Artigo publicado no Jornal Caiçara de 06 de maio de 2001 - Edição nº 2141 e que reproduzo aqui por se tratar de uma lembrança ao sino da Comunidade de Porto União que ainda não tem autorização para ser tocado nos horários habituais.
O Silêncio dos Sinos - por M. Daluz Augusto
Estou constantemente perguntando a moradores das imediações, como ficou em Porto União o famigerado caso dos sinos. Cantam ou se calam para sempre...
Lembro-me de algumas famílias que sempre residiram nas imediações das Igrejas e jamais foram perturbadas pelo badalar do velho bronze. Temos aí, a simpática família dos irmãos Schwegler, do inesquecível Acácio Rodrigues que formou uma bela família, ao som dolente dos sinos, duas simpáticas moças e o nosso querido Miguelzinho Rodrigues que também foi embalado pelo som amigo. Formou-se é um profissional brilhante e jamais foi, tanto ele quantos os outros, perturbado pelo badalar dos sinos.
No Paraná, toda a família, nós em idade escolar quando a mamãe chamava para a escola, dizíamos: 'ainda é cedo pois o sino ainda não tocou'... A família do Dr. Alvir Riesemberg aí está bela e formosa com Alegra, Coêma, Lêda, onde jamais partiu uma queixa contra os sinos da hoje Catedral.
Ninguém deixou de dormir, de sonhar, de fazer lições. Lembramos ainda da professora Aldair e seus irmãos que também residiam naquelas imediações da Igreja Luterana e ninguém ficou menos inteligente por crescer ouvindo o badalar dos sinos. Uma ex-moradora me disse: 'Fazíamos nossas lições, brincávamos, dormíamos, sonhávamos e acordávamos saltitantes ao som dolente dos nossos amigos de bronze'...
Que silenciaram para sempre.
Agradeço ao Jornal Caiçara e á M. Daluz Augusto, por se importar e juntar-se á nós na luta para que nossa cultura permaneça!