Uma comunidade na praia chega aos 50

09/06/2006

Templo de Balneário Comboriú, SC
Dia de Culto com a pregação do P. Lindolfo Weingaertner
Dia de Culto, na Comunidade de Camboriú
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BALNEÁRIO CAMBORIÚ – Em seus 50 anos de história, a Comunidade de Balneário Camboriú apresenta uma trajetória muito peculiar em relação ao que comumente se define como comunidade evangélica luterana. Suas hoje 510 famílias inscritas, num total de 1800 batizados, têm origem em dez diferentes estados brasileiros, além de argentinos e europeus, mormente alemães. Cerca de um terço de seus membros é constituído de pessoas aposentadas ou que vivem de pensão.

Mas, não é só este arco-íris étnico e social que a diferencia de outras comunidades. Constituída paróquia em 1987 e atendida pelo pastor Valdim Utech desde 1991, a representante da IECLB no maior balneário de Santa Catarina está plenamente inserida num paraíso turístico. Já deixou de ser novidade a presença de visitantes, alguns até bastante exóticos, em seus cultos. Todos são recebidos com atendimento quase profissional por um grupo de voluntários que se reveza na função de recepcionistas. 

Embora seja rotina durante todo o ano, é nos meses de dezembro a março, quando o Sol atrai milhares de pessoas de todas as origens para o cobiçado balneário, que esta se torna uma tarefa fundamental. Receber bem é mais que uma obrigação, é um prazer para esta comunidade.

Primeiros passos – Tudo começou com a fundação do grupo de OASE Pioneiras, fundada no dia 12 de junho de 1956 pela viúva Berty Jensen. Após a morte do marido, ela mudou-se para Camboriú, então um pacato local de veraneio, e lá juntou 14 mulheres num grupo que se reunia todas as semanas. Como as famílias destas mulheres tinham que ir a Itajaí para participar dos cultos, ela abriu as portas da sua casa, ainda no mesmo ano, para estas celebrações. O pastor Lindolfo Weingärtner vinha de Brusque para celebrar os cultos.

Com a comunidade em crescimento, foi inaugurada uma pequena igreja de cem lugares, em 1961, onde os cultos passaram a ser realizados. Havia então cerca de 25 famílias luteranas residentes em Balneário Camboriú. 

Os pastores de Brusque continuaram atendendo Itajaí e, em conseqüência, Balneário Camboriú por mais de uma década. Ao pastor Lindolfo Weingärtner (1956-61) seguiram-se o pastor Adolf Prinz (1961-67), o pastor Werner Brunken (1968-70) e o pastor Valmor Weingärtner (1971-72), que durante seu ministério em Brusque voltou a atender Itajaí, cujo primeiro pastor, Eugen Balzer, faleceu tragicamente num acidente de automóvel, em novembro de 1971. Balzer havia assumido o primeiro pastorado da nova paróquia de Itajaí em março de 1970.

O pastor Balzer foi sucedido pelo pastor Geraldo Rekowsky, que iniciou em Itajaí no ano de 1972 e permaneceu por 15 anos à frente da nova paróquia, deixando-a em agosto de 1987 para assumir uma paróquia alemã, no programa de intercâmbio com a Igreja Evangélica da Alemanha. 

Rekowsky traçou as linhas mestras do que é hoje a Pastoral de Praias em Santa Catarina. Particularmente em Balneário Camboriú, ele foi um dos principais incentivadores da construção do novo templo, acompanhando de perto as decisivas etapas da realização do projeto e da compra dos terrenos. Ele realizou o lançamento da pedra fundamental da obra, no dia 14 de outubro de 1984.

Nova fase – O pastor João Wunderlich foi o primeiro pastor residente em Balneário Camboriú. Ele assumiu a nova paróquia, criada em 1987, em março de 1988 e permaneceu até julho de 1991. Wunderlich criou o grupo de recepcionistas e fundou o coral. Durante sua passagem pela paróquia, também foi erguida a casa pastoral, de 300 metros quadrados, concluída em apenas três meses no ano de 1989. Desde 1991 a paróquia está sob a orientação espiritual do pastor Valdim Utech.

A grande obra destes dois pastores foi finalizar o sonho comunitário do novo templo. A obra foi saindo do papel aos poucos. No dia 26 de junho de 1988, o andar térreo do novo templo abrigou o primeiro culto, com a confirmação daquele ano. O novo salão abrigou todas as atividades da paróquia, inclusive cultos, durante mais de uma década.

Esta base do complexo construído pela comunidade abriga hoje um conjunto de salas em que está a secretaria paroquial e o escritório pastoral, além de um salão de festas e reuniões, com completa infra-estrutura de cozinha, churrasqueira e banheiros. Enquanto prosseguia a obra do templo, no piso superior, esta estrutura foi usada dezenas de vezes pela comunidade para promoções que angariaram fundos para a continuidade da construção.

Ao longo da década de 90, as obras do templo foram avançando lentamente. A estrutura de madeira do telhado, uma verdadeira obra de arte e paciência, foi meticulosamente erguida por Ralf Heinig, que trabalhou muitas vezes em alturas de mais de 20 metros, utilizando 188 m3 de madeira e 1.700 m2 de forro de pinho. Tudo isto foi coberto com 14,6 mil chapas de amianto de 40 x 40 cm presas com 12,2 mil pinos galvanizados e 550 parafusos. 

Toda a obra, de 1,62 mil metros quadrados, foi solenemente inaugurada no dia 5 de maio de 2002, 17 anos e meio depois do lançamento da pedra fundamental. O templo é referência arquitetônica e atração turística num dos maiores destinos turísticos do estado. Além de templo, tornou-se ponto de encontro cultural, com diversas apresentações musicais nacionais e internacionais.

Fonte: P. Clovis Horst Lindner
 

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