Pois marquei um encontro com a Sra. Sieglinde Reichert. Ela trabalhou durante 25 anos como secretária do Sínodo Norte Catarinense na Rua Jaguaruna 99, em Joinville (SC). Primeiramente ela foi secretária do ex-pastor Regional Meinrad Piske. Depois vieram os pastores Sinodais Valdir Schubert, Manfredo Siegle e Inácio Lemke. Sentamo-nos à grande mesa oval da sala de reuniões e lá conversamos.
O CAMINHO: Conte-nos um pouco sobre o seu aprendizado como secretária do Sínodo Norte Catarinense...
Sieglinde Reichert: Na secretaria do SNC eu praticamente só me envolvi com lideranças da Igreja. Por este gabinete passaram muitos profissionais liberais e também pessoas humildes. Nem sempre as mulheres e os homens que tinham os maiores títulos eram os mais sábios. Envolvi-me muito pouco com o público em geral. Agora, o que sempre me impressionou foi que todas as pessoas com as quais travei contato tinham seus lados fracos e fortes. Sim, eu percebia esses detalhes e aí só me restava exercitar a ética; manter-me calada; nunca passar adiante o que porventura caísse nos meus ouvidos. A IECLB é um organismo honesto e sempre me senti alegre em zelar por isso. Penso que agi com sabedoria. Sempre gostei de exercer meu trabalho.
CAMINHO: O que te fez gostar desse envolvimento com as lideranças do SNC?
Sieglinde: Você não vai acreditar, mas eu conheci o mundo. Quase todos os Pastores Sinodais com os quais eu convivi me contavam das suas andanças e eu me deliciava ouvindo-os.
CAMINHO: O que mais te marcou durante todo este tempo de 9.137 dias?
Sieglinde: O meu momento mais difícil foi quando da saída do Pastor Valdir Schubert. Sofri muito com toda aquela situação. Queria ajudar, mas não tinha forças para fazê-lo. Os momentos de passagem sempre foram muito difíceis para mim.
CAMINHO: Você deixou transparecer que ouviu muitas informações; que muitas questões alegravam, mas que também havia as que entristeciam. Como é que você lidava com isso?
Sieglinde: Eu tentava encarar tudo de forma profissional. Na vida é assim que sempre existem os dois lados. Se a gente olha uma pessoa pelo lado da fé então a gente chega à conclusão que ninguém é de todo ruim. Claro! Muitos lutam pelo poder. Às vezes carreguei a impressão que estes não tinham se realizado muito bem nas suas profissões e que, por isso, agora, queriam mostrar serviço nos ambientes da Igreja.
CAMINHO: Interessante! Você é uma pessoa sensível, bem informada. Você sabe muito sobre a antiga 2ª Região Eclesiástica e agora também sobre a era do SNC. Dizem que você é uma espécie de arquivo vivo da História da Igreja no norte de Santa Catarina. Se você fosse escrever um livro, qual seria o capítulo que não deixaria fora?
Sieglinde: Eu não poderia deixar de falar da constante luta; do constante amor que as pessoas mostram pela nossa Igreja. Os problemas sempre se mostravam presentes, mas a grande maioria das irmãs e dos irmãos que aqui conheci nunca esmorecia; davam tudo de si e enfrentavam todas as dificuldades porque estavam movidas pelo amor a Deus.
CAMINHO: Deixe um recado a todas as pessoas que te conheceram na função de secretária do SNC...
Sieglinde: Eu faria tudo de novo. Levo saudades deste espaço onde reparti meus dons e talentos. Obrigada a todas e a todos!