Instalação da Diaconisa Lovani Lilge

11/07/2021

Culto de Instalação
Culto de Instalação
Culto de Instalação
Culto de Instalação
Culto de Instalação
Culto de Instalação
Culto de Instalação
Culto de Instalação
Culto de Instalação
Culto de Instalação
Culto de Instalação
Culto de Instalação
Culto de Instalação
Culto de Instalação
Culto de Instalação
Culto de Instalação
Culto de Instalação
Culto de Instalação
Culto de Instalação
Culto de Instalação
Culto de Instalação
Culto de Instalação
1 | 1
Ampliar

O que dizer de domingo? Há foi um momento de tantos sentimentos, emoções e realizações ...
Dia 11 de julho, foi um dia muito especial, de muita alegria, dia em que fui instalada como Ministra na Paróquia Evangélica de Pedro Osório. O culto aconteceu no salão comunitário da Comunidade Bom Pastor em Morro Redondo. Agradeço a comunidade pela disponibilidade.
Em tempos de pandemia e com restrições, teve a presença de lideranças, colegas e minha família. Foi um dia de gratidão e alegria e de agradecer a Deus por poder servir aqui na Paróquia. Foi também um dia especial na minha vida, vida da minha família. Minha mãe Nilsa Lilge estava celebrando seus 86 anos de vida e pode estar presente na minha instalação. Pois, em outros momentos, como formatura, ordenação e instalação, não foi possível sua presença.

O texto de João 13.1-10, que serviu para a pregação, é como um espelho em meu servir no ministério eclesiástico. Refletindo sobre a cena, sempre me emociono e inspiro. Lembro da forma de viver, agir e servir de Jesus, quando ao cair da tarde, Ele com seu pequeno grupo de seguidores, vão jantar. Em meio à ceia, Jesus se levanta da mesa, tira a capa, pega uma toalha e amarra na cintura, pega uma bacia, prepara a água e vai lavar os pés dos discípulos. Naquela época lavar os pés de outra pessoa era um trabalho feito por escravos. Era considerado um dos piores e mais humilhantes trabalhos. Mas também era um gesto de hospitalidade, acolhimento e conforto.

Pegar nos pés é pegar nas partes calosas e machucadas, sujas, mal cheirosas. As caminhadas pelo deserto e montanhas eram cheias de pedras e machucavam muito os pés. Jesus fez o trabalho que era de um escravo. Ele serviu os discípulos lavando os pés. Lavando os pés, com a água e carinho de suas mãos, confortava os pés machucados, cansados e doídos. Pelas palavras, pela ação, gestos, atitudes Ele serviu a todos que o buscavam. Ele praticou Diaconia.

Kjell Nordstokke diz no livro (Diaconia: Fé em ação): A palavra Diaconia (=Servir) deriva de palavras gregas, cujos significados podem ser reproduzidos como: “assumir na prática”, “efetuar”, “por em pratica”, “ser útil para alguém ou para alguma coisa”. A partir disso conclui-se então que a Diaconia significa: “servir”, “preocupar-se com”, “cuidar de”, “auxiliar alguém”, “amparar”, “ajudar alguém”.

Lendo o NT observamos que Jesus faz uso do servir como regra fundamental: “...Se alguém quer ser o primeiro, deve ficar em último e servir a todos” (Mc 9.35). Estudando a vida de Jesus descobrimos que ele próprio se apresenta como Diácono. Ele diz de si mesmo que “não veio para ser servido, mas para servir e dar a sua vida em favor de muitos” (Mt 20.28). Os valores que Jesus anuncia são diferentes dos nossos. Em Lc 22.27 ele diz: “no meio de vos eu sou como quem serve”. É Ele quem nos convida: “Assim como eu vos fiz, façais vós também” (João 13.15).


