Elisabeth Fry (1780-1845)

A mulher que mudou a vida dnos presídios

01/03/2010

Elizabeth Fry nasceu em 1780, em Norwich, não muito longe de Londres. A infância e a juventude passaram sem preocupações. Elizabeth gostava de andar de cavalo, de ir a festas e dançar, e todos gostavam da voz dela, quando cantava.

A família do pai de Elizabeth, já por algumas gerações, pertencia à Igreja dos Quaker. Assim, Elizabeth frequentava aqueles cultos, onde se falava muito de levar uma vida autêntica. Só que os membros desta Comunidade, um pouco acomodada, não convenciam Elizabeth.

No seu dia a dia, ela viu que muita gente levava uma vida indigna, via muita miséria, pobreza e privações, e que não acontecia nada para mudar estas situações. Ficou com imensas dúvidas a respeito do cristianismo.

Nesta época, chegou um pregador dos Quaker com o nome de Savery. Suas pregações fizeram que Elizabeth mudasse, ficando com a certeza de que Deus tinha um plano com ela. Então, começou a usar a roupa simples das senhoras dos Quaker e não foi mais divertir-se em bailes e outras festas. Ela procurava o recolhimento e cuidou de pobres e de doentes. Não se importava com gozações e perturbações, mostrando paciência e amor para com os seus familiares.

O pai não gostou desta mudança e mandou Elizabeth, durante o inverno, para Londres. Ela obedeceu ao pai e participava da vida social, mas não de coração.

Aos 19 anos, começou a falar com todos, pelo costume dos Quaker, usando o “tu”, sem se importar se era um homem simples ou uma autoridade.

Casou aos 20 anos com o comerciante Joseph Fry. A vida da família, com 11 filhos e, mais tarde, com 25 netos, era rica em horas felizes e horas difíceis. Com amor e persistência, ela conseguiu, no decorrer dos anos, reunir todos os membros da família, inclusive empregados, para uma devoção de manhã e de noite. Assim como ela cuidava dos filhos nas doenças, às vezes sentada dia e noite ao lado da cama, ela cuidava, da mesma forma, dos empregados ou de outras pessoas. Seus filhos aprenderam, na prática, viver uma vida cristã autêntica. O lema de Elizabeth era: “O amor para com a alma do próximo é a alma do amor”.

Em 1813, com 33 anos, ela visitou a prisão de mulheres em Newgate. Esta prisão era um porão, onde todas as presas, sem distinção daquilo que as levou à prisão, viviam no mesmo espaço, dormindo no chão sem cobertores, fazendo comida e lavando roupa. Outra ocupação elas não tinham. Viviam, também, muitas crianças neste porão, pois as mulheres presas podiam levar seus filhos junto. Elizabeth, conversando com as presas, notou que achavam que não tinha mais solução para elas.

Elizabeth lhes contou a parábola dos trabalhadores da vinha. Mesmo assim, não queriam nada com nada. Elizabeth perguntou: “E o que será dos filhos de vocês?”. Com isso, ela conseguiu despertar nelas o interesse por mudanças.

Primeiramente, foi começada uma escolinha dentro da prisão. Com regras, elaboradas por Elizabeth, a vida na prisão ficou organizada. O clima entre as aprisionadas mudou completamente, baseado nos ensinamentos da Bíblia e vivenciado pelo exemplo de Elizabeth. Agora, com as autoridades, Elizabeth lutou pelo direito das mulheres em trabalhar, estudar e ter cultos. Em 1817, foi fundada uma associação para ajudar nos presídios das mulheres.

A partir desta reforma, Elizabeth fez muitas viagens, visitando presídios na Europa e na América do Norte, falando, sem medo, com as mais diversas autoridades. A reforma da prisão de Newgate desencadeou, assim, a reforma dos presídios em geral.


Autor(a): Isolde Mohr Frank
Âmbito: IECLB
Título da publicação: Da nuvem de testemunhas / Ano: 2007
Natureza do Texto: Artigo
ID: 11541
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