Personagem da Semana: Emílio Voigt

26/02/2009


Doutor em Teologia pela Augustana Hochschule, na Alemanha, o pastor de olhar sereno e muito comedido nas palavras deu uma entrevista na manhã deste domingo (22), no programa Sínodo Em Revista, na Rádio Antena 1, quando falou da satisfação em dar continuidade ao trabalho na Assessoria de Formação do Sínodo Vale do Itajaí. Na entrevista, Emílio Voigt fala de expectativas, experiências em novas tecnologias, ensino à distância e alguns pontos sobre o Plano de Ação Missionária.

Sínodo em Revista: Quais são as expectativas do trabalho no Vale do Itajaí?

Emílio Voigt: Minhas expectativas são muitas e muito positivas. O Sínodo tem uma longa história de investimento e de trabalho na área da formação. Há bastante material produzido e muitas atividades em andamento. Há também a convicção da importância desta assessoria para o Sínodo. Isto certamente facilita o meu trabalho. Por outro lado, toda esta bonita trajetória me deixa um pouco temeroso e apreensivo. Espero poder dar continuidade ao trabalho desenvolvido pelo pastor Paulo (Butzke) e corresponder às expectativas do Sínodo.

SR: A área de formação está voltada ao trabalho de líderes na edificação de comunidades e crescimento espiritual. Estes continuarão sendo os objetivos?

EV: Sim, os objetivos permanecem os mesmos. Alterações significativas nos objetivos da assessoria de formação deverão ser discutidas e decididas nos fóruns competentes.

SR: Quais as novidades que poderão ser aplicadas nesta área?

EV: Pretendo dar ênfase em cursos de formação bíblica. Já temos os Círculos Bíblicos sobre o Evangelho de Marcos, produzidos pelo pastor Hugo (Westphal). Mas a idéia do Sínodo é criar um curso panorâmico que contemple toda a Bíblia ou boa parte dela. O desenvolvimento deste curso será um desafio para os próximos meses. No desenvolvimento de cursos vamos analisar a viabilidade de parceria com a Faculdades EST e a possibilidade de realizar ações de formação por meio das novas tecnologias de informação e comunicação.

SR: A sua experiência com ensino à distância nas Faculdades EST mostra uma tendência em formação. Este conhecimento poderá ser aplicado na formação de lideranças comunitárias?

EV: Ao longo da história, a Igreja utilizou diferentes instrumentos para realizar missão e formação. As primeiras comunidades não apenas fizeram uso das possibilidades que tinham à mão, como o envio de cartas. Elas também ocuparam os vários espaços das cidades: ruas, praças, teatros, etc. Também Lutero valeu-se da invenção da imprensa para popularizar a Bíblia, que ele havia traduzido ao alemão. Por que não ocupar um novo espaço que está surgindo com as novas tecnologias? Acredito que podemos utilizar os novos recursos de comunicação e informação para aproximar pessoas e realizar formação cristã. Há muitas possibilidades a serem exploradas, mas será preciso verificar a viabilidade. E naturalmente não podemos descuidar dos encontros, da partilha e da vivência concreta, face a face.

SR: Na sua opinião, o trabalho de formação, a partir das estruturas sinodais, mostra-se mais competente?

EV: Acredito que sim, principalmente pela proximidade com as comunidades e seus membros. Esta proximidade permite conhecer melhor o perfil, verificar necessidades, traçar metas e avaliar o trabalho realizado. O Sínodo Vale do Itajaí tem ainda a vantagem de ser relativamente pequeno em termos geográficos. Neste sentido, a estrutura sinodal é bastante favorável. Mas também considero importante que sejam discutidas e promovidas ações de formação em nível mais amplo, extra-sínodo. Fazemos parte da IECLB e podemos contribuir com nossas experiências e aprender com as experiências de outros sínodos.

SR: Quais as vantagens de se investir na área de formação?

EV: Vivemos um contexto de crescente pluralismo religioso. Os membros das nossas comunidades precisam ter conhecimento sólido sobre os conteúdos da fé e da confissão. A capacitação teológica e confessional deixará nossos membros menos vulneráveis ao proselitismo de outras igrejas. Mas o trabalho de formação não persegue apenas este objetivo e também não é um mero repasse de conteúdos. Formação é um chamado à reflexão e ao testemunho. Este trabalho capacita pessoas para atuar na Igreja e na sociedade, permitindo cumprir o mandamento de ser sal e luz para o mundo.

SR: Pensando no futuro da IECLB, e nas propostas do Pami, como podemos visualizar esta área na construção do futuro da Igreja?

EV: A tarefa de educar na fé não é uma invenção humana, mas mandamento que provém do próprio Deus (Dt 6.6-7, Mt 28.19-20). Investir na educação cristã é, portanto, sinal de fidelidade a Deus. A educação cristã é realizada na família e na comunidade e deve acontecer ao longo de toda a vida. No último Concílio Geral da IECLB, em outubro de 2008, o Plano de Educação Cristã Contínua foi debatido e aprovado como eixo transversal do PAMI. Esta decisão do Concílio evidencia a importância da formação para o fortalecimento da IECLB e mostra que a Igreja está sendo fiel ao mandamento divino. Se uma igreja quiser ter futuro, deverá investir em formação no presente. Para mim, essa é a mensagem que a decisão conciliar nos transmite. Se toda a IECLB assumir este compromisso agora, o futuro não deverá ser motivo de preocupação.

SR: Para finalizar, deixe a sua mensagem ao Sínodo Vale do Itajaí.

EV: Agradeço pelo voto de confiança depositado com a minha eleição para este cargo e espero contribuir para o crescimento do Sínodo e da IECLB.


Autor(a): Sínodo Vale do Itajaí
Âmbito: IECLB / Sinodo: Vale do Itajaí
ID: 3591
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