Fritzsche, Gerhard ( 1911-1944) HPD nº 10 e 21
Nasceu: 1911 em Dittmannsdorf (Erzgebirge), Alemanha
Desapareceu: 1944 no Sul da Rússia.
Jovens músicos da Saxônia encontraram-se em Berlim num “workshop” para criar novos hinos de cunho cristão. Além de Alfred Stier, o líder das Semanas de Canto na Saxônia, estiveram presentes também Samuel Rothenberg, o Pastor Cantador da Igreja Confessionante, e Johannes Petzold, o diretor de música do Vogtland. Igualmente Gerhard Fritzsche fazia parte deste grupo. Sob o título Schwert und Kelle (“Espada e Trôlha1”) editaram sua coleção de hinos.
Gerhard Fritzsche nasceu 1911 em Dittmannsdorf (Erzgebirge) como filho dum tecelão de meias. Depois de terminar a Escola Primária ele trabalhou inicialmente no tear. No grupo de Juventude para Cristianismo Decidido ele chegou a crer em Jesus Cristo. Mas os complicados conflitos na época da luta da Igreja contra o terror do Nacional-socialismo encheram a vida do jovem poeta com dificuldades e muita dor.
No ano de 1936 Fritzsche assumiu o cargo de guia de jovens na Saxônia. Porém, já desde 1933 esporte e acampamentos eram reservados exclusivamente a HJ (Juventude Hitleriana). A Juventude Evangélica era proibida a realizar tais atividades. Procurando ver o lado positivo desta situação, Fritsche fez muitas boas experiências de fé e confiança em Deus. Numa poesia ele expressa:
“Dass wir deine Herrlichkeit können recht erfassen,
wirfst du über uns das Leid, führst uns dunkle Strassen.
So wolln wir dir stille sein und dir glaubend trauen,
denn wir sollen nach der Pein alle Himmel schauen.”
A fim de podermos reconhecer a tua glória,
tu jogas sobre nós a dor, e nos guias por caminhos escuros.
Por isso queremos nos conformar e com fé confiar em ti,
pois, após os sofrimentos veremos a glória dos céus.
Em 1939 Gerhard Fritzsche foi chamado a servir como soldado. Sendo ferido, foi levado ao hospital militar. Ali, em 1942, escreveu pensamentos sob o título “Palavras sobre Vida e Morte”. Entre estes se encontram as breves linhas que, logo após a guerra, se tornaram conhecidas em forma de Cânone2:
“Alles ist eitel, / du aber bleibst –
und wen du ins Buch / des Lebens schreibst.”
Tudo é fútil, / Mas Tu permaneces -
e aquele quem no Livro / da Vida escreves.
Desde 1944 Gerhard Fritzsche conta como “desaparecido” no Sul da Rússia.
No hinário temos dois hinos3 de Gerhard Fritzsche, traduzidos por Lindolfo Weingärtner.
HPD Nº 10 “Quando as estrelas vão dormir” (original: Wenn alle Sterne schlafen gehn), com melodia de Johann Crüger (1640). E´ hino para época litúrgica de Advento. Baseado em Apocalipse 22,16b onde Jesus é chamado de “brilhante Estrela da Manhã”, o hino é uma oração ardente pela segunda vinda de Jesus.
HPD Nº 21 “Pastores corramos, alegres vejamos” (original: Nun lasset uns eilen und ohne Verweilen auf flinken Füssen zum Stalle hingehn), com melodia de Martin Krüger (1939) é hino para a época de Natal, que contém um diálogo entre os pastores de Belém.
Fonte: Fotocópia de texto em língua alemã, sem indicação de autor(es) ou título.
Notas:
1 Trôlha = pá de pedreiro
2 A melodia deste Cânone é da autoria de Theophil Rothenberg.
3 Em “Das Junge Lied”, editado por Friedrich Samuel Rothenberg, Kassel-Wilhelmshöhe, 1949, nos Nr.2 e 11 encontram-se arranjos a três vozes de Martin Krüger (1941).