Queridos membros desta Assembléia, irmãos em Cristo!
“Até aqui nos trouxe Deus; guiou-nos com bondade.
Ele amparou os nossos passos com graça e fieldade...
Louvor te rendemos e gratidão por tudo que fizeste;
por toda a graça e proteção que sempre, ó Pai, nos deste...
Ajuda no porvir, Senhor, com teu poder nos guia;
revela o teu eterno amor em dor e em alegria...”
Com estas palavras me dirijo a vocês pela primeira vez por meio deste Caderno de Relatórios, elaborado com muita dedicação e capricho pelo nosso irmão Manfredo Leffler.
Nunca tive grandes pretensões como escritor, mesmo porque minhas habilidades numéricas são maiores, mas quero deixar com vocês, neste espaço, uma breve avaliação e reflexão sobre a nossa caminhada no Sínodo Sudeste. As dificuldades, sem dúvida existem, mas acredito que estamos no bom caminho, o que de certa forma percebemos na alegria e no prazer do nosso reencontro.
Não é por acaso que estamos aqui hoje. Há no mínimo duas histórias convergentes que nos trazem até aqui: a nossa e a da Igreja.
Vejamos, pois, as nossas histórias. Poderíamos provavelmente arrolar cem histórias diferentes nesta Assembléia. Histórias individuais, familiares, conversões, enfim histórias bonitas e ricas. Por outro lado, a história da Igreja passa pela preservação de valores e doutrinas, em constante atualização daquilo que é relativo, afinal os processos sociais, culturais e tecnológicos em andamento no mundo globalizado exigem incisivas adaptações, sem, no entanto, abrir mão dos valores absolutos que caracterizam a Igreja Luterana, como a fé fundamentada, refletida, consciente num só Deus e num só batismo. E o que nos une é o amor de Deus nas perspectivas verticais e horizontais da Cruz de Cristo.
Nesta valorização das nossas histórias é importante não abrir mão das heranças dos nossos antepassados. Recorrer às pessoas mais experientes, além de ser uma lição de sabedoria, faz parte desta valorização, principalmente nos momentos mais difíceis ou importantes da caminhada.
Hoje estamos nos reunindo pela 10ª vez. Alguns dirão: “Nem parece...” e outros, “Mas como passou rápido...”. Eu mesmo me incluo neste último grupo. Mas, na verdade, são muitos anos de trabalho dos quais precisamos prestar contas.
Tive o privilégio de participar de diversos eventos por ocasião da reestruturação da Igreja e estar com vocês todos estes anos. Procurei dirigir as Assembléias com muito respeito, participação, correção e isenção. Mas, principalmente, com muito carinho e dedicação.
Como um dos lados fortes da nossa Igreja é a autocrítica, me permito uma rápida reflexão. Antes do início da nossa caminhada conjunta, antigo DERJ e antigo DESP, pensei, e talvez pense ainda hoje, que a nossa querida IECLB, se quiser dar passos concretos de consolidação de Igreja no Brasil, deve investir muito, muito, muito mais na Região Sudeste. E com investir não estou fazendo referência a dinheiro.
Mas vamos supor que este seja o melhor desenho, como poderíamos aproveitá-lo melhor? Devido às distâncias nos reunimos em Núcleos. O que estes núcleos tem trazido de experiências? Se temos no nosso Sínodo as 3 ou 4 maiores e mais importantes regiões metropolitanas do país, o que estamos fazendo para adaptar o nosso jeito de ser a estas realidades?
Nas nossas Assembléias procuramos trazer temas que pudessem ajudar nesta reflexão como, por exemplo: “Missão e Formação”, “Ide, fazei discípulos para que tenham vida em abundância”, “Nosso mundo tem salvação”. Em resumo, penso que não podemos perder de vista o tema da nossa primeira Assembléia, na perspectiva de grandes metrópoles: “Missão e Formação”.
Para concluir, gostaria apenas de dizer que foram dez anos de muita dedicação, nos quais poderíamos ter feito mais, porém fizemos o que foi possível, com muito amor e com espírito construtivo e participativo. A todos quero agradecer. O caminho é trabalhar em equipe e tudo que fizemos só foi possível com a ajuda de Deus nosso criador, mantenedor, motivador e razão de todo o nosso trabalho. Nós apenas retribuímos com um pouco em relação ao muito que ele nos concedeu. É assim que entendo: “FÉ, GRATIDÃO E COMPROMISSO”. E, por fim, mencionar um agradecimento especial à minha esposa e a minha filha pela compreensão nas minhas ausências.
Um grande abraço,
Reinhard Braun
Presidente da Assembléia Sinodal