História da Paróquia Evangélica de Confissão Luterana em Domingos Martins/ES

Desde 1847 em Domingos Martins

Campinho 1
Campinho 2
Campinho 3
Campinho 4
20180711_062834
20180711_064218
20180711_063022 (2)
20180711_143625
20180711_143744
20180711_144102
20180711_144150
1 | 1
Ampliar


Os primeiros imigrantes alemães chegaram à capital do Espírito Santo no dia 21 de dezembro de 1846 (Véspera do Natal). O primeiro trabalho realizado no Estado foi o calçamento da Praça João Clímaco e ergueram a primeira árvore natalina na praça para comemorar a chegada do natal. Permaneceram alguns dias em Vitória e, então, seguiram para a colônia de Santa Isabel, precisamente na Serra da Boa Vista, onde se radicaram a 27 de janeiro de 1847.

Eram 39 famílias, das quais 16 famílias pertenciam a Igreja Evangélica de Confissão Luterana, que viajaram para a Serra da Boa Vista, os homens a pé e as mulheres e crianças em canoas pelo Braço do Sul do Rio Jucu. Em Boa Vista foram erguidas a primeira capela protestante e a primeira casa pastoral. Mas neste local se estabeleceram por pouco tempo. Os colonos realizavam os cultos em uma capela, onde hoje se encontra o Marco da Imigração Alemã. Os colonos luteranos tiveram desentendimentos com os católicos e então resolveram subir mais um pouco e fixaram-se no local por eles denominado “Campinho Berg” (que significa campinho na montanha). Neste lugar ergueram a sua Igreja, no centro do atual cemitério. E a partir daí construíram suas casas e montaram uma pequena vila.

As famílias protestantes passaram seus primeiros anos aqui sem assistência espiritual. Os que tiveram recursos foram até o Rio de Janeiro, onde a embaixada da Alemanha mantinha uma Comunidade Protestante, para batizar os filhos ou celebrar o casamento religioso. A primeira visita de um pastor protestante ao Vale do Jucu foi ao mês de novembro de 1856 realizada pelo Pastor Eugen Schmidt, do Rio de Janeiro. Durante sua visita, que durou cerca de 3 ou 4 dias, realizou vários cultos, 37 batismos e 7 casamentos.

Mas o primeiro pastor residente – Julius Koenig – junto ao grupo só veio em janeiro de 1858. Esse, porém, veio a falecer seis meses depois em circunstâncias misteriosas, assim como seu sucessor, Konstantin Held, que chegou em agosto de 1959 e faleceu em dezembro do mesmo ano.

Após uma vacância de quase um ano, registramos a primeira época promissora da Paróquia durante a gestão do Pastor Heinrich Eger, de novembro de 1860 até maio de 1866. Nesse período foi transferida a sede da Paróquia de Boa Vista para “Campinho” construída a Casa paroquial e também o novo templo, inaugurado em 20 de maio de 1866.

Nos 14 anos seguintes, atuaram ali três pastores. Foram eles:  Otto Fiege, novembro de 1860 a maio de 1866; Miachel Mehl, 1871 a 1878; e Johannes Schaeffer, 1878 a 1879.

O sétimo pastor, Wilhelm August Pagenkopf (1880-1887), liderou a construção da torre da igreja em Domingos Martins. Naquela época era proibida por lei a construção de torres em templos não católicos. Dizia o Art. 5° da Constituição Imperial: “A Religião Catholica Apostólica Romana continuará a ser a Religião do Império. Todas as outras Religiões serão permitidas com seu culto doméstico ou particular em casas para isso destinadas, sem forma exterior de Templo.” Em uma viagem, na companhia do Pastor Pagenkopf, o Sr. Johann Nikolaus Velten esteve no Rio de Janeiro. Lá, teve a oportunidade de ver e visitar várias Igrejas com belíssimas torres e sinos com sons maravilhosos. Surgiu, então, a ideia de se construir uma torre na Igreja de Campinho. Para surpresa dele, ficou sabendo da proibição e, então, ficou revoltado com aquele dispositivo constitucional e o considerou uma grande discriminação. Retornando a Campinho, reuniu um grupo de pessoas, por ele liderado, para iniciar os trabalhos. Com muita fé, esforço e luta, a obra foi executada, instalando, inclusive os sinos que mandaram comprar na Alemanha.

Assim em 30 de janeiro de 1887, com grande festejo, foi inaugurada a torre da igreja e seus três sinos. A Igreja de Domingos Martins é o mais antigo templo protestante, ornado com uma torre, no Brasil e na America Latina.

Entre os dez pastores que, até 1936, seguiram o Pastor Pagenkopf, distinguiram-se os Pastores Eduard Ferdinand Graetsch, pela influência espiritual que exerceu sobre a Paróquia, e Karl Bielefeld pelo trabalho edificante e pela conservação da herança da Igreja Protestante. Realizou-se a urbanização do Templo de Domingos Martins. Renovou-se o altar, foi cercado dignamente o cemitério junto à Igreja, foi erguido o monumento da imigração alemã, em 31 de janeiro de 1937 foi realizada a inauguração do Relógio da Torre, obra-prima do Sr. Johann R. Schorling. Durante a segunda guerra foi afastado o Pastor Bielefeld, assumindo o leigo Theodoro Schwambach, encarregado pelo Sínodo Evangélico Central do Brasil para o exercício das funções pastorais nas Paróquias de Domingos Martins, Califórnia e Rio Ponte.

