Quinze líderes de dioceses e organismos da igreja nacional, entre eles 12 bispos da Igreja da Noruega, se uniram às orações semanais, na quarta-feira, 17 de agosto, na capela Centro Ecumênico, em Genebra, na Suíça. Junto com eles, estavam os membros da comunidade norueguesa em Genebra e funcionários ligados à Igreja e à agências de ajuda humanitária membros da ACT Aliança, das Conferência das Igrejas Européias (CIE), da Federação Luterana Mundial (FLM) e do Conselho Mundial de Igrejas (CMI).
O secretário geral do CMI, Rev. Dr. Olav Fykse Tveit, que é pastor da Igreja da Noruega, saudou os presentes e os conclamou a todos a unirem-se para honrar as vítimas da violência ocorrida no mês passado na Noruega.
Nosso povo ainda está triste, abraçando um ao outro, acendendo velas em memória daqueles que perdemos, rezando pelos sobreviventes e suas famílias, disse ele. Tveit contou a história de uma jovem mulher, que ele conhece, que foi baleada cinco vezes no acampamento da juventude, na ilha de Utøya, em 22 de Julho. Ela sabe que seus amigos a salvaram, relatou, e ela está convicta de que este episódio não foi algo que destruiu sua vida.
Em seu sermão, a Bispa Presidente da Igreja da Noruega, Helga Haugland Byfuglien, disse: ainda vemos a fé, a esperança e o amor em pé contra o ódio, o mal e a destruição, semanas após aquela longa sexta-feira”, em que esta coisa inacreditável aconteceu num canto tão pacífico do mundo. Ela agradeceu às igrejas do mundo e a outras comunidades de fé por estarem junto conosco neste momento.
Após o culto, vários líderes da igreja ofereceram testemunhos adicionais acerca do sentimento de unidade que tem surgido após a tragédia. Berit Hagen Agøy, secretária-geral do conselho para relações ecumênicas e internacionais da Igreja da Noruega, falou de seu apreço pelo apoio e abordagens dos muçulmanos que ela encontrou.
Estou impressionada com os líderes muçulmanos na Noruega, ela disse à comunidade reunida em Genebra. Mesmo que tenham sofrido perseguições em massa (e até mesmo ameaças) imediatamente após os ataques - quando muitos noruegueses achavam que se tratava de terrorismo e que tais terroristas deveriam muçulmanos - eles nagaram claramente qualquer ligação com o assassino que é, afinal, um cristão auto-proclamado.
É instigante o fato de que os líderes muçulmanos estavam entre aqueles que declararam mais claramente que o ato do terrorista é contraditório ao cristianismo, acrescentou.
Juntamente com o Conselho Islâmico da Noruega, disse ela, a Igreja da Noruega e a Universidade de Oslo estão planejando dois seminários, neste outono, sobre extremismo e religião. O trabalho em conjunto sobre esta questão já havia sido planejado antes do ataque terrorista no dia 22 de julho. Devo admitir que, quando se começou a falar sobre estes eventos, nós estávamos pensando no extremismo islâmico. Em julho, de repente, percebi que também temos de enfrentar o extremismo nacionalista em nossa própria cultura cristã , concluiu.
Os Bispos Laila Riksaasen Dahl e Erling Pettersen relataram as muitas das formas em que a igreja se fez presente no rescaldo desta violência horrível”. Contaram acerca de uma nova linguagem de reconciliação e de unidade, que tem crescido em sua terra, e salientaram a necessidade da igreja dedicar-se a seguir no apoio às vítimas, suas famílias e toda a sociedade.
A visita dos bispos de dois dias a Genebra, incluiu reuniões com a liderança e pessoal das organizações ecumênicas como o CMI, a FLM, a ACT Aliança e o Instituto Ecumênico de Bossey.
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O Conselho Mundial de Igrejas promove a unidade cristã no testemunho da fé e serviço por um mundo justo e pacífico. É uma comunidade de igrejas fundada em 1948 e reúne, atualmente, 349 igrejas protestantes, ortodoxas, anglicanas e outras que representam mais de 560 milhões de cristãos em mais de 110 países, trabalhando em cooperação com a Igreja Católica Romana. O secretário geral do CMI é o Rev. Dr. Olav Fykse Tveit, da Igreja da Noruega.
fonte: WCC
tradução: Marcelo Schneider