HPD 252 A Deus rendei louvores
A Deus rendei louvores e ao nome seu, exaltação;
que aumenta os seus favores, jamais o esqueças, coração!
Perdoa o teu pecado e cura a tua dor.
Por Deus és procurado com paternal amor...
Este hino é uma excelente transcrição do Salmo 103
Bendize, ó minha alma, ao Senhor, e tudo o que há em mim bendiga o seu santo nome. Bendize, ó minha alma, ao Senhor, e năo te esqueças de nenhum dos seus benefícios. É ele quem perdoa todas as tuas iniqüidades, quem sara todas as tuas enfermidades, quem redime a tua vida da cova, quem te coroa de benignidade e de misericórdia, quem te supre de todo o bem, de sorte que a tua mocidade se renova como a da águia.
A respeito da origem deste cântico maravilhoso existem informações de Martin Chemnitzer, o bibliotecário do Duque Albrecht da Prússia (1490-1568), anotadas em 1575: Em tempos idos o ilustríssimo e principesco senhor Albrecht, o Duque da Prússia, sempre gostava muito do Salmo 103, mais do que outros; ele havia incentivado o devoto, conceituoso e eloqüente senhor Johann Poliander a transformar este Salmo em bons e bonitos versos, cantáveis com uma melodia alegre, que possa despertar e animar o coração pelo cântico, conforme rezam as palavras (do Salmo).
Johann Gramann, que, segundo os costumes da época, adotou um nome grego e se chamou de Poliander, nasceu em 1487 em Neustadt/Aich (Francônia, Alemanha). Estudou a partir de 1503 em Leipzig, colando grau de Magister em 1516. Trabalhou como professor, e a partir de 1520, como Reitor na Escola São Tomé em Leipzig. No ano de 1519, sendo secretário de Johann Eck , ele participou da famosa Disputação entre Eck e Lutero no castelo Pleissenburg em Leipzig. Ali ficou muito impressionado com a conduta de Lutero. Pouco depois virou as costas aos papistas e tornou-se adepto de Lutero. A partir de 1519 ele estudou teologia em Wittenberg, e em 1522 foi para Würzburg, como pregador na Catedral, anunciando o evangelho da salvação por graça.
E em 1525, por recomendação de Lutero, o Duque Albrecht da Prússia o convocou para Königsberg, onde Gramann assumiu o pastorado da igreja na cidade antiga (Altstädtische Kirche) e serviu como conselheiro do Duque em todos os assuntos eclesiásticos e educacionais, tornando-se um dos primeiros pedagogos na Prússia. No seu trabalho educacional ele teve como lema a palavra do apóstolo: Todos os tesouros da sabedoria e do conhecimento estão ocultos em Cristo (Colossenses 2,3). – Ele faleceu 29 de abril de 1541 em Königsberg. (Prússia) com 54 anos, em conseqüência de um derrame cerebral.
O Duque Albrecht estimou muito o seu colaborador e apreciou seu jeito alegre e espirituoso. Além disso a amizade dos dois foi fortalecida pelo fato de que ambos nasceram na região da Francônia. Portanto, é fácil de entender que o Duque pediu a seu conterrâneo a transformar o Salmo num hino cantável. Considerando que as tarefas administrativas do Príncipe devoto e humilde eram estressantes e extenuantes, podemos concluir que este hino lhe serviu como consolo fortalecedor.
Gramann criou este hino volta de 1530. Foi publicado em 1540 em Augsburgo por Johann Kugelmann em Concentus novi trium vocum, sem citar o nome do autor. Com o nome de Gramann o hino apareceu pela primeira vez na Ordem Eclesiástica de Riga, intitulada Eyn korte Ordnung em Lübeck, 1548. E´ o primeiro hino luterano de louvor. A melodia, duma canção popular do século 15, Weiss mir ein Blümlein blaue, apareceu junto com a letra de Gramann em 1540 no cancioneiro de Johann Kugelmann.