Na semana da Reforma Luterana, em 28 de outubro, reuniram-se no interior de Pelotas Ministros e Ministras do Sínodo Sul-Rio-Grandense. Junto à BR 392 (rodovia que leva do porto de Rio Grande às cidades do centro e noroeste do RS), na Comunidade Ascensão, Colônia Santa Eulália, eles/elas encontram-se para a penúltima conferência ministerial do ano.
No início ministros e ministras foram acolhidos pelo pastor sinodal e então se apresentou a paróquia anfitriã, Santa Maria do Sul, através de sua presidente, Sra. Maria Göritz e o pastor Jorge A. Signorini. Os ministros, P. Itto Alberto Sträher e Catequista Ivone Atkinson Sträher, participaram, pela última vez, na conferência ministerial, já que em breve, após 34 anos de ministério ministerial, no início no então Distrito Sul e Distrito Rio Camaquã e, agora, Sínodo, passam à condição de ´pastor emérito´ e ´catequista emérita´ da IECLB. Vários outros assuntos foram tratados na conferência ministerial durante à tarde.
O espaço maior, no entanto, da conferência coube à assessoria convidada, o Prof. Dr. Claus Schwambach, reitor da Faculdade Luterana de Teologia em São Bento do Sul/SC. Ele propôs o tema: ´Eclesiologia Luterana e os desafios da pós-modernidade´. Nos objetivos propostos pelo palestrante estavam: - esboçar algumas definições e percepções do que vem a ser Pós-modernidade; - Perceber que a cultura pós-moderna tem impactos profundos no jeito de ser e viver das pessoas na igreja e na sociedade; - Compreender que temos de forma crescente, pessoas com traços pós-modernos diante de nós, embora não exclusivamente; - Discutir a questão das chances, e principalmente das pressões e tentações, diante das quais o fenômeno pós-moderno nos coloca enquanto pessoas encarregadas de pregar o evangelho hoje.
Características gerais da Pós-modernidade são: - Época marcada por uma radical descrença nas metanarrativas (relativização de ´verdade´, da ética, de normas, de valores, da religião, incluindo o cristianismo); - Um período marcado por um certo grau de ceticismo em relação à objetividade da verdade, da história das normas; - relativismo exagerado; - ceticismo diante das narrativas interpretativas totalizantes: a religião e as doutrinas laicas como marxismo e positivismo; - A relativização dos marcos referenciais como cultura erudita e conhecimento científico em favor da cultura popular e do conhecimento comum; - diluição da figura da instituição (a coisa estável) em todas as suas versões – o Estado, a família, a escola, a universidade, o partido e... a Igreja; - A transformação da cultura em economia e da economia em cultura; - presenteísmo em oposição ao futurismo: viver o presente, viver intensamente o momento aqui e agora; - Hedonismo: Busca desenfreada pelo prazer em detrimento da segurança individual; - A aceitação do descontínuo como próprio da condição humana – não há mais valores perenes e eternos, apenas verdades e realidades mutantes, locais e bem ´pessoais´- cada um cria seu mix de ´verdades´; - Visão do mundo como totalidade heterogênea e fragmentada, marcado por singularidades e não passível de homogeneidades; - Tendência de a pessoa substituir a sua identidade permanente ou estável pela deriva ao sabor de identificações sucessivas e provisórias; - Informatização da vida – a explosão da informação e o concomitante crescimento das tecnologias de informação; - O que é virtual tende a tornar-se referência para vivenciar e até para definir o que é real; - Vivemos a realidade da instantaneidade das coisas (em parte devido às tecnologias, por exemplo, mídia, multimídia, etc).
Resumindo: o momento histórico que estamos vivendo, denominado de ´pós-modernidade´, pode ser entendido como uma crise que está desencadeando uma mudança paradigmática em todos os níveis de compreensão do ser humano.
Num segundo momento, Claus Schwambach falou dos Impactos da pós-modernidade sobre as igrejas e a religiosidade pós-moderna. Já no 3º. capítulo destacou o tema: Cultura e Igrejas pós-modernas como tentação à dispersão ministerial. Sob o título geral ´Mantenha o foco´, destacou no 4º. capítulo: ´Concentração no essencial como corretivo às dispersões pós-modernas´. Nisso, disse que é preciso ´Apostar no ´proprium´ do evangelho´.
Divulgação: Sínodo Sul-Rio-Grandense
