Comunhão e Reconciliação

Estudo Bíblico

01/10/2008

 Estudo bíblico sobre Lucas 19.1-10

. Cantos

. Oração

. Leitura participativa do texto

. Leitura individual e silêncio

. Compartilhamos as primeiras impressões do texto . Que palavra ou imagem tocou-me mais profundamente? O que chamou mais atenção?

. Breve comentário sobre o texto

(Cada parágrafo deveria ser lido por uma pessoa diferente. Após a leitura, pode-se abrir espaço para um breve compartilhar).

1. Quando encontramos uma pessoa e começamos a nos relacionar com ela, geralmente temos o desejo de conhecê-la melhor. Assim queremos ver, em nosso texto, num primeiro momento, quem era Zaqueu. Precisamos saber um pouco de sua vida.

Zaqueu era um publicano, ou seja, um cobrador de impostos. Aliás, ele era o superior, o chefe destes profissionais, em Jericó. O texto também nos diz que ele era rico. Provavelmente porque cobrava um valor mais elevado do que a taxa estipulada pelos romanos e porque ganhava uma porcentagem do que os demais publicanos da cidade arrecadavam.

2. Aparentemente, Zaqueu tinha tudo para ser feliz. Nada lhe faltava. As aparências, no entanto - nós o sabemos -, podem enganar. Por isto, precisamos perguntar se este homem rico de fato estava de bem com a vida.

Não! Zaqueu não estava satisfeito com a vida que levava. Não era um homem feliz. Sua vida era vazia e sem sentido. Era rejeitado e desprezado pelo povo por causa da profissão que exercia.

3. Zaqueu deve ter ouvido falar de Jesus. O que ele ouviu certamente despertou nele a esperança de que, em Jesus, poderia encontrar o que lhe faltava. Esperava descobrir o verdadeiro sentido da vida e poder preencher seu vazio existencial.

O que nos leva a deduzir isso? Leiam os vv. 3 e 4.

Ele tinha muita vontade de ver Jesus. Por isso, fez um grande esforço para concretizar este desejo.

4. E como foi o encontro com Jesus? Tudo começou de maneira um tanto estranha. Jesus convida-se a si mesmo para ser o hóspede de Zaqueu (v. 5b). E este o recebe com muita alegria.

Quando Jesus está em sua casa, acontece algo surpreendente, extraordinário. Solenemente o cobrador de impostos comunica a sua decisão de mudar de vida, de mudar radicalmente sua postura e comportamento diante de sua riqueza (v. 8).

5. O que o levou a tomar essa decisão? Como aconteceu essa grande transformação? Será que Jesus o repreendeu severamente? Demonstrou desprezo e o criticou como todos o faziam? (v. 7). Há, no texto, algum indício que nos leve a tal conclusão? (Leiam novamente o texto).

Por falar em repreensão e críticas, pensemos no exemplo de um filho que constantemente é submetido a este método de correção. É possível mudá-lo deste modo? Tornar-se-á um filho melhor?

O mais provável é que ocorra o contrário do que se pretende alcançar: O filho se revolta e acaba assumindo cada vez mais o estilo de vida que é alvo das críticas.

6. Em nosso texto, não nos é dito o que Jesus falou a Zaqueu enquanto esteve em sua casa. A sua maneira de ser e de agir, no entanto, não deve ter sido diferente daquela que conhecemos de outras passagens bíblicas que nos falam de pessoas consideradas grandes pecadores: Mateus, o cobrador de impostos; a mulher adúltera; a pecadora que ungiu os pés de Jesus; os publicanos e pecadores. (Confira Mateus 9.9-13; João 8.1-11; Lucas 7.36-50; 15. 1-2). Ele os aceitava, acolhia, amava e mantinha comunhão de mesa com eles. Era justamente este gesto de Jesus que despertava neles o desejo de aceitar a reconciliação com Deus e conseqüentemente passar por uma transformação de vida.