Esse amor de Jesus transforma morte em vida, escuridão em luz, esperança em meio ao desespero,.... Jesus leva a sério as pessoas que o procuram. Conversa com elas, ajuda-as em suas necessidades (Mc 5.21–43). Perdoa culpa e pecado. Alivia e cura a pessoa que procura por ajuda (Mc 2.1–12).
Toma a criança como exemplo a ser seguido por sua simplicidade, confiança, pureza e autenticidade. (Mt 18.1–5). Diante de uma multidão faminta, Jesus diz a seus discípulos: “Daí-lhes vós mesmos de comer” (Mt 14.13–21). Caminha com os discípulos de Emaús e devolve-lhes a esperança. (Lc 24.13–55).
Ele ia de cidade em cidade, ensinava, pregava e curava. Ele via a multidão, entendia seus sofrimentos e apontava para a tarefa diaconal, ou seja, para o servir. As pessoas que acompanham Jesus ou que procuram ele, são pessoas que sofrem, empobrecidas, que choram, que são humilhadas, gente que tem fome e sede de justiça, gente que luta pela misericórdia, pela pureza e promove a paz, gente que tem necessidade de ouvir palavras de amor , conforto e esperança. Durante o seu ministério, Jesus ensina sobre a verdadeira felicidade.

Quem procura Jesus são pessoas desempregadas, miseráveis, cansadas, sobrecarregadas, leprosos, aleijados, cegos, mudos, enlutados, perseguidos, enfim, a todos que tem sede e fome de sua palavra. É a essas pessoas que ele dedica seu tempo e, ao ser procurado por elas, Jesus as olha com misericórdia, atenção e cuidado. Percebe que o povo está só e precisa de orientação. Assim ele caminha para ensinar, proclamar, ajudar, orientar e curar. Fala do amor de Deus o vivendo amorosamente no dia a dia. O amor é real, visível. Jesus perdoa, cura, ajuda, conversa, conforta, escuta, questiona e age. Em todos os momentos procura facilitar a vida com palavras e ações.

Hoje falta emprego, falta atendimento aos doentes, falta cidadania para os deficientes, falta segurança para o povo, falta respeito ao outro, falta educação para a solidariedade, falta o pão para quem tem fome, falta paz, falta tanta coisa....e se tudo isso não acontece é porque falta o principal: o amor.
Nós, e como também as pessoas que procuravam Jesus, “esperamos o novo céu e a nova terra nos quais habita a justiça” (2Pedro 3.13). Assim percebemo-nos incluídos junto àqueles para os quais Jesus diz: “Felizes os que tem fome e sede de justiça, porque serão saciados” (Mt 5.6).

O exemplo de Jesus nos leva à fé e a confiança em Deus, pois crer em Deus é a característica básica da pessoa cristã. É nessa fé que encontramos a identidade da Diaconia. E é a fé e a confiança que temos em Jesus Cristo que nos impulsiona a viver seu exemplo. Amamos porque ele nos amou primeiro. Nessa mesma linha seguimos seu exemplo de ajudar, perdoar, quebrar barreiras, mudar estruturas. É a partir da comunhão com seus discípulos que vem o desafio: “Assim como eu fiz, façais vós também” e “amai-vos uns aos outros como eu vos amei”.(Jo 13.14).

Entendo que a Igreja de Jesus Cristo é vocacionada a ser Igreja Diaconal. Numa realidade econômica, social, política e religiosa e em meio a uma sociedade que gera miséria e marginalidade de milhões de pessoas, que divide os cidadãos por classe, saberes, raças e credos é que se encontra a Igreja e sua ação. E, a meu ver, a Igreja não pode se limitar apenas ao discurso.

O desafio é viver o que oramos no Pai Nosso – seja feita a tua vontade, e isso significa dar sinais concretos e visíveis de uma compreensão diferente do ser humano e da sociedade civil. Neste sentido, a Diaconia também pode ser entendida como denuncia e anúncio mais humano e cristão de se relacionar e servir o próximo. A Diaconia tem a sua identidade e motivação na fé Cristã.

No dia-a-dia todos nos estamos servindo pessoas a nossa volta. Precisamos lavar os pés de muitos, para aliviar o sofrimento. Lavar os pés é também celebrar e se alegrar em comunidade. E quando fizemos isso com amor, estamos praticando Diaconia.

Quando as primeiras comunidades luteranas se formaram no Brasil lvieram pastores da Alemanha para atuarem nestas comunidades. Mas logo sentiu-se a necessidade de chamar também diaconisas ou irmãs e, a partir de 1913, vieram várias diaconisas, da Alemanha, para atuar como profissionais na área da saúde e da educação. Nessa mesma época em que vieram ao Brasil Pastores e Diaconisas, também vieram alguns Diáconos. E devido à falta de Pastores, acabaram assumindo serviços pastorais nas comunidades.

