Blaise Pascal nasceu em Clermont e passou, com as duas irmãs, uma infância muito feliz. Quando a mãe faleceu, a família mudou-se para Paris. Lá, em Paris, muitas vezes havia encontros de pessoas que queriam discutir problemas atuais e problemas que surgiam na Igreja. A Igreja Católica, no século XVII, fazia todo tipo de esforços para tornar a França um país católico. (Em 1682, duzentos mil protestantes, chamados Huguenotes, tiveram que emigrar.) O menino Blaise, mesmo com brinquedos nas mãos, acompanhava atentamente estas discussões.
O pai de Pascal deixou o filho aprender, primeiramente, só as línguas antigas. Mas ele foi surpreendido quando o filho, com 12 anos, sozinho, descobriu 32 regras da geometria.
Em 1639, o pai de Blaise foi nomeado, pelo Rei, Secretário de Finanças na província da Normandia, no norte da França. A família, então, mudou-se para lá. Blaise dedicou-se às Ciências e fez descobertas importantes: as diferenças da pressão do ar, conforme a altitude; novas regras na geometria e, para o trabalho do pai, inventou uma calculadora.
Em 1646, a família entrou em contato com um movimento religioso, chamado de Jansenismo. O bispo de Ypern, na Bélgica, Cornelius Jansen, baseado nos ensinamentos de Agostinho, mostrava que a base do cristianismo deveria ser a salvação pela graça de Deus. Também criticava o Probabilismo dos Jesuítas, a teologia que defende certas ações em casos duvidosos, mesmo que haja argumentos que não permitem esta ação.
O resumo daquilo que o bispo Jansen ensinava, é o seguinte: O homem é escravo do pecado. As obras feitas pelo esforço humano, não têm efeito. O homem nem consegue, por si, orar de maneira agradável a Deus. Deus, na sua graça, tem que despertar a fé, tomar morada no homem e dirigir tudo o que o homem faz. O homem deve, de todo coração, desejar e pedir esta graça.
Blaise Pascal se entusiasmou pelas idéias de Jansen mas, nos anos seguintes, recaiu na sua vida mundana. Em 1654, desgostoso com a vida que levava, começou a procurar a Deus de todo o coração. Numa noite, sentiu a presença de Jesus como um fogo. Ele foi tomado por uma euforia e um bem-estar indescritíveis. Blaise Pascal anotou com a exatidão de um cientista o seguinte: “Em 23 de novembro de 1654, 5ª feira, entre dez e meia e uma e meia da madrugada - fogo, certeza, alegria, paz. Esqueci tudo, menos de Deus. Pai justo, o mundo não te conhece, mas eu te conheço. Alegria, alegria. Alegria e lágrimas de alegria. Eu me tinha desligado dele. – A mim me deixaram o manancial de águas vivas (Jr.2.13)– Tomara que não fique eternamente separado de Deus. – Jesus Cristo! Jesus Cristo! Eu fugi dele, eu o neguei, eu o crucifiquei. – Submissão completa a Jesus Cristo, o meu líder espiritual.” Este pergaminho, escondido no forro do seu casaco, ele carregou consigo até a sua morte. Ninguém sabia desse papel. Ele também não falava sobre o que aconteceu. Desligou-se dos amigos não-cristãos e ficou no monastério dos Jesuítas de Port Royal. Este monastério foi o centro do Jansenismo.
Nos anos seguintes, Blaise Pascal sofreu muito com as agressões de Roma, que queria que os seguidores de Jansen renunciassem a seus ensinamentos. Em 1657, Blaise Pascal escreveu as “Cartas a um provincial”, que mostram a profundidade desta luta.
Uma maneira de castigar as pessoas que não concordavam com a Igreja Católica, era a de negar a Santa Ceia na hora da morte. Com isso, a pessoa não ia para o céu. Blaise Pascal, em 1662, muito doente, quase sofreu este castigo. Mas, quando tomou a Santa Ceia, faleceu em alegria e paz.