O Fórum Nacional de Missão da IECLB foi aberto com a lembrança das palavras bíblicas de Mateus 28.18-20 e de João 3.16, que apontam para o amor que Deus revelou em Jesus Cristo, que perfaz o centro e o conteúdo da missão da igreja.
Programa “com gente” – Iniciou na tarde desta quinta-feira, 13 de julho, o Fórum Nacional de Missão, que vai até o próximo domingo de Florianópolis. A apresentação do programa, foi feita através da apresentação das pessoas: dos representantes dos sínodos, assessores, organização e pessoas envolvidas na preparação e execução do Fórum, formando um programa com gente, com mais de 80 pessoas dispostas a contribuir para a caminhada de nossa igreja.
Com é de praxe nos Fóruns Nacionais um grupo foi convidado para preparar as liturgias, iniciando com a montagem da Rosa de Lutero, que expressa tão bem a tarefa de ser igreja. “A cruz não se separa do coração” destacou a díacona Sissi Georg, lembrando que o amor e o serviço estão no centro e explicando a seguir os elementos do símbolo, com o motivação para o início do Fórum. Depois, as cinco pétalas brancas da paz e justiça, dois lados da mesma moeda- pois uma pressupõe a outra. Também o azul, o céu, a certeza de que Deus reina, de que é a luz, de que ao mesmo tempo é dádiva e tarefa: “enviados somos coma mensagem da salvação”. Já o círculo dourado, que lembra que Deu nos dá tudo o que precisamos: Deus providencia alimento, comunhão, esperança e aponta para um futuro quando tudo será pleno.
Elementos para o Fórum – O Pastor Presidente de nossa Igreja, Walter Altmann, destacou a importante caminhada que estamos fazendo a partir da realização e reflexão dos Fóruns Nacionais: Contexto e Identidade, em 2004; Fé, Gratidão e Compromisso, e Reestruturação, 2005, e também através do tema e lema de trabalho deste ano. O líder destacou também o momento oportuno da realização do evento, passados seis anos do lançamento do Plano de Ação Missionária da IECLB (PAMI), para uma avaliação e nova projeção dos fundamentos, preparando para o ano de 2007, onde a missão deve ser o centro da caminhada.
“A igreja é essencialmente missionária, a missão não é opcional, ocasional. A missão é necessariamente parte da igreja e portanto deve estar sempre presente” – frisou Altmann, lançando alguns pontos para reflexão no Fórum. No contexto da IECLB,com toda a sua diversidade, foi destacado o consenso de que a missão é essencial hoje existe, e este é um passo muito importante. E isso nem sempre foi assim: em dado momento da história de nossa igreja lideranças questionavam a condição missionária da igreja, respondendo que a IECLB deveria apenas acompanhar seus membros e olhar para dentro. “Há muito para desenvolver ainda” – lembrou Altmann.
Em sua fala ele também relatou a existência de divergências quanto à concepção teológica de missão e no jeito com deve ser desenvolvida, destacando porém que nem sempre estas diferenças são conflituantes, mas muitas vezes complementam-se, constituindo-se uma experiência integral. Ë com esta convicção que Altmann vê no Fórum Nacional de Missão um rico espaço para o compartilhar, ainda que “nem de longe esgotam tudo o que é realizado em nossa igreja, seja nos campos missionários ou mesmo em nossas comunidades tradicionais.”. Neste sentido, Altmann falou de sua expectativa de que no evento seja de fato avaliada a consistência de nossa proposta missionária, em uma caminhada de unidade, em um esforço conjunto, sem individualismo ou competição.
Rosto da IECLB – Nos pontos destacados por Altmann na abertura do Fórum Nacional de Missão também esteve o “rosto da IECLB”, que segundo o nosso Pastor Presidente está em transição e para exemplificar isso, ele lembrou três exemplos. O primeiro, de sua recente participação na Assembléia do Sínodo Mato Grosso, quando constatou que cerca de 25% dos representantes não eram luteranos por tradição familiar, mas por opção: “foi uma agradável surpresa”, disse Altmann.
O segundo exemplo é na comunidade em que participa, em São Leopoldo, RS, no qual acompanha pelo informativo da comunidade o crescimento da diversidade e “brasilidade” dos sobrenomes nos comunicados da casamento, admissões, batizados...
O último exemplo trazido por Altmann foi a lembrança de sua participação em um programa de rádio, quando da vista integrada da presidência ao Sínodo Sul Riograndense. Questionado sobre o quanto a IECLB era ainda uma “igreja de alemães”, ele falou que a origem histórica de nossa igreja é motivo de gratidão e reconhecimento, mas que o perfil da igreja está mudando: “tanto que o primeiro vice-presidente de nossa igreja tem sobrenome Severo Pinto, e o pastor sinodal é Signorini”
Porta de entrada ou de saída? – Altmann também trouxe para a plenária o contradição que ao mesmo tempo que atraímos novos membros, também perdemos e há quem afirme que a confirmação é a maior porta de saída de nossa igreja, que ainda tem muitas dificuldades para trabalhar com os jovens. “Não podemos mais contar só com o crescimento vegetativo ou a tradição. Precisamos de paixão!”, destacando por isso a importância da caminhada da formação cristã contínua, a partir do batismo, onde a igreja quer estar presente em todas as etapas da vida.
Precisamos ir além fronteiras? Com faremos? Vamos copiar outras fórmulas? Ou aprender com as diversas experiências, aplicando-as a nossa confessionalidade? Estas algumas das perguntas trazidas por Altmann para reflexão. “Não somos anti-pentecostais, ou anti-carismáticos...temos diferenças, respeitamos e perguntamos o que podemos aprender.” - comentou Altmann lembrando que como igreja ecumênica devemos estar dispostos à cooperação e à caminhada conjunta sempre que existir a unidade em Jesus Cristo e que a nossa Igreja é um espaço alternativo para a religiosidade plural. Nesta perspectiva ele destacou as mudanças no cenário religioso brasileiro, no qual cresce consideravelmente o percentual das pessoas que se dizem sem religião, e que esta poderia ser uma de nossas perspectivas: “podemos ser um motivo de encantamento das pessoas com a religiosidade.”
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