Na seqüência das exposições da tarde a diácona Ingrit Vogt, coordenadora de projetos de missão, apresentou o retorno recebido dos 18 sínodos que integram a nossa igreja sobre a aplicação, vivência e reflexos do PAMI. Um aspecto importante ressaltado pela obreira é que a metodologia adotada pelos sínodos para responder, foi bastante distinta: alguns tiveram a iniciativa de repassar as perguntas para suas comunidades, outros discutiram em reuniões do conselho sinodal, tendo outros deixando a cargo do pastor sinodal ou de algum assessor do sínodo.
Alguns dados surpreenderam a plenária como o fato de que se as metas do PAMI tivessem sido alcançadas, quanto a relação de no máximo mil pessoas batizadas por obreiro, teriam sido abertos mais de 360 campos de atividade ministerial.
A partir dos retornos, Ingrit também comentou que há brechas na conceituação da missão, que não explicita a importância de “ser igreja na sociedade”, que não ajuda a responder a pergun-ta: por que participar? Muitas vezes dá-se mais ênfase na missão interna.
Uma das constatações é a de que faltou planejamento para viabilizar recursos financeiros. E esta carência de sistematização reflete-se também na falta da cultura de registrar toda a amplitude e riqueza do que é realizado:o trabalho voluntário, as pessoas que passam por cursos de capacitação, formação, existe muito pouca memória, pouca documentação – dados que seriam necessários para avaliar e fortalecer a caminhada, possibilitando metas bem objetivas.
Dentre os exemplos, o anúncio de que metas do PAMI como a de aumentar a rede de capelania, tiveram baixo alcance em 55% dos sínodos, deixando de lado grandes perpectivas de missão: “Ampliar a missão é também ampliar a oferta de campos de atividade ministerial”- destacou Ingrit comentando o dado.
Desafiadora, a coordenadora de projetos da IECLB questionou se estamos de fato respondendo as necessidades ou tentando criar novas, salientando a importância do resgate da auto-estima luterana, que motiva o engajamento e a participação e também a criação de parcerias internas, através das quais é possível caminhar e viver um igreja de fato nacional.
Nos diálogos posteriores a apresentação destes dados surgiu a preocupação com formação teológica em relação ao tema “missão”: como os centros de formação tem trabalhado a questão missionária? Que tipo de visão missionária os estudantes recebem nos centros de formação? Da mesma forma, despontou a preocupação da visão dos obreiros da IECLB em relação à missão: como eles trabalham questões como a do dízimo, da sustentabilidade financeira, do planejamento comunitário e da visão missionária em suas comunidades?
Breve pausa para a janta e à noite, Ingrit apresentou uma exposição sobre os mais de 100 projetos missionários que existem hoje em nossa Igreja, citando nossos parceiros do exterior e destacando uma grande conquista: a primeira parceira 1005 brasileira: um consórico entre a Legião evangélica, a Obra Gustavo Adolfo e a Ordem Auxiliadoras das Senhoras Evangélicas - OASE, que está mantendo um projeto no sul do Pará.
Ela destacou a importância de roteiros para análise de projetos, que viabilizem sua sustentação e ajudem a definir claramente nossas prioridades, reconhecendo por exemplo, que alguns projetos nunca serão autosustentáveis, mas devem ser mantidos pois mantêm vivo o compromisso e o impulso missionário em nossa Igreja.
A obreira também salientou que não deveríamos ter uma atitude hiper-crítica em relação à nossa história, valorizando valorizar o que já temos em ter-mos de projetos e iniciativas missionárias e olhando para o futro com clareza e disposição para distinguir com sabedoria quais os projetos que precisarão de apoio e projetos que deverão ter cortes de verbas.
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