Em 1895, a colônia sofria pela epidemia de febre amarela, que matou vários colonos, assim reuniram-se os católicos e luteranos e fizeram um Dia de Penitência para acabar com a doença. As últimas mortes se deram no dia 20 de janeiro de 1895, em agradecimento a graça obtida, o dia foi consagrado pela Paróquia de Domingos Martins e até hoje é celebrado um culto de agradecimento, tendo tornado-se feriado municipal.

Entre 1951 a 1963 permaneceu na Paróquia o Pastor Siegmund Wanke que fundou ao Ginásio do CNEC.

O Pastor Herman A. Bertlein foi o primeiro pastor brasileiro nato, que deixou a Paróquia uns meses antes da celebração do centenário da Igreja de Campinho (1966). Festejou esta data magna, com uma grande festa, o Pastor Karl Ernst Schneider que logo em seguida assumiu a Paróquia.

O Pastor Karl Ernst G. Schneider chegou em 12.02.66 e criou as comunidades de Biriricas, Marechal Floriano, Ponto Alto e Aracê. Construiu o Hospital provisório (1973) e o definitivo Hospital Dr. Arthur Gerhardt (FHASDOMAR - Fundação Hospitalar e Assistência Social de Domingos Martins), com verbas provenientes da Igreja Luterana da Alemanha. Ele foi o último pastor da Alemanha em Domingos Martins. Faleceu em 13.09.85.

O Pastor Lorival Reblin permaneceu na Comunidade de 1985 a 1996, criou trabalhos de grupos, grupo de estudos bíblicos e iniciou os festejos da Sommerfest - Festival da Imigração Alemã, criou também os grupos de apoio a pessoas com deficiência e de estudos.O trabalho na área do culto infantil iniciou na época em que P. Reblin atuou na paróquia. Nesta mesma época também foi instituído o café dos idosos que acontece semestralmente na Comunidade de Domingos Martins, acompanhado de uma meditação. O P. Lorival afastou-se de suas atividades na paróquia em fevereiro de 1996 por motivos de saúde, vindo a falecer tempos depois.

Em 1994, chegou à Paróquia de Domingos Martins o Pastor Valdir Weber, que coordenou as atividades até dezembro de 2009 destacando os trabalhos de música, liturgia, encontros de Quaresma, Reforma e Advento e formação de lideranças. O P. Valdir transferiu-se da Paróquia em dezembro de 2009. Para dar continuidade aos trabalhos, foi enviado pela direção da IECLB o pastor Valdeci Foester, que foi homologado na reunião do Conselho Paroquial ocorrida no dia 04 de janeiro de 2010. No dia 13 de maio de 2010, dia da Ascensão de Cristo, foi instalado o pastor Valdeci Foester, que permaneceu até 31 de janeiro de 2016.

Em 01 de outubro de 2015 inicia seus trabalhos na Paróquia, em tempo parcial, a Diácona Irléci Klitzke Thomas.

E em 01 de fevereiro de 2016 assumiu os trabalhos pastorais o P. Eloir Carlos Ponath, sendo instalado em 21 de fevereiro de 2016. Seu trabalho fez uma grande transformação na Paróquia, dando ênfase à união das comunidade e dos membros, à transparência e eficiência na administração da Paróquia, ao planejamento missionário que vise meios para um futuro próximo bem como para um futuro distante, à espiritualidade, ao engajamento sincero e dedicado das lideranças e ao fiel testemunho da fé luterana. O período em que o P. Eloir atuou representou um enorme crescimento na Paróquia no que diz respeito à missão e à seriedade do ser luterano. Sua atuação deu novo ânimo, visão e embasamento para continuar firmes e de maneira responsável os projetos sonhados pela Paróquia. Sob sua coordenação e incentivo, foi reformado o templo de Alto Biriricas, sendo construída uma torre com 3 sinos automatizados nos mais modernos quesitos. Deu-se grandes passos na construção do templo em Jucu, tendo sido terminado internamente. Em Chapéu, o templo ficou pronto para a inauguração (que só foi adiada por motivo da Pandemia do Novo Coronavírus - impossibilitando o P. Eloir de estar presente na inauguração). Na Comunidade de Domingos Martins, o P. Eloir motivou e coordenou importantes progressos, dentre eles: reforma e conservação do templo (que é também patrimônio histórico estadual), instalação de letreiro de identificação externa no templo e no pavilhão, modernização do equipamento de som, instalação de tela de LED para uso nas celebrações (também instalados em Alto Biriricas e em São Bento do Chapéu), adequação e melhor uso do Pavilhão Luterano e demais salas da comunidade. Na secretaria paroquial, o P. Eloir modernizou e informatizou todo o sistema de cadastro de membros, além de instituir os registros por meio digitalizado das atas paroquiais e dos livros de registro de ofícios (batismo, confirmação, bênção matrimonial e óbitos). Ainda sob coordenação do P. Eloir, a Paróquia teve seus primeiros cultos transmitidos via Internet. O P. Eloir atuou nesta Paróquia até o dia 31/05/2020.

(fonte: arquivo histórico da paróquia)

Em todo o universo, não há nada que possa nos separar do amor de Deus, que é nosso por meio de Cristo Jesus, o nosso Senhor.
Romanos 8.39
© Copyright 2024 - Todos os Direitos Reservados - IECLB - Igreja Evangélica de Confissão Luterana no Brasil - Portal Luteranos - www.luteranos.com.br