Estamos na Semana da Páscoa. O que significa isso para nós cristãos? Para os coros de metais é mais uma oportunidade de tocar em cultos e em outras celebrações dando brilho ao anuncia da morte e da ressurreição de Cristo através dos hinos.
Pensando nos inúmeros coros de metais, alguns bem pequenos, trago-vos a seguinte reflexão:
Em Mateus 17.51 consta que, quando Jesus morreu, entre outros acontecimentos o véu no templo rasgou ao meio. Este véu era uma cortina na frente do assim chamado “santo dos santos” no templo em Jerusalém. Antes de Cristo acreditava-se que ali era a morada de Deus. Por isso era ali o centro da vida religiosa do povo de Israel. Todo judeu tinha a obrigação de ir ao menos uma vez por ano para lá para adorar a Deus. Isso acontecia por excelência na Páscoa judaica. Nesta eles celebravam a libertação do seu povo da escravidão no Egito e a condução para a “terra prometida.” Por isso a cidade estava cheia de gente quando Jesus entrou em Jerusalém montado num jumentinho, conforme Marcos 11.1-11.
Na prática este véu era o centro de poder e de opressão da religião aliada ao poder político sobre aquele povo. Com a morte de Jesus foi derrotado o pecado e todo tipo de tirania e mal. Foi derrotada também a tirania que a religião e o governo exerciam. Rasgou-se o véu. Estamos livres do exercício de poder dos homens tanto na Igreja como no governo sobre nós. O acesso a Deus está livre. Também estamos livres para organizarmos formas de governo que sirva e respeite as pessoas.Se ainda há a opressão através do mau uso poder na Igreja e no governo, isto é conta Cristo, é pecado. Lembrem disso neste ano em que tem eleições municipais.
Para nós valem as palavras de Cristo: “Porque onde estiverem dois ou três reunidos em meu nome, ali estou no meio deles”. Onde se reunirem dois, três ou mais em nome de Cristo, ali ele está, ali é Igreja, ali podemos celebrar a nossa fé. Os coros de metais são um testemunho vivo de que são capazes de atravessarem gerações sem que os seus ministros e ministras participem necessariamente no seu grupo. O véu se rasgou e nós estamos livres para multiplicar os diversos grupos nas comunidades para servirmos melhor ao nosso Senhor.
O véu se rasgou, mas, infelizmente, a maioria dos grupos na IECLB funcionam somente se o ministro ou ministra estiver fisicamente presente. Na IECLB, nesse caso, o mau uso de poder está em muitos membros das comunidades. Como ministros corremos o risco de gostarmos desse poder e de reforçá-lo porque nos confere um falso status. Por isso a maioria das celebrações e estudos bíblicos na IECLB acontecem somente com a presença do pastor ou da pastora. Está aí um novo véu centralizador que tem que ser rasgado. Dessa vez não é a Igreja que constrói e mantém este véu, mas são os membros das comunidades que em muitos lugares se negam de participar se o pastor/a não estiver presente. Com isso esgota-se a agenda dos ministros e das ministras e alcança-se no máximo 10 a 15% dos nossos membros. Os outros 80 a 85% vão se perdendo aos poucos. Isso torna muitas comunidades mornas, sem entusiasmo e sem crescimento. Muitas até decrescem. É comum ouvir-se verdadeiras heresias do tipo “Se o pastor ou a pastora não vem eu também não vou.”
A Páscoa é um bom momento para se rasgar este e outros véus na IECLB e aceitar desafios, participar de encontros e de treinamentos de líderes para que estas pequenas células se multipliquem e envolvam cada vez mais pessoas e façam com que as comunidades voltem a ser fermento e não campo de pouso para acomodados. Os trombonistas são testemunhas das inúmeras horas que já ensaiaram em suas vidas, dos inúmeros ensaios que já fizeram em seus grupos e dos inúmeros encontros maiores em que participaram. São testemunhos também das muitas bênçãos que esta dedicação traz para as suas vidas e das muitas amizades que fazem quando se engajam e participam. Os benefícios superam de longe os seus sacrifícios.
Está ali o segredo por que grande parte dos trombonistas começam bem novos e permanecem neste trabalho maravilhoso até que a idade os impeça. As fotos dos nossos encontros dão testemunho de crianças, adolescentes, adultos e idosos que passam dias lado a lado ensaiando e tocando a para adorar e louvar ao nosso Senhor Jesus Cristo.
Portanto, continuemos multiplicando pequenos grupos de comunhão mais próxima. Entre estes percebem-se por excelência os pequenos grupos de família(estudos bíblicos), os coros de metais, as bandas das comunidade e os corais.
Se há véus aprisionando a expansão da missão, rasguemo-los porque o mau uso do poder já está derrotado. O acesso a Deus está livre desde a morte e a ressurreição do nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo.
Feliz Páscoa a todos.