IECLB quer assumir Água como um de seus temas prioritários

11/12/2009

Participantes contam como está a questão da água nos seus países
Tecnologia dos coletores de névoa auxiliam na captação de água para a agricultura familiar
Foram realizadas visitas a grupos comunitários da periferia de Lima que mudaram sua realidade
Participantes vieram de diversos países
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A água deve ser acessível para todos e para todas, pois é o sangue da Mãe Terra”, disse a congressista peruana María Sumire durante a Conferência “Água para a Vida e para a Criação”, realizada em Lima, no Peru, de 23 a 25 de novembro. O encontro foi promovido pela Rede Ecumênica da Água (REDA) e pelo Conselho Latino Americano de Igrejas (CLAI). A REDA é uma rede mundial de igrejas e de organizações cristãs que busca a tomada de consciência sobre a crise da água e que promove o intercâmbio de informações. O Conselho Mundial de Igrejas (CMI) abriga a Secretaria da rede e ajuda na cooperação entre seus membros. O CLAI integra a REDA.
 
O encontro reuniu obreiros e obreiras de diversas denominações religiosas, sacerdotes, leigos, técnicos e administradores ambientais, líderes de movimentos sociais e políticos, geólogos, sindicalistas, jornalistas, representantes de ONGs e líderes comunitários de povos nativos, vindos da Costa Rica, Guatemala, El Salvador, Brasil, Colômbia, Peru, Bolívia, Equador, Argentina, Chile, Paraguai e Alemanha.

A IECLB esteve representada pelo assessor da Presidência pastor Mauro Souza. De acordo com ele, o encontro tratou da abordagem da água a partir dos direitos humanos. “A água é um direito básico de todas as pessoas”, disse, relatando também que os debates reforçaram a idéia de que a água deve ser suficiente, potável e acessível para uso pessoal e comunitário. O uso da água deve ser analisado a partir de uma perspectiva ético-teológica, que desafia as igrejas a assumirem uma postura crítica e de denúncia frente à realidade que nos mostra que a água está nas mãos de poucos. Os setores mais empobrecidos e vulneráveis são os que pagam mais alto por um bem ao qual praticamente não têm acesso, resultado de um modelo de desenvolvimento que oprime o mais fraco. “As igrejas não podem ficar impassíveis frente ao fato de que 1,1 bilhão de pessoas no mundo não têm acesso à água,” relatou Souza.

“Deus está no centro dos valores e atitudes – Ele não é um dogma. Ser cristão hoje não é apenas uma declaração de fé. Relacionar-se com Deus é se relacionar com os direitos de todas as pessoas”, afirmou o pastor Rafael Goto, do Centro Cristiano de Promoción y Servicios. O presidente do grupo diretor da REDA, Michael Windfuhr, disse por sua vez que é obrigação dos Estados de respeitar, proteger e garantir o acesso à água. “Nenhum Estado tem o direito de controlar o seu uso.”

A discussão central do encontro foi sobre a necessidade da gestão dos recursos hídricos estar respaldada por comunidades organizadas em torno da defesa do direito à água. Vários participantes contaram as experiências dos seus países, onde lideranças comunitárias vêm ocupando todos os espaços possíveis de incidência política na luta por essa idéia, muitas vezes correndo risco de vida.

Além das palestras e trabalhos em plenária foram realizadas visitas de campo à periferia de Lima para verificar exemplos da força de organizações cidadãs que assumiram seu papel de agentes de mudança e transformaram suas comunidades.

No final da consulta, estabeleceu-se um mecanismo de continuidade e acompanhamento dos compromissos assumidos – pessoais ou institucionais – cujas linhas de ação apontam para o fortalecimento da reflexão bíblico-teológica sobre o tema; a informação e educação cidadã; a participação e incidência pública e política; o fortalecimento de redes ecumênicas locais, nacionais e regionais. (Fonte: CMI e IECLB)

Fotos: CMI/REDA


 

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