7. Zaqueu sentiu-se aceito e amado. Decisiva deve ter sido a comunhão de mesa. A partir de outros textos podemos concluir que, na hora da refeição, Zaqueu teve a sensação de ser o hóspede de Jesus em vez de ser seu hospedeiro (João 6.11 e par.; Mateus 26.26 e par.). Partir o pão era algo tão familiar para seus seguidores que foi esse gesto, tão conhecido, que abriu os olhos dos discípulos de Emaús para o reconhecerem, após a sua ressurreição (Lucas 24.30 e 31).

8. É na comunhão de mesa que Zaqueu experimentou com Jesus que vemos uma relação com a Santa Ceia. Na Santa Ceia, Jesus está em nosso meio, celebrando conosco. Quando partilhamos o pão e o vinho, ele nos abençoa. Através do pão e do vinho ele nos presenteia com sua força e seu amor.

Ele quer celebrar com todos. Com os que estão alegres e com os que se sentem cansados e sobrecarregados. Ele quer celebrar conosco também quando falhamos e fracassamos; quando magoamos alguém e nos tornamos culpados perante pessoas e diante de Deus. Neste caso, ele vem a nós em sua infinita misericórdia.

9. Na Santa Ceia, podemos fazer uma experiência semelhante à de Zaqueu. Sentimos como Jesus nos acolhe em seu amor incondicional. O seu abraço nos faz bem. Sentimos que nada pode separar-nos da comunhão com ele.

A aceitação e o amor que experimentamos despertam em nós o desejo de sermos transformados. O desejo de irmos ao encontro de quem foi alvo de nossa agressão ou de alguma atitude injusta. Se nos sabemos reconciliados com Deus, queremos reconciliar-nos também com o nosso próximo, com o mundo e conosco mesmos.

Zaqueu, em todos os casos, passou por essa mudança. Sua experiência com Jesus foi tão marcante que ele estava disposto a devolver quatro vezes mais se houvesse tomado injustamente o que não lhe pertencia.

10. Comunhão de mesa e reconciliação podem ser dois auxílios que ajudam as crianças numa introdução à compreensão da Santa Ceia. Todas apreciam momentos especiais em torno de uma mesa, com alimentos deliciosos, que são saboreados em companhia de seus colegas e amigos - num aniversário, por exemplo. Assim, os primeiros passos em direção à Santa Ceia até poderiam ser ensaiados numa refeição especial, preparada com muito carinho.

Crianças também sentem culpa. Podem ficar muito tristes e sentem-se infelizes quando algo desagradável aconteceu por culpa delas. Por isto, sentem a necessidade de se saberem perdoadas. Elas precisam sentir: A culpa não me separa mais das pessoas envolvidas nem de Deus. O desejo de experimentar concretamente o perdão e a reconciliação pode ser usado como motivação para participarem da Santa Ceia, a festa da comunhão e da reconciliação.

Perguntas para diálogo:

Tanto para os seus seguidores, como para as pessoas consideradas pecadoras, a comunhão de mesa, na presença de Jesus, era um momento especial. Sentiam-se acolhidas e aceitas do jeito que eram. Ao mesmo tempo, porém, desejavam passar por uma transformação de vida. A partir desta afirmação, reflitam sobre as perguntas:

1) Como nós experimentamos a comunhão com Jesus ao celebrarmos a Santa Ceia?

2) Quais as conseqüências desta comunhão? Ela desperta em nós o desejo por reconciliação? Reconciliação com Deus, com o nosso próximo, com o mundo e conosco mesmos?

3) Comunhão e reconciliação, conforme o estudo a partir de Lucas 19.1-10, poderiam ser, para as crianças, um auxílio na compreensão do significado da Santa Ceia?
 


Autor(a): Werno Stiegemeier
Âmbito: IECLB
Testamento: Novo / Livro: Lucas / Capitulo: 19 / Versículo Inicial: 1 / Versículo Final: 10
Título da publicação: Crianças na Ceia do Senhor / Ano: 2008
Natureza do Texto: Educação
Perfil do Texto: Estudo Bíblico
ID: 14038
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É isto que significa reconhecer Deus de forma apropriada: apreendê-lo não pelo seu poder ou por sua sabedoria, mas pela bondade e pelo amor. Então, a fé e a confiança podem subsistir e, então, a pessoa é verdadeiramente renascida em Deus.
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