Este foi o tema que marcou o 30º Acampamento da Juventude Evangélica. Cabe-nos, primeiro, muitos agradecimentos a todos os pastores/as , coordenadores/as e lideranças da JE, tanto da ex-Segunda Região Eclesiástica, como dos Sínodos Vale do Itajaí e Norte Catarinense que fizeram essa história. Nos testemunhos relatados ficou evidente que o coração de vocês bateu pelos jovens. Esse foi um dos segredos do sucesso dessa história. A vocês e a Deus, imensa gratidão.

Jovem, pelo que bate o teu coração?

Hilário Dick, professor na Unisinos e pesquisador do fenômeno juvenil, em 2006, divulgou dados interessantes de uma pesquisa realizada com 700 jovens entre 14 e 29 anos, na cidade de São Leopoldo. Ele muito bem descreve que hoje os jovens foram transformados em consumidores; que a família está se dissolvendo e os laços afetivos desaparecendo. Ele fala da onda da violência que está estourando entre os jovens. Dos pais que já não dão mais conta de impor limites aos filhos. Da inversão que há, pois os pais já não são mais tidos como espelhos para os filhos, pois hoje há uma cultura da valorização do jovem, visto que os jovens servem como modelos sociais e não mais os adultos. Na pós-modernidade nasceu a geração “dionisíaca”, que prioriza a beleza corporal, a festa, o colorido. Importa é o prazer, não mais o amor e o afeto.

Jovem, pelo que bate o teu coração? É urgente que o jovem faça essa indagação, na busca do que ele quer, de sua identidade própria. O consumismo induz ao “ter” em detrimento do “ser”. Perguntamos: será que o poder econômico que chefia o consumismo não está colocando um “marca-passo” no coração dos jovens? Marcando os passos que eles devem seguir na vida e determinando pelo que deve bater o seu coração? O coração dos jovens não é batido de fora? Aliás, não só os jovens correm esse risco. Sobre todos nós é exercida a pressão de que o “modelo” que vale agora é o belo, a marca, o jovial, a magreza, o prazer. Aí, a gente “malha” não pela saúde, mas pela elegância.

Alerta! Tem gente de olho no nosso bolso, na nossa vida. A oferta é enganosa, pois nos escraviza. Nos lança num círculo vicioso, do ter que trabalhar mais, para ganhar mais, a fim de comprar mais... e, assim viramos escravos do consumismo. E, essa proposta passa de largo da vida em abundância oferecida por Jesus Cristo. O coração de Deus bate por nós, não para lucrar, mas por amor. Ele liberta. Na graça divina está nossa saída desse círculo demoníaco a que estamos sujeitos.

Mas, pelo que é mesmo que bate o teu coração?

Pastora Sinodal Mariane Beyer Ehrat
sinodovi.mariane@terra.com.br