1. Fundamentação:
O que diz a Constituição sobre gestão:
Em obediência ao mandamento do Senhor, a IECLB tem por fim e missão:
I - propagar o Evangelho de Jesus Cristo;
II - estimular a vivência evangélica pessoal, familiar e comunitária;
III - promover a paz, a justiça e o amor na sociedade;
IV - participar do testemunho do Evangelho no País e no mundo.
Constituem objetivos fundamentais da IECLB, além do disposto no art. 3o da Constituição:
I - fortalecer e aprofundar a comunhão entre as Comunidades em sua ação evangelizadora;
II - zelar pela unidade na vida eclesiástica, no testemunho e na pura pregação da Palavra;
III - promover o ensino, a missão e a diaconia;
IV - proporcionar o aprofundamento teológico e o crescimento espiritual nas Comunidades;
V - propiciar condições para que os membros das Comunidades possam exercitar seus dons na missão da Igreja, na perspectiva do sacerdócio geral de todos os crentes e do ministério compartilhado;
VI - zelar pela formação de ministros ordenados e colaboradores em todos os níveis para seus diferentes campos de atividade ministerial;
VII - zelar pela ordem e disciplina evangélica a serem observadas por suas Comunidades, seus membros, ministros e instituições, de acordo com a presente Constituição e outros documentos normativos da Igreja.
Para o cumprimento das finalidades, a realização dos objetivos e a preservação da sua doutrina e confessionalidade, fica estabelecido o modelo eclesiológico, no qual Comunidades, Paróquias e Sínodos adotam em seus estatutos as diretrizes e normas da Constituição e se comprometem a cumprir as normas infraconstitucionais emitidas pelos órgãos da IECLB.
Constituição da IECLB, art. 3º, 6º e 7º
Texto completo da Constituição
O que diz o PAMI sobre gestão – planejamento:
(... ) temos várias indicações de que o planejamento também é conhecido pela Bíblia – compreendido como atividade altamente espiritual. Assim, Moisés recebe o conselho de seu sogro Jetro para organizar melhor o atendimento ao povo em Êxodo 18. Em Eclesiastes 10.10, ouvimos o sábio conselho: “Se você deixa o machado perder o corte e não o afia, terá de trabalhar muito mais. É mais inteligente planejar antes de agir”. Jesus, ao falar sobre o discipulado, recomenda calcular exatamente os custos de tal empreitada e os desdobramentos futuros: “Pois, qual de vós, pretendendo construir uma torre, não se assenta primeiro para calcular a despesa e verificar se tem os meios para a concluir?”.
O apóstolo Paulo, por sua vez, lista entre os carismas da comunidade cristã o dom da “kybérnesis”, originalmente a “arte de pilotar ou dirigir um navio”. Trata-se do dom do “governo” ou da “direção” da comunidade. Ora, para se dirigir um navio nos tempos do Novo Testamento era preciso muita habilidade, conhecimento e capacidade de planejamento. A navegação precisava ser cuidadosamente planejada. Primordial era o conhecimento do mar, dos relevos da costa, da orientação astronômica, do aproveitamento estratégico dos ventos e das correntes marítimas. Tudo isto visando a alcançar com segurança o porto de destino. Não por acaso, o “navio” ou o “barco” tornou-se o símbolo da igreja. Dirigir o navio chamado igreja, assumir a tarefa da liderança eclesiástica, é assumir a responsabilidade pelo planejamento criterioso e pela navegação segura do povo de Deus rumo ao desempenho de sua missão e de seu futuro eterno.
Em tempos de insegurança, quando se pergunta pelos recursos que viabilizam a realização das tarefas que competem à IECLB, o planejamento estratégico impõe-se como ferramenta útil e necessária na construção de um novo futuro. Planejar é (re)aprender a sonhar em conjunto – com que igreja, paróquia, comunidade eu/você/nós sonhamos?
O planejamento inicia quando começamos a compartilhar estes sonhos e passamos a construir uma visão da comunhão na qual desejamos conviver, testemunhar, servir e celebrar. O caminho na direção desta visão será palmilhado passo a passo. Pequenas metas e objetivos parciais ajudarão a manter a perseverança e a direção. O importante é que ao longo do caminho nos tornemos mais felizes, mais agradecidos, mais engajados, mais solidários, mais fraternos. Planejamento sempre é também um processo de transformação pessoal e comunitária, processo que nos devolve a capacidade para inspirar e cativar pessoas. Resultado deste processo é o desenvolvimento da sustentabilidade da igreja.
