O dia 8 de março é um dia de memória das lutas de mulheres ao redor do mundo, para que a vida da humanidade tenha dignidade. É um dia para celebrar, agradecendo as conquistas e intercedendo por novos impulsos para continuarmos na busca e construção de um mundo onde as relações entre homens e mulheres condizem com a vontade e o propósito de Deus.
Dois fatos são lembrados nesse dia: a organização de mulheres operárias que lutaram por uma redução da jornada de trabalho e melhores salários, que foram queimadas na fabricava em que trabalhavam, em 1857, nos EUA. E a greve de mulheres tecelãs e costureiras de Petrogrado, na Rússia, que saíram às ruas pedindo pão e paz, em plena Guerra Mundial.
Infelizmente, a história das mulheres nem sempre foi marcada por conquistas. Em muitos lugares do mundo ainda falta mudar muita coisa para que a mulher tenha seus direitos respeitados.
Guardei comigo o recorte de um jornal que relata a opinião de uma atriz bem conhecida:
- Como a senhora compara as dificuldades das mulheres da sua geração com as enfrentadas hoje?
Fernanda Montenegro respondeu:
- Acho que chegamos à calçada, precisamos atravessar a rua. Mas enquanto houver o Dia Internacional da Mulher, a Delegacia da Mulher, esse tipo de memorial, é porque ainda não está legal. Cabe a cada geração dar um passo adiante e fazer o companheiro entender que esse passo não é para se afastar dele ou negá-lo, mas tentar trazê-lo lado a lado. (Fonte: ZH, 6/03/2005)
E as estatísticas apontam que:
- 19% das mulheres brasileiras (uma em cada cinco) sofre algum tipo de violência;
- uma brasileira apanha a cada 15 segundos;
- quase 7 milhões já foram espancadas, resultando em cortes, marcas ou fraturas;
- mais de 6 milhões foram violentadas sexualmente;
- a brutalidade contra as mulheres não faz distinção de idade ou classe social;
- os agressores são, em sua maioria, o marido, o parceiro, ou ex-companheiro.
E em meio a isso tudo pergunto pelo nosso testemunho cristão. No relato bíblico da vida com Jesus, as mulheres nunca são discriminadas. Elas estavam lá desde o início e foram apóstolas, discípulas, evangelizadoras, financiadoras e interpeladoras. Jesus aceitou-as e não as discriminou pelo facto de serem mulheres”.
Os evangelhos citam várias vezes as mulheres que seguiam Jesus “desde a Galileia”, onde ele começara o seu ministério de pregador itinerante. No momento da crucificação, são elas que estão junto a Ele. Lê-se no evangelho de Mateus: “Algumas mulheres estavam ali, olhando de longe. Eram as que tinham acompanhado Jesus desde a Galiléia e o haviam ajudado. Entre elas estavam Maria Madalena, Maria a mãe de Tiago e de José; e a mãe dos filhos de Zebedeu. E é para uma mulher que primeiro é anunciada a ressurreição de Jesus, no Domingo de Páscoa.
Abençoadas sejam todas as mulheres que nos antecederam na história e as que hoje buscam caminhosde conquistas e novos desafios.
Pastora sinodal Tânia Cristina Weimer