Leituras bíblicas
AT Salmo do Dia Epístola Evangelho
As Leituras bíblicas seguem o lecionário em uso na Igreja. O lecionário, estruturado a partir de um trabalho cuidadoso e dedicado, oferece à comunidade um contato com um vasto número de textos bíblicos.
Por via de regra, são três as Leituras bíblicas: uma do Antigo Testamento e duas do Novo Testamento (Epístola e Evangelho). A Pregação toma por base um desses textos, ainda que leve em consideração os outros dois.
O texto do Evangelho é aquele que indica o tema do culto. Como exceção, pode ser excluída uma das leituras previstas, menos a do Evangelho.
Para orientar a comunidade, as leituras podem iniciar e concluir com uma fórmula fixa, conforme está indicado na liturgia-modelo (Seção III do Livro de Culto).
Se os textos para as leituras forem difíceis, pode-se iniciar com uma frase introdutória sobre seu contexto.
No anúncio da primeira leitura faz-se menção ao nome do Domingo: “Leitura de Gênesis ...., neste .... Domingo de.....”.
O texto do Evangelho recebe destaque, como clímax das leituras: ele é ouvido como a voz do Senhor vivo no meio do seu povo. Por isto é que a comunidade coloca-se de pé e aclama-o com o Aleluia.
O Salmo do dia, logo após a leitura do AT, pode ser cantado ou recitado de forma responsorial. Ainda pode fazer parte do Intróito, na Liturgia de Entrada. Leituras feitas para ou com a comunidade fazem parte da diversidade de formas para ouvir o que o Senhor fala.
Cânticos intermediários
Além do Hino que abre a Liturgia da Palavra, os Cânticos intermediários visam auxiliar a comunidade na assimilação do que o Senhor fala ao seu povo. Neste sentido, um mesmo refrão pode ser repetido entre as leituras.
O canto do coral ou a música instrumental podem assumir o lugar do refrão da comunidade.
O Salmo do dia pode desempenhar o papel de um Cântico intermediário.
O Evangelho é aclamado com o Aleluia, que é omitido no tempo do Advento e no tempo da Quaresma.
Hino
Antes da Pregação, pode ser cantado o hino do domingo, um hino pertinente ao tema do culto, um hino que sublinhe aspectos relevantes de uma ou do conjunto das Leituras bíblicas.
Nada impede que este seja um dos momentos em que se canta mais do que um hino ou cântico, desde que pertinentes.
Pregação
Um dos textos bíblicos dentre as leituras serve de base para a Pregação. A Pregação é, normal e tradicionalmente, feita por uma pessoa devidamente preparada e autorizada (ordenada) pela Igreja.
Essa forma de realizar a Pregação não é, naturalmente, a única possível para traduzir o que diz a Palavra do Senhor para nosso contexto. Há muitas maneiras de se fazer isto, que podem ser complementares à Pregação clássica. Daí que é útil o termo interpretação da Palavra
de Deus.
Sob a coordenação de pessoa autorizada pela comunidade, essa interpretação pode acontecer de forma coletiva, valorizando reflexões expressas pelas pessoas no culto e possibilitando o diálogo (e até mesmo o estudo em grupos).
Na Pregação, assim como nas Leituras bíblicas, igualmente podem ter lugar dramatizações, painéis, depoimentos, contemplação, silêncio, apresentação de cânticos temáticos, testemunhos sobre vivências à luz da Palavra.
Hino
Este hino concede tempo para que o conteúdo da Pregação seja melhor refletido e assimilado. Pode ser um hino/ cântico que ressalte o tema da Pregação, ou aspectos relevantes nela destacados. Pode ser um hino que aponte a tarefa da comunidade decorrente da Palavra ouvida e pregada.
Pode, ainda, expressar o louvor da comunidade em vista do que ela ouviu e de como aceitou essa mensagem.
Confissão de Fé
Como uma das respostas à Palavra lida e pregada, ao que Deus fez e faz por nós, a comunidade confessa sua fé perante o mundo. A Confissão de fé é uma oração peculiar, diferente das demais. Na maioria das vezes, ela conclui com um “Amém”.
Convém considerar que o Credo Niceno-Constantinopolitano é a Confissão de fé para os cultos dominicais, enquanto o Credo Apostólico é próprio para os cultos de Batismo.
