Portas abertas para as dores da rua

Culto com pessoas em situação de rua - 01
Culto com pessoas em situação de rua - 02
Culto com pessoas em situação de rua - 03
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Culto com pessoas em situação de rua - 05
Culto com pessoas em situação de rua - 06
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Oficinas com pessoas em situação de rua - 01
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Oficinas com pessoas em situação de rua - 03
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Grupo de conversa - 01
Grupo de conversa - 02
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Levai as cargas uns dos outros, assim cumprireis a lei de Cristo. (Gálatas 6.2)

Um trabalho que começou de forma tímida em 1999, com dois a três moradores de rua que se encontravam na Igreja, hoje atende em média de 250 a 300 pessoas semanalmente. A Paróquia Centro abriu as suas portas para essas pessoas sofridas e marginalizadas pela sociedade.

São homens e mulheres que, em sua maioria, padecem de sofrimentos psíquicos ou de doenças como o alcoolismo. Nos cultos semanais realizados na Paróquia Centro, elas encontram um espaço de fé, amor, fraternidade, vida e dignidade humana.

O trabalho consiste em:

Acolhida: Os moradores de rua são acolhidos no pátio da Igreja onde se encontram e conversam animadamente.

Culto: Todos são convidados para entrar na Igreja para um momento de louvor e meditação. É impressionante ver a vontade com que cantam hinos de louvor e a atenção dada à Palavra de Deus, o que nos remete à parábola da Grande Ceia (veja Lc 14.15-24).

Café e lanche: Após o culto, é servido o cafezinho e o lanche.

Trabalhos Manuais: Ao final, aqueles que desejam podem permanecer para participar do grupo de trabalhos manuais (confecção de cartões, sabonetes artesanais, etc.). O dinheiro obtido com a venda do material é dividido entre aqueles que o produziram.

Esse trabalho diaconal tem apoio integral do presbitério e dos membros da Paróquia e é desenvolvido através de trabalho voluntário de diversos membros da Comunidade.

Todo trabalho é mantido financeiramente através de ofertas e doações especiais feitas pelos membros.

depoimento de um bispo alemão

Johannes Friedrich, bispo da Baviera (Alemanha), esteve presente num encontro dos Moradores de Rua no ano de 2001 e fez um relato de sua visita na Folha Dominical da Baviera, dizendo:

Estávamos reunidos em São Paulo numa igreja juntamente com mais de 200 pessoas sem- teto cantando e orando juntos. O pastor da Paróquia pediu-me para dirigir algumas palavras aos presentes que reúnem-se todas as sextas-feiras nesta igreja.

Eu refleti:

O que eu como europeu, bem vestido e afluente, poderia transmitir a estes homens carentes que não têm um teto para abrigar-se, nem de dia e nem de noite? Isto tudo não pareceria um pouco cínico? Que palavras de conforto poderia dar-lhes?

Eu tentei, na esperança que o Espírito Santo me iluminasse. Depois um homem jovem me abordou, apertando minhas mãos comovido. Agradeceu as minhas palavras. Até um ano atrás ele trabalhava numa fábrica, que então encerrou suas atividades. Desde esta data vivia na rua: sem casa, sem trabalho. Na rua ele sente-se menosprezado pelos transeuntes, que fingem não vê-lo.

O fato desta comunidade semanalmente convidar os sem-teto, e na qual também eu, vindo da Europa, não senti nenhum constrangimento ao falar-lhes como irmãs e irmãos, me comoveu.

Impressionou-me também que todas as comunidades, até as menores, têm alguma espécie de projeto social, do qual eles zelam, trabalham e levantam recursos. Nesta igreja em São Paulo os sem-teto recebem cada sexta-feira seu cafezinho e um ticket-alimentação, mas principalmente a oportunidade de diálogo com pastores e com um psiquiatra que está gratuitamente à disposição.

Ninguém deve fazer tudo o que tem direito a fazer. Cada qual deve olhar para o que é útil e o que é benéfico para o seu irmão, para a sua irmã.
Martim Lutero
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