As tantas representações de presépios, de todos os tipos e tamanhos, são uma atuação do primeiro Natal, para dentro das mais diferentes realidades, tempos e culturas, destaca o pastor presidente da Igreja Evangélica de Confissão Luterana no Brasil (IECLB) e moderador do Conselho Mundial de Igrejas (CMI), Walter Altmann.
Em todos os presépios as figuras centrais são o menino na manjedoura, Maria e José. Outros, mais completos, colocam em adoração à criança recém-nascida pastores, reis magos do Oriente, e destacam animais na estrebaria.
Se há pastores, não podem faltar ovelhas. Mas presépio do Oriente Médio também traz camelos. Um exemplar da Alemanha coloca vacas na estrebaria, e um do Quênia, porcos, animais preciosos para essas culturas.
Também as aparências das figuras mudam. “Jesus, Maria e José certamente tinham traços amorenados. Em presépios alemães ou nórdicos as figuras podem ser aloiradas”, arrola Altmann, lembrando que num presépio brasileiro a família sagrada é negra.
“Essas figuras de presépios seriam falsificações da realidade?”- indaga o moderador do CMI, que responde: “Não, bem ao contrário: elas são atualizações do primeiro Natal. Atualizações dentro das mais diferentes realidades, tempos e culturas. Para dentro de nossas vidas”.
Na mensagem de Advento e Natal da Igreja Presbiteriana Unida (IPU), o reverendo Enoc Teixeira Wenceslau, moderador, lembra que “Deus resolveu tornar-se gente como a gente em Jesus de Nazaré e sofrer todas as limitações humanas”.
A Palavra encarnada é a corporificação da boa vontade de Deus, não uma abstração vazia, frisa o pastor presidente da Igreja Evangélica Luterana da América e presidente da Federação Luterana Mundial (FLM), bispo Mark S. Hanson.
Por isso, o Natal é tempo de cantar louvores, ainda que hoje em dia a realidade da destruição ambiental mine a liturgia da criação. “O canto nas alturas é obscurecido pela poluição e o barulho industrial, os ritmos do mar são perturbados pela mudança climática, a beleza de tantas manifestações da vida é desfigurada pelas práticas abusivas motivadas pela ganância”, afirma o secretário-geral do CMI, pastor Samuel Kobia, na sua mensagem natalina de 2009.
Assim como a Terra sofre, também sofrem seus habitantes. “Os mais pobres e outras pessoas marginalizadas socialmente têm cada vez mais dificuldades de soltar a sua voz para cantar”, lembra Kobia.
Mas Natal é mensagem de esperança, pois a cristandade ora pela mudança e se oferece como instrumento de transformação. “Cremos que, com a vinda de Jesus Cristo, haverá uma nova criação na qual a esperança do cântico dos anjos chega com proveito – Deus, a humanidade e todas as formas de vida estarão reconciliados”, anseia o líder ecumênico.
A bispa primaz da Igreja Episcopal dos Estados Unidos, Katharina Jefferts Schori almeja, em mensagem natalina, que a luz de Cristo vença todo tipo de trevas, se estenda pelas nações açoitadas pela guerra e pela fome, e “que continuemos buscando sua luz nos lugares obscuros de nossos próprios corações”.
Fonte: ALC