Hudson Taylor era filho de um farmacêutico em York, no leste da Inglaterra. O pai e a mãe eram cristãos convictos. O pai, às vezes, ajudava nas pregações, na Igreja Metodista.
Hudson, como menino, tinha a fé de uma criança. Na adolescência, durante alguns anos, vieram as dúvidas e lutas até que um dia, quando estava sozinho em casa, querendo distrair-se com leituras, leu, num tratado: “A obra concluída de Cristo”. Ele se perguntou: “Por que esta frase?”, mas se lembrou das últimas palavras de Jesus: “Está consumado”. Naquele momento, ele sentiu-se aliviado, dizendo para si mesmo: “Se o perdão dos pecados está consumado, então o meu pecado está incluído!” Essa descoberta lhe deu uma alegria que não conhecia até este momento. E ajoelhou-se, louvando a Deus.
Duas semanas depois, quando a mãe voltou de uma viagem, ele ficou admirado, porque a mãe já sabia que o filho recuperou a sua fé de criança. Ela o sabia, porque, no mesmo dia em que o filho leu o tratado, ela, quando estava pedindo a Deus que ajudasse o filho, ganhou a certeza que isso já tinha acontecido.
A vontade de falar de Jesus para outros era grande e Taylor pediu a Deus que lhe mostrasse onde podia servir-lhe. A mesma certeza que sentiu, quando leu as palavras do tratado, ele teve quando ficou sabendo dos milhões de chineses que nunca ouviram de Jesus. Então reconheceu: “Lá é meu lugar”, e prometeu a Deus que, a partir deste momento, tudo o que era e o que tinha, ele iria usar para Deus. Mais tarde, ele disse: ”Nunca esquecerei o meu sentimento depois da promessa que fiz a Deus. Não dá para descrever em palavras! Senti a presença de Deus, com quem eu tinha feito um pacto. Eu estava convicto que recebi uma ordem: “Vai em meu nome para a China.”
Depois de estudar chinês, teologia e um pouco de medicina, ele viajou, em 1853, como membro de uma sociedade missionária, para a China. A viagem de navio durou seis meses. Logo depois da sua chegada em Shangai, alugou um quarto num bairro pobre. Ele evangelizava na cidade e também, fazendo longas viagens, no interior. A vida era cara e, às vezes, o dinheiro que recebia da sociedade missionária, não chegava. Mas ele percebeu, também, que a sociedade missionária estava com dívidas. Quando chegou a vez dele de voltar para a Inglaterra – os missionários, depois de alguns anos, podiam descansar no seu país – ele voltou, mas desligou-se desta sociedade.
Na Inglaterra, junto com a sua esposa que ele tinha encontrado na China, Taylor fez campanha. Voltando para a China, com 16 missionários, fundou a “Missão para o Interior da China”, uma associação não vinculada a uma determinada Igreja. Os colaboradores e missionários vinham de várias denominações. A parte financeira, mesmo com contabilidade impecável, baseava-se na fé em Deus. Taylor dizia: “Como a obra é de Deus, Ele tem um compromisso com sua obra e, por isso, Ele mesmo vai cuidar de tudo!” A sede ficava na China, porque Taylor, na sua primeira estadia, viu que era preciso ela estar no país do trabalho dos missionários.
Nos seus chamamentos, ele perguntava aos leitores: “Você já pensou nos 450 milhões de chineses que não ouviram de Jesus? Você acredita que cada um deles tem uma alma? Você acredita que, abaixo do céu, não existe nenhum outro nome pelo qual sejamos salvos do que o nome de Jesus? Se você acredita nisso, então pense nesses 450 milhões e examine-se perante a face de Deus, se você está fazendo tudo o que está ao seu alcance, para que o Seu nome seja conhecido. Por que você se recusa a ajudar o seu Rei na luta com seu adversário?”
Hudson era um homem de oração. Em especial, ele pedia por missionários, e Deus atendeu os seus pedidos. Ele aceitou, também, homens e mulheres sem uma formação de missionário concluída. Para todos, ele era um pai, cuidando deles em tudo. A confiança em Deus era enorme. “Se Deus manda os missionários, Deus também vai acompanhá-los e ajudar.”
Taylor viajou mais quatro vezes para a China.
Doente e cansado, ele depois ficou durante alguns anos na Suíça. Mas, quando se recuperou até um certo ponto, ele sentiu tanta vontade de ir para a China que, em 1905, fez, mais uma vez, a viagem. Ele foi recebido com muita alegria pelos missionários e os pelos chineses. Naquele ano, ele faleceu na China deixando lá 849 missionários da Inglaterra e quase o mesmo número de colaboradores chineses em 250 pontos missionários. 125.000 chineses estavam dando testemunho de Jesus.
Taylor não se gabava de sua fé. Ele dizia : “O Senhor não espera de nós uma fé grande. Deus espera que tenhamos fé num grande Deus.”