PAMI – Plano de Ação Missionária da IECB – texto-base
Texto-base completo
Viver pela nossa paixão, que é a missão de Deus, é reconhecer o lugar onde vivemos, as necessidades e os anseios das pessoas que Deus ama, e anunciar a boa nova da salvação. Isso implica em preparação e organização, ou seja: na IECLB, a paixão de anunciar o evangelho tem também uma dimensão de planejamento. É isso que queremos mostrar quando falamos de Plano de Ação Missionária da IECLB (PAMI). É o nosso esforço, como igreja, de planejar a missão, fazendo da nossa paixão um modo de promover a evangelização, a comunhão cristã, a celebração do amor de Deus e o serviço a todas as pessoas no mundo.
(...) A tarefa de planejamento missionário, portanto, é, primeiramente, das comunidades, porque a missão acontece efetivamente a partir e através das comunidades. Todas as demais instâncias da IECLB são chamadas a planejar as suas ações missionárias em função da missão que acontece na base comunitária. Ou seja, o planejamento dos sínodos, departamentos, setores de trabalho, instituições, secretaria geral, presidência e conselho da igreja deve estar a serviço das comunidades, facilitando e colaborando para que elas possam cumprir bem e cada vez melhor os seus planos de ação missionária.
PAMI – Plano de Ação Missionária – Linhas Mestras
Texto completo
O que dizem manifestos e posicionamentos da Direção da IECLB sobre gestão:
É necessário que definamos a tarefa de exercício de liderança, de função diretiva nas comunidades e paróquias. Não há diferença de qualidade entre a função diretiva e os demais “ministérios específicos, como tampouco a há em relação ao sacerdócio geral. Lideranças leigas e obreiros terão que se aperfeiçoar no exercício qualitativo de direção, de poder como serviço à comunidade. Esta função será qualitativa se for compartilhada e se ela, sobretudo, se fizer disponível para o crescimento dos indivíduos e da comunidade. Com certeza, esta maneira de entender a função diretiva proporcionará melhor compreensão e maior agilidade das estruturas da Igreja, bem como aprimorará o relacionamento daquelas pessoas que a exercem.
Posicionamento A IECLB às portas do novo Milênio – 1999
Texto completo do Posicionamento
Guia é também o Pastor em sua Paróquia, guia é o catequista, o presbítero, cada um em seu lugar e com suas atribuições específicas. É o que me fez refletir sobre o que vem a ser direção na Igreja, e seja este o assunto desta minha primeira carta. Aqui está em jogo a relação entre Paróquia e Pastor, Comunidades e direção da Igreja, entre “cúpula e base”. Podemos colocar direção na Igreja em termos de “chefia”? É a nossa tentação, assim me parece, transformar direção, em domínio e substituir autoridade por comando. Evangélico isto não é, sob hipótese alguma. Na Igreja ninguém é “Chefe” ou “Senhor”.
Pois um só é nosso Senhor Jesus Cristo. Por isto a Paróquia não é chefe do Pastor, o Pastor não é chefe da Paróquia e o Pastor Presidente não é chefe da IECLB.
Posicionamento Guia Espiritual – 1986
Texto completo do Posicionamento
2. Desdobramentos práticos de gestão:
Na IECLB, os caminhos para qualquer tipo de alteração de estatutos de Comunidade estão regrados. Este procedimento se dá com a participação da Assembleia Geral da Comunidade, do Sínodo e do Conselho da Igreja, através da Secretaria Geral. A Secretaria Geral dá toda a assessoria e, inclusive, orientação e respaldo jurídico, se este for o caso. Este caminho, com a participação dessas diferentes instâncias, visa algo fundamental: cuidar e resguardar a comunidade, sua história de fé e o patrimônio construído ao longo da sua história, além de assegurar a unidade da Igreja. Por este procedimento são responsáveis as lideranças locais e os Ministros e Ministras que atuam na respectiva comunidade. Este é o caminho legal que a IECLB construiu ao longo de sua história para cuidar bem de todo o seu bem.
Qualquer alteração de um documento normativo, em qualquer instituição, tem procedimentos claramente estabelecidos. Assim também na IECLB. Desses procedimentos faz parte a própria possiblidade de buscar alterações. Mas isso requer seguir os trâmites definidos. No nosso caso, basta fazer o caminho democrático que temos na IECLB. Não seguir este caminho é falta grave, fere o corpo todo, fere a ética cristã e os compromissos assumidos por aqueles e aquelas que exercem funções de liderança na IECLB. Não se configura como uma prática inspirada pelo Espírito visando um “fim proveitoso” como afirma o apóstolo Paulo!
Mensagem sobre Mudança de estatutos – 2015
Texto completo da Mensagem
Está claro para nós que o planejamento não deve ser um fim em si mesmo. Ele é meio para qualificarmos a nossa ação missionária. Planejar significa assumir a nossa responsabilidade pelos recursos que nos foram confiados e aplicá-los de acordo com a nossa capacidade para que se multipliquem, como fez o empregado que recebeu cinco talentos do seu Senhor e devolveu-lhe ao final mais cinco (Mateus 25.14-30). Esse é o testemunho que, como Igreja Evangélica de Confissão Luterana no Brasil precisamos dar ao mundo, vivendo a nossa paixão pela missão de Deus e o nosso compromisso com o projeto do Reino de Deus. Pois, as pessoas em todos os confins de nosso país anseiam pela boa nova de que “Deus amou o mundo de tal maneira que deu o seu único filho para que toda a pessoa que nele crer não pereça, mas tenha a vida eterna” (João 3.16).