Há Confissões de fé que podem ser cantadas. Ainda existem as Confissões de fé contemporâneas.
Ofertas
Veja na Liturgia da Ceia no Preparo da mesa e Ofertório.
Avisos
Após ser confrontada com a Palavra do Senhor, a comunidade é informada sobre pessoas e situações que, em seguida, serão incluídas na Oração geral da Igreja, como casos de enfermidade, de luto, de carências, de desafios que esperam a sua ação pastoral e/ou diaconal.
Aqui ainda não entram as comunicações que dizem respeito aos programas e atividades da comunidade, os Avisos gerais. Esses ficam para a Liturgia de Saída.
Oração Memorial
Na Acolhida, quando for o caso, a comunidade é informada sobre a presença de pessoas enlutadas. Elas são inseridas no aconchego da comunidade e a elas se afiança que Deus as carrega com sua mão. No caso do culto, essa mão de Deus pode ser a própria comunidade.
Portanto, no momento da Oração memorial, as pessoas enlutadas recebem o abraço expresso de Deus e da comunidade.
Este momento da liturgia pode ser moldado da seguinte maneira: canta-se um hino alusivo ao tema morte e luto. Segue a leitura dos dados biográficos da pessoa falecida. Às pessoas enlutadas é dirigida uma mensagem específica, breve, baseada num texto da Escritura, com o propósito pastoral de ajudá-las a carregarem e trabalharem o seu luto. A ênfase recai na mensagem cristã da esperança na ressurreição.
De acordo com a prática da comunidade, as pessoas enlutadas podem ser convidadas a ficar de pé durante a mensagem ou, ainda, a vir até o altar. Na hora da Bênção, sua situação pode merecer atenção especial.
Depois, a Oração geral da Igreja pode iniciar com a oração da comunidade pelas pessoas enlutadas.
Oração geral da Igreja
No início desta oração, podem ser expressos motivos de gratidão e de louvor em função do reconhecimento da presença de Deus na vida cotidiana da comunidade: pela criança que nasceu, pela recuperação da saúde, pelo noivado/casamento, pela colheita dos frutos da terra, pelos passos dados na ação diaconal, pela presença missionária, etc. (poderão ser lembrados motivos que tenham aparecido na Acolhida).
Esse momento torna-se marcante e penetra a profundidade da alma humana se for acompanhado por um refrão cantado, como Graças, Senhor! Pode-se cantar um hino de louvor após a apresentação dos motivos de gratidão. É um espaço propício para expressar o louvor e a gratidão da comunidade a Deus.
Os motivos que serão incluídos na intercessão da comunidade (em especial, a Igreja, seus obreiros e suas obreiras; o país e seus governos; o mundo e as autoridades; as pessoas que sofrem privações) são expressos de diversas formas na Oração geral da Igreja.
De preferência, as intercessões devem ser expressas em frases curtas, em que cada prece termina com uma senha, como, por exemplo: “pedimos, Senhor”, “oramos ao Senhor”, a qual a comunidade subscreve com um refrão, falado ou cantado
.
É essencial que essa oração seja, de fato, da comunidade. E há várias formas de fazer isto:
– a oração é formulada previamente, à luz do tema do culto e do contexto em que se realiza o culto;
– pessoas oram em voz alta, de forma espontânea;
– ainda antes do culto, pessoas entregam bilhetes com os motivos de suas preces à equipe de liturgia;
– motivos para a intercessão podem vir à tona na Liturgia de Entrada, durante o Kyrie. Podem-se retomar esses temas de forma mais específica e incluí-los nesta oração;
– podem-se colocar bilhetes (na entrada da Igreja ou nos bancos) nos quais as pessoas registram pedidos de oração durante o culto, e que são recolhidos durante um hino, após a Prédica;
– antes de iniciar essa oração, dá-se um tempo para que as pessoas anotem ou expressem de viva voz os motivos pelos quais querem que se interceda;
– quem preside o culto pode apresentar motivos para que as pessoas orem. A comunidade toda ora em silêncio.
No Kyrie, na Liturgia de Entrada, as dores do mundo são apresentadas. Na Oração geral da Igreja, após ouvir a palavra de Deus, a comunidade pede, de forma bem clara, para que Deus aja, venha, faça, transforme, carregue, motive.
Fonte: Livro de Culto da Igreja Evangélica de Confissão Luterana no Brasil
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