10ª Convenção Nacional da Legião Evangélica Luterana - LELUT
São Leopoldo, 26 de setembro de 2015
9:20 – Celebração
Pregação: Marcos 9.38-50
Liturgia de Entrada
Acolhida
Ao nome de Jesus se dobre todo joelho, nos céus, na terra e debaixo da terra, e toda língua confesse que Jesus Cristo é Senhor, para glória de Deus Pai. (Filipenses 2.10-11)
Hino: A cada dia nasce de novo o sol
Saudação Apostólica
Oração
Liturgia da Palavra
Leitura de Marcos 9.38-50
38 João disse:— Mestre, vimos um homem que expulsa demônios pelo poder do nome do senhor, mas nós o proibimos de fazer isso porque ele não é do nosso grupo.
39 Jesus respondeu:— Não o proíbam, pois não há ninguém que faça milagres pelo poder do meu nome e logo depois seja capaz de falar mal de mim. 40 Porque quem não é contra nós é por nós. 41 Eu afirmo a vocês que isto é verdade: quem der um copo de água a vocês, porque vocês são de Cristo, com toda a certeza receberá a sua recompensa.
42 Jesus continuou:— Quanto a estes pequeninos que creem em mim, se alguém for culpado de um deles me abandonar, seria melhor para essa pessoa que ela fosse jogada no mar, com uma pedra grande amarrada no pescoço. 43 Se uma das suas mãos faz com que você peque, corte-a fora! Pois é melhor você entrar na vida eterna com uma só mão do que ter as duas e ir para o inferno, onde o fogo nunca se apaga. 44 [Ali os vermes que devoram não morrem, e o fogo nunca se apaga.] 45 Se um dos seus pés faz com que você peque, corte-o fora! Pois é melhor você entrar na vida eterna aleijado do que ter os dois pés e ser jogado no inferno. 46 [Ali os vermes que devoram não morrem, e o fogo nunca se apaga.] 47 Se um dos seus olhos faz com que você peque, arranque-o! Pois é melhor você entrar no Reino de Deus com um olho só do que ter os dois e ser jogado no inferno. 48 Ali os vermes que devoram não morrem, e o fogo nunca se apaga.
49 — Pois todas as pessoas serão purificadas pelo fogo, assim como os sacrifícios são purificados pelo sal. 50 O sal é uma coisa útil; mas, se perder o gosto, como é que vocês poderão lhe dar gosto de novo? Tenham sal em vocês mesmos e vivam em paz uns com os outros.
Pregação
A prática da fé não é algo fácil. Viver em comunidade, viver em grupos não é algo fácil. Conviver pacificamente com outras pessoas exige de nós um modo diferente de ser e pensar. Para viver em paz é necessário que não esqueçamos o que nos une, por que estamos juntos.
Com-viver é tão difícil? Porque cada um de nós pensa diferente, tem pontos de vista diferentes, tem gostos diferentes, tem valores diferentes.
Talvez a maior dificuldade se encontra de muitas vezes ficarmos limitados ao nosso conhecimento, não aceitando que há algo mais. Lembro da história do galinheiro.
Um pintinho pergunta para seu pai: – Pai, o mundo termina ali, na cerca?
O pai dá uma gostosa gargalhada e diz: – Não, meu filho… o mundo é muito maior do que isso. Venha, vou lhe mostrar uma coisa.
Então o galo sobe no telhado mais alto da fazenda e leva seu filhote consigo. O menino fica admirado com aquela nova e magnífica visão do mundo e compreende porque seu pai riu tanto, pois o cercado do galinheiro (que para ele era um mundo), agora era apenas um pequeno detalhe naquela bela paisagem.
O galo, então, todo orgulhoso, lhe pergunta: – Está vendo aquelas montanhas lá adiante?
– Sim, papai!
– Pois é, meu filho, é lá que o mundo termina.
– Uauuuu… exclamou o pequenino.
Muitas vezes ficamos limitados somente aquilo que conhecemos. Temos nossos olhos fechados e não conseguimos entender que a vida, o modo de pensar, vai muito além do nosso conhecimento. Estar de olhos fechados para o outro é que faz com que seja difícil viver em paz e pode criar obstáculos afastando pessoas da vida comunitária. Esquecemos qual é a nossa missão, nosso objetivo.
Vejamos um exemplo no AT, No livro de Números, capítulo 11, é relatado como o povo de Israel, que fora libertado da escravidão no Egito, murmurava e se queixava contra Deus e contra Moisés por causa das dificuldades que estavam enfrentando no deserto. Números 11.4-5: — Ah, se tivéssemos um pouco de carne para comer! 5 No Egito comíamos quanto peixe queríamos, e era de graça. E que saudades dos pepinos, dos melões, das verduras, das cebolas e dos alhos! 6 Mas agora acabaram-se as nossas forças. Não há mais nada para comer, e a única coisa que vemos é esse maná! .
Diante da reclamação do povo, Moisés se sente encurralado entre Deus e o povo, sente o peso da responsabilidade, ele tem vontade de morrer. Números 11:10 Então Moisés ouviu o choro do povo. Cada família chorava na entrada da sua barraca. O Senhor ficou muito irado. E Moisés também ficou aborrecido 11 e disse a Deus, o Senhor: — Por que me tens tratado tão mal? Por que estás aborrecido comigo? Por que me deste um trabalho tão pesado de dirigir todo este povo? ... 14 Eu sozinho não posso cuidar de todo este povo; isso é demais para mim! 15 Se vais me tratar desse jeito, tem pena de mim e mata-me! Se gostas de mim, não deixes que eu continue sofrendo deste jeito!
