HPD nº 258 Louvai a Deus de coração
“Louvai ao SENHOR vós todos os gentios, Louvai-o todos os povos.
Porque mui grande é a sua misericórdia para conosco,
E a fidelidade do SENHOR subsiste para sempre. Aleluia!” (Salmo 117)
O Salmo 117 é o mais breve dos Salmos da Bíblia, pois contém somente dois versículos. Mesmo assim, expressa contagiante alegria, e convida todos a entoar o Aleluia (=Louvado seja Deus).
O professor e chantre Joachim Sartorius (Schneider) [nascido 1548 em Reibnitz, próximo de Hirschberg, na Silésia; falecido por volta de 1600 em Schweidnitz, Silesia, onde ele trabalhou desde 1572] é autor de Salmos rimados em língua alemã, cantáveis conforme melodias conhecidas nas igrejas. Entre outros ele também fez (em 1591) um hino baseado no Salmo 117 “Lobt Gott den Herrn, ihr Heiden all”.
Lindolfo Weingärtner traduziu este hino, que se encontra no HPD sob nº 258 “Louvai a Deus de coração! Louvai seu nome santo!” Sua tradução reflete muito bem as palavras do Salmo 117 e o pensamento de Joachim Sartorius.
O professor e compositor alemão Melchior Vulpius (Fuchs) [nascido aproximadamente em 1560 em Wasungen, na Turíngia; falecido em 1615 em Weimar, Turíngia] compôs (em 1609) a melodia deste hino. Ele era o compositor mais importante de hinos protestantes na Alemanha de sua época e um dos mais produtivos e populares compositores luteranos.
No início da 1ª estrofe o poeta convida todos os povos a louvar e homenagear a Deus. A palavra „todos“ faz pensar não somente em pessoas de nossa igreja ou nosso país, e nem só em cristãos e judeus de perto e de longe, mas inclúi também gentios, pagãos e povos que ainda não conhecem o verdadeiro Deus.
As expressões „todos os gentios“ e „povos da terra“ levam nosso pensamento àquele antigo hino em Filipenses 2,11, onde o apóstolo Paulo canta „e toda língua confesse que Jesus Cristo é o Senhor, para glória de Deus Pai.“ O salmista do Antigo Testamento ainda não sabia nada de Jesus Cristo. Mas Sartorius era cristão que conhecia o Novo Testamento. No final da 1ª estrofe do hino, ele mostra quais os motivos que nos empolgam hoje em dia a louvar ao SENHOR: „A todos vós Deus libertou, da perdição vos resgatou por seu dileto Filho.“
O segundo versículo do Salmo 117 indica como motivos para o louvor a „misericódia“ e a „fidelidade“ de Deus. Já que Deus é misericordioso e fiel para com seu povo, ele merece ser glorificado. Os mesmos pensamentos Sartorius expressa na segunda estrofe do hino. Porém, ele acentua: a misericordia e fidelidade de Deus se manifestaram na pessoa de Jesus Cristo, o Salvador. Nele o amor e a graça de Deus se tornaram visíveis e palpáveis. Ele é a luz do mundo que nos salvou da escuridão. Por isso podemos entoar hinos novos, agora e até a eternidade.
Fonte: Frank Graf em „Um Cântico Novo“, Cancioneiro da OASE 1979, página 19
HPD nº 258 - Louvai a Deus de coração
Autor da letra: Joachim Sartorius, 1591
Tradução: Lindolfo Weingärtner
Autor da melodia: Melchior Vulpius, 1609
Joachim Sartorius era chantre e professor no Ginásio (Lateinschule) em Schweidnitz, Silésia. Ali aulas de música fizeram parte de suas tarefas. Para seus alunos ele escreveu Salmos rimados em língua alemã, cantáveis conforme melodias conhecidas nas igrejas. Seus colegas o animaram a escrever todos os Salmos bíblicos em rimas. Desta maneira, provavelmente, nasceu também original alemão do hino
“Louvai a Deus de coração! Louvai seu nome santo! Povos da terra, em gratidão rendei-lhe o vosso canto! A todos vós Deus libertou, da perdição vos resgatou por seu dileto Filho.”
As duas estrofes deste hino são uma transcrição do Salmo 117: “Louvai o Senhor, vós, todos os gentios, louvai-o todos os povos. Porque mui grande é a sua misericórdia para conosco, e a fidelidade do Senhor subsiste para Sempre. Aleluia!”
O Salmo 117 é o menor de todos os 150 Salmos bíblicos, e até o menor capítulo de toda a Bíblia. Além disso está situado bem no meio da Bíblia – antes dele tanto, quanto depois dele contam-se o mesmo número de capítulos. Da mesma forma deve estar no centro de nossa vida (a) o louvor a Deus, e ao mesmo tempo (b) o fato de que graça e misericórdia de Deus valem para todos os povos do mundo.
Fonte: Wolfgang Heiner “Bekannte Lieder – wie sie entstanden” Neuhausen-Stuttgart, 1989, 4ª edição, pág.101