Estudantes participam de curso sobre Ecumenismo e Diálogo Interreligioso em São Paulo

15/08/2011

No mundo em que cada vez mais se tem a necessidade de uma mudança do atual modelo de dominação dos seres humanos sobre os recursos naturais e das relações sociais, somos chamados a pensar e a construir um novo mundo possível, fraterno e justo. Atendendo a este chamado, os estudantes de teologia Célio Trindade, Denise Süss, Fabiano Pereira e Pâmela Milbratz participaram, de 29 de junho a 16 de julho, em São Paulo, do “Curso de Ecumenismo e Diálogo Interreligioso” promovido pelo CESEP e apoiado pelo Conselho Nacional de Igrejas Cristãs do Brasil (CONIC).

O tema central do curso foi Terra e Humanidade Ameaçadas: desafios às religiões e buscou refletir sobre o papel das religiões diante dos problemas do mundo de hoje. A “crise ambiental” em que vivemos nos coloca diante de uma ameaça à vida. Esta ameaça é fruto de um modelo civilizatório baseado na exploração predatória da natureza, das rupturas dos laços fraternos entre os povos e da diluição dos valores como fraternidade e solidariedade. A sociedade atual baseado no consumismo, no desperdício e na desigualdade social representa um desafio às diversas tradições religiosas que buscam uma vida feliz para a humanidade. Neste sentido, o diálogo interreligioso pode ser visto como sinal de esperança profética diante do sentimento de fragmentação e indiferença no qual vivemos.

Na avaliação do estudante Célio Trindade, a humanidade vem perdendo a mística e o encantamento com o mundo e na relação com o próximo. Todavia, afirmou, a riqueza do pluralismo religioso no nosso contexto mostra que é possível resgatar de forma aberta e rica a grata experiência de se relacionar com o mundo de forma mais apaixonante.

Tocada pela proposta do curso que levou os participantes a conhecerem melhor as mais diversas formas de religiosidades como candomblé, umbanda, budismo, hinduísmo, islamismo, judaísmo, espiritismo e religiões indígenas, Denise Süss enalteceu a possibilidade de diálogo junto aos praticantes de cada uma das expressões religiosas representadas no evento. “Além disso, as visitas aos espaços sagrados e às celebrações da maioria destes cultos, além de nos colocar em contato com a riqueza de cada forma de se relacionar com Deus, fez perceber que o diálogo interreligioso se dá também no dia a dia na luta por um mundo melhor”, pontuou.

Para Pâmela Milbratz, o ponto alto do encontro foi o convívio e a troca de saberes junto a pessoas de diferentes experiências de fé. “Esse curso me fez perceber que a minha verdade não é a única e que, a partir do momento em que me aproximo do outro, realizo esse movimento com o intuito de perceber a verdade que já existe nele”, frisou.

O estudante Fabiano Pereira resumiu suas experiências pelas palavras do professor e babalorixá Dr. Rui Povoas, de Ilhéus, na Bahia, que disse que o sagrado sempre encontra formas de se manifestar a revelia da evolução dos credos e da religião constituída. Do mesmo modo, destacou, as populações sempre conseguem reencontrar a sua fé original, a exemplo do que fazem as populações afro brasileiras que têm no candomblé e na umbanda a expressão genuína da sua fé.

O “Curso de Ecumenismo e Diálogo Interreligioso” reuniu 31 participantes do Brasil e de Cuba, representando movimentos sociais, igrejas, religiões e público em geral. Ao término do encontro, os estudantes da EST receberam certificado de Extensão Universitária, outorgado pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo/PUC-SP.

Jornalista Responsável: Micael Vier Behs

 

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