CHRÉTIEN D’URHAN (1790-1845) MELODIA HPD Nº 117
Batizado como Christian Urhan (ou Urban): 16 de fevereiro de 1790 em Montjoie (próximo de Aix-la-Chapelle), França. . Faleceu: 02 de novembro de 1845 em Belleville (próximo de Paris), França.
Músico, violinista, organista e compositor, d’Urhan tocava violino, viola, e viola d’amore na Ópera em Paris, e o órgão na Igreja de São Vicente de Paul em Paris.
Chrétien Urhan é autor (em 1834) da melodia “Rutherford” (em memória do mártir escocês Samuel Rutherford) usada para vários hinos, inclusive por Sarah Poulton Kalley para o hino de HPD nº 117 “Jesus, pastor amado! Reunidos hoje aqui...”
Chrétien aprendeu cedo a tocar violino com o seu pai. Ele foi mencionado pela primeira vez em 1804 por Joséphine de Beauharnais1. Esta relata que ele, com a idade jovem de 14 anos, tinha substituído um violinista para executar A Crianção de Haydn. Depois o enviaram trabalhar em Paris, onde ele recebeu instrução de Jean-François Lesueur, mestre da capela do Tuleries. Ele também aprendeu de professores proeminentes como François-Antoine Habeneck (1781-1849), Rodolphe Kreutzer (1766-1831) e Pierre Rode (1774-1830). Em 1810 ele foi convidado a se juntar à capela imperial como violinista. -
Em 1816, Urhan foi designado a tocar viola de solo na Ópera em Paris, e em 1825 se tornou solista de violino. Sendo católico convicto, ele também foi designado para o cargo de organista na Igreja de São-Vincent-de-Paul em Paris em 1827, um cargo que ele defendeu até a sua morte. Nesta posição ele conheceu o jovem Franz Liszt (1811-1886), com quem ele tocou música de câmara, e também a Kreutzer Sonata de Beethoven em uma missa.
Chrétien Urhan compôs grande número de obras para conjuntos de câmara. Por exemplo: Três “Grandes Valsas” para piano. Dois quintetos românticos para 2 violinos, 2 violas e violoncelo, dedicados a Baillot e Victor Hugo. Três duos românticos para piano (a 4 mãos). A Cantata “Lês Champs de repos”.
“The Irish Quaterly Review”, num artigo a respeito da Ópera em Paris, relata algo sobre a religiosidade fervorosa dele:
Chretien Urhan foi o primeiro dos segundos violinos, e o “Trapista”2 da orquestra. Ele não era destituído de talento, pois a Imperatriz Josephine tinha o colocado na classe de Le Sueur (os suadores), onde ele foi bem ensinado. Mas ele tinha se enganado de modo doentio na vocação dele. Ele jejuou nas sextas-feiras e sábados, e nunca foi visto de levantar os seus olhos para o palco, olhar para uma cantora, muito menos uma dançarina. Porém, certa noite ele sofreu uma tentação; por casualidade viu o dedão do pé de Fanny Essler. Durante um mês ele fez penitência com pão e água. Em outra ocasião aconteceu um acidente à Senhora D., e a casa inteira estremeceu. Isto chamou a atenção de Ch. Urhan. Ele olhou para o palco, e, de susto e vergonha, quase morreu naquele mesmo lugar. Desde então ele usava camisas de saco debaixo das suas roupas, e se martirizou sob o peso do seu pecado. As senhoras do corpo de balé e os cavalheiros da orquestra lhe enviaram ardentes bilhetes “doces”, ou cobriam as partituras dele com desenhos amorosos, e substituíam os livros piedosos que ele lia entre os atos, com os trabalhos de Paul de Kock3. Ele era o alvo infeliz da orquestra, e tudo porque ele equivocou-se na escolha de sua profissão.
Fontes: http://en.wikipedia.org/wiki/Chr%C3%A9tien_Urhan e “The Irish Quaterly Review”, em http://books.google.com/books..........Chretien+Urban
Notas:
1 Joséphine Beauharnais (Marie Josèphe Rosa de Tascher de la Pagerie 1763–1814) foi a primeira esposa de Napoléon Bonaparte e assim a primeira Imperatriz da França.
2 “Trapista” = Pessoa religiosa muito austera.
3 Charles Paul de Kock (1793 - 1871 ) era um novelista francês e roteirista de óperas. Começou a vida como balconista de um banqueiro. A maior parte ele residiu no St. Martins Bulevar, e era um dos mais inveterados Parisienses