos 15 anos, e aprofundou constantemente seus estudos com vários professores, entre eles os maestros Marcus Carvalho, Salvatore Stávalli, Alberto Cunha, Damiano Cozzella, Jorge Sarmientos. Aluno também da pianista Celeste Patarra. Tem desenvolvido intenso trabalho de arranjador e compositor e feito recitais de piano regularmente na cidade de Mogi Guaçu.
O Coral Santa Gertrudes nos apresentou 5 peças:
1ª. “Justo És, Senhor.” de Autoria de Lowell Mason com arronjo de João Gomes da Rocha
2ª. “Antífona” de Henry Maxwell Wright/William Henry Monk, arranjo de Robson B. Cavalcante
Em seguida: 3º. “Comam do Pão”, de Jacques Bertier
Por fim, 4º. “Santo” de Pe. Ney Bras e 5º.“As Promessas do Bom Pastor” do Frei Fabretti e J. Thomasz Filho, ambas arranjadas pelo regente Robson B. Cavalcante
Buscando envolver musicalmente também o público, Pastor Evandro convidou todos e todas presentes a cantarem, formando um único e grandioso coral. O hino esclhido foi, primeiramente, um clássico do Cancioneiro Ecumênico: CANÇÃO DA CHEGADA. O pastor presbiteriano Valdomiro Pires de Oliveira é o autor da letra, que inclusive já foi hino oficial da Campanha da Fraternidade Ecumênica no ano de 2010. A melodia é do Deão Anglicano Flávio Irala.
Reverendo Flávio que hoje Bispo da Igreja Anglicana em São Paulo.
Em seguida foi cantado um “Aleluia Caribenho”, muito entoado nos encontros ecumênicos latino-americanos (de autor desconhecido), 353 do HPD.
Dando continuidade aos corais, o próximo grupo que se apresentou foi o MADRIGAL VIVACE.
Fundado em 2000, o Vivace começou como uma “Sala de Oficina de Canto” do extinto “Espaço Musical Santa Gertrudes”, com aulas ministradas pelo maestro Robson Cavalcante. Por iniciativa dos próprios alunos, fundou-se o Madrigal e desde então tem participado de inúmeros eventos em cidades da região e além, como Jacutinga, Socorro e Alfenas. Também participou vários anos do “Festival de Música Sacra” na Catedral de Campinas. Mas possui repertório eclético que procura abranger a música cantada de diversas culturas e diversas épocas históricas. Está sob a regência do maestro Robson desde seu início.
O maestro Robson Cavalcante, também é o regente do Madrigal.
Somente com 4 vozes, o Madrigal Vivace trouxe composições.
Sepulto Domino de Pe. Maurício Nunes Garcia
Nunc Dimitis de Tomás Luis de Victoria
Ave Maria de Tomás Luis de Victoria
Miséremini Mei de Robson B. Cavalcante
Cantate Domino de Giuseppe Pitoni
Doce é Sentir de Donovan , com arranjo de Robson B. Cavalcante
E, ao final, “Soon I Will Be Done” um “Negro Spiritual”.
O 4º e último coral da noite veio da Igreja Evangélica de Confissão Luterana de Campinas. É o “Coral Carlos Cristovam Zink”! Fundado em 1909 pelo músico e maestro Carlos Cristovam Zink, celebra neste ano 108 anos de fundação e atividade ininterrupta. Originalmente criado como atividade para jovens, logo acolheu outros participantes resultando na atividade coral a 4 vozes.
Entoa hinos sacros e seculares e faz da voz e do canto importante espaço de divulgação do Evangelho e fortalecimento da fé.
Regido pelo maestro Rafael Beling, formado em música pela Universidade Adventista de São Paulo, Campus Engenheiro Coelho e mestre em música pela UNICAMP.
O Coral Carlos Cristovam Zink, entoou canções:
1ª. “Asas da Alva”, letra e Música de Linda Spencer. Versão do Salmo 139.
A segunda canção chama-se “Em memória de mim”, de Ragan Courtney. Uma bela canção litúrgica que aponta para o Sacramento da Ceia do Senhor.
A terceira canção é “Tolite Hostias”, do oratório de Noël, Op.12 de Camille Saint-Saëns
Após muitos aplausos ao final de cada canção veio o grande final, muito especial por sinal!
Formou-se o GRANDE CORO ou como carinhosamente se diz o “CORALÃO” com os 4 corais à frente. Após os agradecimento E RECONHECIMENTO pelo empenho volutários de todos e todas @s cantor@s, foi feita a entrega de um CERTIFICADO a cada Coral, pela participação no 1º ENCONTRO ECUMÊNICO DE CORAIS.
As palavras finais, vieram pelo casal Denize e Cido, que como apresentadores, coordenaram toda a noite do púlpito do templo. Em homenagem ao ano de aniversário de 115 anos de existência da Comunidade de Cosmópolis e pela passagem dos 500 da Reforma Luterano foram citadas duas frases:
Conforme o escrito de Carl Schalk – Lutero e a música-paradigmas de louvo; “Ninguém falou de forma tão clara e direta como Lutero sobre a união de palavra e música com o objetivo de que Deus seja louvado e sua palavra proclamada a todos o mundo.”
Sim, o que ouvimos naquela noite de 11 de junho de 2017 foi louvor e proclamação da Palavra de Deus de forma cantada. Como Lutero certa vez se referiu, e hoje a noite também se confirmou: “Deus tem pregado o evangelho também através da música.”
Para a Comunidade Luterana em Cosmópolis foi muito especial receber os corais e da forma as pessoas que vieram ouvir e se “deliciar” com as peças musicais tão bem selecionadas e preparadas pelos 4 corais. Musicalidade e Unidade ecumênica foram as marcas daquela noite.
E foi neste espírito de UNIDADE e MUSICALIDADE que todos se colocaram de pé para o encerramento do 1º ENCONTRO ECUMÊNICO DE CORAIS ouvindo pelo “CORALÃO” o hino “Pelo prados e campinas” de Frei Fabretti e J Thomaz Filho.
Essa música ficou muito conhecida na voz do Padre Zézinho. A letra é baseada no Salmo 22(versão da Bíblia Católica) e Salmo 23 (na versão Luterana).
A música fala da esperança que temos em Deus e que ele sempre está conosco e nos leva aos melhores caminhos e Ele nos garante que nada vai nos faltar.
As 3 estrofes do hino foram intercaladas por oração de encerramento.
Logo após coralistas e público participaram de uma singela recepção no salão da Comunidade ao lado da igreja. Entre um salga ou um doce só se ouvi elogias e agradecimentos a organização do e qualidade do evento. Ou seja, teve gostinho de “quero mais”.