Diante da dificuldade, da tristeza e da vontade de desistir Deus não o permite Moisés desistir. Ele orienta para que Moisés escolha 70 anciãos para serem seus auxiliadores, para profetizarem ao povo. Deus ensina que para que algo aconteça é necessário que saibamos repartir nossas responsabilidades, é preciso buscar ajuda, envolver outras pessoas na missão. Por isso, estes 70 deveriam se reunir em volta da tenda e Deus colocaria seu espírito sobre eles. Assim aconteceu. Só que dois deles, Eldade e Meldade, não foram ao templo, mas mesmo assim o espírito os alcançou e ambos profetizavam. Alguém viu os dois profetizando sem terem ido ao templo e foram até Moisés pedir para que ele os proibisse de profetizar. Mas Moisés responde: 29b: Eu gostaria que o Senhor desse o seu Espírito a todo o seu povo e fizesse com que todos fossem profetas!.
Moisés questiona qualquer sistema implantado como único e verdadeiro que quer centralizar a missão de Deus. Ou seja o que importa é o que se faz, não quem ou onde.
É disto que fala o texto do evangelho de Marcos 9.38-50. Tudo começa quando João vem até Jesus e diz: 38 — Mestre, vimos um homem que expulsa demônios pelo poder do nome do senhor, mas nós o proibimos de fazer isso porque ele não é do nosso grupo. Esta atitude de João mostra que os discípulos não compreenderam qual é a verdadeira missão que Jesus trouxe. Esta afirmação de João mostra que os discípulos viviam em uma mentalidade competitiva, intolerante, excludente. Tanto que nos versículos anteriores os discípulos discutiam sobre quem era o mais importante.
Jesus busca abrir os olhos dos discípulos para que compreendam a sua verdadeira missão, por isso: 39Jesus respondeu: — Não o proíbam, pois não há ninguém que faça milagres pelo poder do meu nome e logo depois seja capaz de falar mal de mim. 40 Porque quem não é contra nós é por nós. Jesus ensina que o importante não é ser do nosso grupo, o importante é a disposição de servir. Jesus exorta à tolerância. Somos diferentes, de pensamentos diferentes, de manias diferentes, de costumes e tradições diferentes, mas se servimos a Deus, isto nos une. O que nos une é o serviço que desempenhamos. Se fazemos o bem, se servimos a Deus com alegria, então não podemos proibir, escandalizar, quem é diferente.
Jesus ensina a tolerância para com os de fora do nosso grupo. Não podemos, nem devemos proibir as pessoas de agir em prol da missão. O espírito santo não é algo exclusivo a um grupo, a uma pessoa. Quando queremos centralizar a missão, achando que só nós sabemos fazer o que é certo, ou achando que EU sou o mais importante, o melhor, acabamos por fazer tropeçar os mais pequenos. Como disse Jesus: 42— Quanto a estes pequeninos que creem em mim, se alguém for culpado de um deles me abandonar, seria melhor para essa pessoa que ela fosse jogada no mar, com uma pedra grande amarrada no pescoço.
Quer dizer que tudo vale? Não! O critério que Jesus coloca é o do servir. Mas também nos questiona sobre a quem servimos? O serviço é que caracteriza o discipulado de Jesus. Se pessoas, em nome de Jesus, mais se servem dos outros do que servem a essas pessoas, temos um sinal claro de que algo está errado, que há uma distorção do ensinamento de Jesus.
Desta forma é bom lembrar que nós como Igreja já praticamos muitos escândalos que fizeram muita gente de fé tropeçar. Alguns exemplos: a exclusão das mulheres do ministério; do afirmar que leigo tem menor importância do que ministro ordenado; perseguição aos que são diferentes seja por cor, credo, gênero; pregar uma teologia da prosperidade baseada na negociação de dízimos...
Diante disso Jesus afirma: melhor é perder mão, pé ou olho do que arder no fogo que nunca se apaga. Ao invés de fazer tropeçar, Jesus exorta, sejam sal neste mundo. Deem um novo sabor, conservem aquilo que verdadeiramente alimenta; vivam em paz uns com os outros (v. 50).
Quantas vezes diferenças toscas, vaidades pessoais, nos levam a tropeçar e fazer pessoas tropeçarem. Sejamos sal que preserva da ambição, do egoísmo, que liberta de querer ser o mais importante.
Importante é caminharmos juntos. Importante é sabermos que somos um no serviço de testemunhar o evangelho. Unidos pela fé, pelo espírito santo, somos um só povo que busca trabalhar como servos de Deus, seguindo a nosso Mestre Jesus conforme Ele ordenar. Por isso, vamos nós trabalhar, os famintos fartar, os sedentos para a fonte levar, aos perdidos dizer que de Deus o perdão podem ter. Vamos juntos anunciar que quem buscar ao Senhor redimido será. Vamos nós trabalhar, ajudados por Deus, pois Jesus salvação graciosa nos dá.
Hino: Vamos nós trabalhar
“Se os discípulos têm sal que preserva da ambição, então a comunidade viverá em paz.”
Buscando sempre esta paz, unamos nossas mãos e juntos oremos: Pai Nosso que estás nos céus, santificado seja o teu nome. Venha o teu Reino. Seja feita a tua vontade, assim na terra como no céu. O pão nosso de cada dia nos dá hoje. E perdoa-nos as nossas dívidas, assim como nós também perdoamos aos nossos devedores. E não nos deixes cair em tentação, mas livra-nos do mal. Pois teu é o Reino, o Poder e a Glória, para sempre. Amém!
Bênção
Que Deus abençoe e dirija está 10a Convenção para que desperte vocações que nos dirijam a viver em comunidade sob a paz de Deus. Amém.