Eu estou assumindo este Campo de atividade Ministerial na Paróquia Evangélica de Pedro Osório como ministra ordenada ao Ministério Diaconal em nossa igreja. Hoje, na IECLB, temos Diaconisas, Diáconos e Diáconas atuam em Paróquias, Comunidades, em Instituições como Hospitais, Ancionatos ou Asilos, creches, etc. Esses juntos com Pastores, Catequistas e Missionários formam o Ministério Eclesiástico da IECLB.

Nós somos e fazemos parte da Igreja de Jesus Cristo. Temos dele o ensinamento, a Palavra e o exemplo prático e bem concreto. Jesus pediu que este seu exemplo prático se repetisse em nós e que, ao invés de permanecermos fechados nos templos saiamos lavando outros pés... e como tem!!!! É urgente que reflitamos como essa mensagem de amor é vivida hoje por nós, nesse tempo de Pandemia? “Eu sou o Senhor e mestre e lavei os pés de vocês. Por isso vocês devem lavar os pés uns dos outros, porque dei o exemplo para que façam o que eu fiz” (João 13.14-15).

Se Jesus perguntasse hoje para nós onde, quando e porque e como lavamos os pés de um próximo nosso o que responderíamos? Estamos conseguindo cumprir esta ordem de Jesus? Jesus nos envia para enfrentar os perigos de um mundo desumano, injusto, incoerente e sofrido. Ele nos envia para praticarmos o amor, o amor que é doação. Jesus nos convida para levarmos a sério em nossa vida e na nossa vivência comunitária o seu exemplo de humildade e amor. Ele diz: “Agora vocês conhecem esta verdade e, se a praticarem, serão felizes”.

Comunidade serve para confortar os pés doloridos; estar junto com os irmãos e irmãs nos momentos de alegria e festa, mas também ajudar nas dificuldades da vida; consolar, viver em comunhão... Enfim, servir e amar uns aos outros mesmo nas diferenças, pois temos uma mensagem de vida e esperança que vence inclusive a morte.

Dia da instalação....Chegar diante de Deus, da comunidade, assistentes, amigos e os familiares presentes ou que no pensamento e oração estão conosco nesse momento é motivo de gratidão, alegria e emoção. Agradeço a Deus, pela Paróquia que me elegeu para aqui servir como Ministra. Quero caminhar junto à IECLB na Paróquia Evangélica de Pedro Osório. E juntos queremos seguir o caminho da verdade, nos engajar na Missão de Deus, lavar os pés... Aqui não chego com receitas prontas, pois para mim, é um novo campo. Porém a comunidade existe, tem sua historia, seu jeito. E juntos vamos caminhar, trabalhar, vendo possibilidades,.... Com certeza, assim como aqui existe um jeito de trabalhar, eu também tenho o meu jeito. Talvez diferente, mas não menos importante. Lembremos que o Apóstolo Paulo (1Co 12) fala que todos somos parte de um corpo, que é o corpo de Cristo, todos somos responsáveis para que o corpo de Cristo viva em harmonia, união, amor, ouça a palavra de Deus, caminhem juntos. Martim Lutero também disse: se um membro do corpo sofre, todos sofrem com ele. Que nunca esqueçamos que todos são necessários e importantes neste corpo.


Clamemos a Deus para que o Espírito Santo nos oriente e que no dia-a-dia sejamos seus instrumentos, capazes de levar sinais de salvação a todos os cantos do mundo e de forma especial, agora aqui, na Paróquia.

Agradeço a todos que estiveram presentes, pelas palavras, canções, pelos mimos... há são tantas coisas...ainda estou refletindo, pois tudo é muito significativo e importante para minha vida, para meu servir aqui na Paróquia.  

COMUNICAÇÃO
+
Deus enxerga as profundezas do coração, enxerga mais profundamente que nós.
Martim Lutero
© Copyright 2024 - Todos os Direitos Reservados - IECLB - Igreja Evangélica de Confissão Luterana no Brasil - Portal Luteranos - www.luteranos.com.br