História da Obra Gustavo Adolfo

“Façamos o bem a todos, mas principalmente aos da família da fé (Gálatas 6.10).”


A história da Obra Gustavo Adolfo (OGA) no Brasil começa muito antes de sua fundação oficial, que se concretizou em 16 de janeiro de 1910. Com a fundação do Sínodo Riograndense, em 1886, tanto o Sínodo como as comunidades foram colocadas diante de grandes desafios: criação e manutenção de escolas e comunidades. Construção de igrejas, casas comunitárias e paroquiais, suporte financeiro para a subsistência de professores e pastores, auxílios para o fortalecimento de comunidades e missão da igreja, formação de obreiros.


O OGA mais antiga encontra-se na Alemanha. Ela foi fundada em 06 de novembro de 1832, com o objetivo de apoiar minorias confessionais na diáspora. Os Sínodos existentes no Brasil, que mais tarde constituíram a Igreja Evangélica de Confissão Luterana no Brasil (IECLB), passaram a receber auxílios desde a metade do século 19. A IECLB tem até hoje uma expressiva parceria com a OGA alemã, que concede anualmente auxílios para construções diversas e projetos missionários. A OGA alemã é a parceira do exterior mais antiga da IECLB. É uma parceria muito cara e, por isso, cultivada com carinho tanto pela IECLB como pela OGA-Brasil.


A idéia de criar uma obra com esses objetivos também no Brasil. Inspirou-se na OGA alemã. Aqui, comunidades passariam a ajudar comunidades. Pastores, principalmente, mas também membros da igreja, preocupados com a edificação de comunidades e com os seus irmãos e suas irmãs de fé, formaram grupos locais de OGA como instrumento de apoio a iniciativas e serviços locais. Isso se deu no fim do século 19 e início do século 20. Contudo, não foram iniciativas muito exitosas. Mas os mentores da idéia não esmoreceram. Em 16 de janeiro de 1910, no mesmo dia em que foi inaugurada uma escola comunitária em Hamburgo Velho-RS. O pastor de Rio Grande, Erwin Hübbe, que mais tarde se tornaria o representante da Igreja Evangélica da Alemanha junto ao Sínodo Riograndense, foi o pregador no culto daquele dia. Ele conclamou as pessoas presentes para fundar a Obra Gustavo Adolfo no Brasil. Estava presente regular número de membros e pastores de outras paróquias, interessados na criação da entidade. Estiveram reunidos por dois dias. Aprovaram um estatuto bastante enxuto, que falava da organização, dos objetivos, dos associados e da coordenação. A primeira diretoria esteve composta

do P. Friedrich Pechmann, presidente, Prof. Samuel Dietschi, tesoureiro, P. Dr. Wilhelm Rotermund, P. Erwin Hübbe, e do tipógrafo Paul Saile. É o tempo em que também surgem as sociedades femininas nas comunidade, com o fim de apoiar os serviços e iniciativas locais. Um grupo assim, por exemplo, surgiu na própria Comunidade de Hamburgo Velho-RS, com o nome de “Sociedade Gustavo Adolfo de Senhoras e Senhoritas de Novo Hamburgo e Hamburgo Velho em Hamburgerberg”. Assim, OGA e grupos de OASE têm, em termos de solidariedade comunitária, raízes comuns. As OASEs têm sido e são fundamentais para a vida de muitas comunidades locais. E a OGA vem prestando relevantes serviços de apoio solidário e financeiro a comunidades no âmbito maior da igreja.


Através da OGA foram arrecadadas grandes somas para as comunidades e instituições da igreja. Nas duas Guerras Mundiais, quando os auxílios da OGA alemã cessaram, a OGA brasileira redobrou seus esforços. No Rio Grande do Sul, inclusive fez aportes financeiros para o orçamento do Sínodo Riograndense. E para incutir desde cedo o espírito de solidariedade nas crianças e jovens da igreja, foi criada a “Coleta Infantil” anual. Foi uma iniciativa do Pastor Pechmann, em 1917. Ela tem sua continuidade hoje na Ação Confirmandos.


No ano de 1922, foi fundada a Obra Gustavo Adolfo em Santa Catarina para auxiliar comunidades e escolas no Sínodo Evangélico de Santa Catarina e Paraná. No mesmo ano, o Sínodo Evangélico do Brasil Central criou a sua OGA. A finalidade primeira era a de arrecadar recursos para o trabalho da igreja junto trabalhadores evangélicos nas plantações de café no Estado de São Paulo e que viviam em situação de carência material e espiritual.

Os dois Sínodos destinavam, anualmente, uma coleta para a Obra Gustavo Adolfo do Sínodo Riograndense.


Ao longo dos anos, o objetivo principal da OGA permanece inalterado: ajudar paróquias e comunidades em situações de dificuldade e adversidade, especialmente em situação de isolamento, apoiar a formação de obreiras e obreiros, socorrer comunidades em momentos de catástrofes. Um levantamento dos auxílios concedidos mostra que em todos os cantos do Brasil existe uma semente lançada pela OGA. Ao mesmo tempo, é preciso dizer os recursos da OGA também provêm de comunidades em todos os quadrantes do Brasil.



 

Ninguém deve fazer tudo o que tem direito a fazer. Cada qual deve olhar para o que é útil e o que é benéfico para o seu irmão, para a sua irmã.
Martim Lutero
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