HPD 293 “Quão inglória e transitória é a nossa vida!”
O tema deste hino é claramente indicado nos dois primeiros versos de cada estrofe: trata da transitoriedade da nossa vida terrena. Por isso alguém disse: - O mundo é como uma ponte. Passe por ela, mas não construa sua moradia nela. – Leia cada uma das estrofes, e medite.
Com que a nossa vida é comparada na 1ª estrofe? Veja Jó 7,9: “Tal como a nuvem se desfaz e passa,aquele que desce à sepultura jamais tornará a subir.”
Que ilustração da vida passageira lemos na 2ª estrofe? Veja também Salmo 90,10: “Os dias de nossa vida sobem a setenta anos, ou, em havendo vigor, a oitenta; neste caso o melhor deles é canseira e enfado, porque tudo passa rapidamente, e nós voamos.”
Na 3ª estrofe encontramos uma ilustração muitas vezes usada na Bíblia. Qual é? Veja Isaías 40,6 e 8: “Toda a carne é erva, e toda a sua glória como a flor da erva; seca-se a erva, e cai a sua flor, mas a palavra de nosso Deus permanece eternamente.” E Tiago 1,10 e 11: “o rico em sua insignificância... passará como a flor da erva. Porque o sol se levanta com seu ardente calor, e a erva seca, e a sua flor cai, e desaparece a formosura do seu aspecto...”
Qual é o assunto da 4ª estrofe? O que é passageiro e depressa é olvidado? Veja também o que diz o pregador em Eclesiastes 1,3: “Tudo é vaidade! Que proveito tem o homem de todo o seu trabalho, com que se afadiga debaixo do sol?” e Eclesiástes 2,11: “Considerei todas as obras que fizeram as minhas mãos , como também o trabalho que eu, com fadigas, havia feito; e eis que tudo era vaidade e correr atrás do vento...”
Porém, existe algo que não é passageiro e transitório? A última estrofe dá a resposta: “Mas, quem verdadeiramente ama a Deus, com alma crente, viverá eternamente.” E´ oque nós cremos e confessamos com as palavras do 3ª Artigo do Credo Apostólico: “Creio... na remissão dos pecados, na ressurreição do corpo e na vida eterna. Amém”. Veja também I. João 2,17: “O mundo passa, bem como a sua concupiscência; aquele, porém, que faz a vontade de Deus, permanece eternamente.”
O autor, tanto do texto quanto da melodia deste hino, foi Michael Franck. Em 2009 pudemos lembrar o 400ª aniversário natalício dele. Pois ele nasceu 16 de março de 1609 em Schleusingen (Turíngia, Alemanha).
.
Michael era um jovem muito inteligente e se interessava por tudo. Porém, a situação da época (Guerra dos 30 Anos, 1618-1648) e a morte prematura do seu pai (em 1622) o obrigaram a abandonar os estudos e (a partir de 1625) trabalhar como aprendiz de padeiro para ganhar seu sustento. Mais tarde tornou-se Padeiro-Mestre em sua cidade natal. Porém empobreceu, por causa de roubos noturnos e saques de sua casa. Por isso em 1640 emigrou com esposa e filhos. Encontrou emprego e alojamento com um padeiro em Coburgo. No seu tempo de folga e aos domingos Michael dedicou-se a ciências e à arte de poesia e composição. Em 1644 assumiu o cargo de professor na escola municipal em Coburgo. – Um outro hino de Michael Franck é o do HPD nº 136 que nos convida a permanecermos fiéis a Deus.
Ele faleceu aos 24 de setembro de 1667 em Coburgo