(...) A Matriz de Planejamento permite articular as diferentes instâncias, setores, departamentos e instituições de tal modo que uma colabora com a outra, sendo a finalidade de uma colaborar com o planejamento de outra em diferentes dimensões. Em articulação com as comunidades, o planejamento dos Sínodos, por exemplo, corresponderá aos quatro objetivos específicos, mas as suas ações estratégicas bem como suas atividades serão distintas das ações das comunidades/paróquias. Nesse grau de distinção, tratase de ações relacionadas especificamente às competências do Sínodo enquanto instância intermediária entre as comunidades/paróquias e os organismos nacionais da Igreja.
De forma correlata, pode-se imaginar que as ações estratégicas no âmbito das comunidades serão em maior número do que as do Sínodo. Assim também os públicos podem ser diferentes de uma para outra instância. Preserva-se igualmente a autonomia de cada sínodo para eleger suas próprias prioridades, de acordo com seu contexto e sua realidade, embora em congruência com o plano geral da IECLB.
Nas instâncias nacionais da IECLB, o planejamento corresponderá aos anseios de comunidades e paróquias, ou seja, as ações estratégicas devem responder às demandas que comunidades têm para realizar melhor as suas ações estratégicas locais, o mesmo ocorrendo com os sínodos. Os setores de trabalho, departamentos e instituições, por sua vez, imbuídos desse mesmo esforço comum, terão que, em seus planos de ação, contribuir para qualificar a tarefa missionária das bases. Dessa forma, o PAMI constitui-se no fio condutor e articulador de todos os planejamentos e programas em nível nacional, regional e local da Igreja. Teoricamente, isso expressa uma visão de Plano Missionário que necessita ser corretamente articulado para que uma instância esteja integrada na outra, sendo a base de tudo a comunidade.
Cabe destacar, ainda, a necessidade de fazermos o acompanhamento e o monitoramento periódico de nosso planejamento missionário, para ver como está sendo realizado o planejado, ou seja, para verificar se as ações estratégicas e as atividades cumpridas ou em andamento estão efetivamente ajudando a alcançar os nossos objetivos. Esse acompanhamento e monitoramento da execução do plano pode ser feito a cada trimestre ou semestre e mesmo uma vez ao ano. O importante é que não deixemos de fazer essa avaliação constante, para que mantenhamos sempre no horizonte de nossa ação os objetivos que nos propusemos alcançar.
PAMI – Plano de Ação Missionária da IECLB – Linhas Mestras
Texto completo das Linhas Mestras
Há necessidade de desenvolver um processo de reflexão e de capacitação de todas aquelas pessoas que foram incumbidas de função diretiva, tanto membros leigos como obreiros, visando o aperfeiçoamento deste exercício qualitativo de direção.
(...) é preciso valorizar os colaboradores leigos, em sua especificidade. Pois além de seu dom para visitação, por exemplo, necessitam de formação teórico-prática para aperfeiçoá-lo, com vistas ao ministério da visitação. Diante da comunidade precisam ser legitimados como visitadores autorizados. Necessitam, portanto, do devido credenciamento, do chamado público. Assim como obreiros necessitam de vocação interna e externa para o exercício de seu ministério em nível nacional, também estes colaboradores leigos necessitam de tal vocação para o exercício de seu ministério em nível local.
Esse credenciamento obedece a critérios da IECLB e é por ela oficialmente reconhecido. O ato litúrgico de instalação de “colaboradores/as leigos/as” deverá acontecer em culto da comunidade. Ele obedecerá a formulários litúrgicos da IECLB, dos quais fazem parte: definição e caracterização do serviço para tempo e local definidos, palavra de envio, oração com imposição de mãos, certificado do ato de instalação.
Assim como os obreiros dos ministérios específicos necessitam de acompanhamento e formação contínua, também os colaboradores leigos precisam de formação contínua e acompanhamento por parte da liderança da comunidade e da Igreja como um todo. Tais colaboradores/as leigos/as participam efetivamente, de forma definida embora limitada, de um dos quatro ministérios específicos, reconhecidos na IECLB, sem, no entanto, substituí-lo. Poderiam ser denominados, portanto, também de “obreiros e obreiras leigas” ou de “ministros e ministras leigas”.
Posicionamento A IECLB às Portas do novo Milênio – 1999
Texto completo do posicionamento
veja desdobramento práticos: