Esta frase do profeta Jeremias (Jr.1.5a) foi escolhida pela Igreja Evangélica de Confissão Luterana no Brasil – IECLB, como lema do ano de 2012 e o tema que nos acompanhará neste novo ano será “Comunidade Jovem – Igreja Viva”
A cada ano, a IECLB convida as pessoas, sobre tudo membros desta Igreja, para refletirem em conjunto sobre um determinado Tema e Lema. A experiência tem sido enriquecedora, discutindo o mesmo Tema em diferentes contextos da IECLB, promovendo e contribuindo para a unidade de toda a Igreja em âmbito comunitário, sinodal e nacional.
Este ano queremos enfocar principalmente a juventude e o termo juventude abrange desde a pré-adolescência até a entrada na idade adulta. È esse o significado do termo neste Tema e Lema.
É importante e desafiador para a Igreja se manifestar em relação às pessoas nesta faixa de vida, como um todo. É um período de vida com muita vulnerabilidade e por isso as crianças, adolescentes e jovens precisam de espaços onde se lhes oferece cuidado especial.
Quando analiso os números oferecidos na última estatística do IBGE, que afirma que o Brasil ainda tem 1 milhão de crianças entre 10 a 14 anos que trabalham. Isso significa duas vezes a totalidade da população de Joinville, sendo tratadas de forma ilegal. O índice maior de crianças trabalhando se concentro nos Estados do Norte do País, onde Rondônia apresente 11%. Na região Sul, o Estado de Santa Catarina se destaca com o índice mais elevado com 8%, se igualando aos Estados de Maranhão, Piauí, Alagoas entre outros.
Olhando para estes números, percebo que o desafio dado pelo Lema e Tema é grande demais para uma igreja como a IECLB. No entanto não podemos calar frete à injustiça. O desafio nos leva ao ECUMENISMO, somando forças junto às igrejas parceiras e irmãs. Pois a gravidade em questão do trabalho de crianças e adolescentes vem persistindo na cultura brasileira de longa data. Mesmo com o Estatuto da Criança e Adolescente - ECA em vigor, o problema persiste. Pois a proporção de crianças e adolescentes trabalhadores no país não teve redução expressiva desde meados dos anos 90.
O professor de sociologia da Universidade de Brasília, Marcelo Medeiros, afirma na Folha de São Paulo em 28/12/11, que: “O crescimento da economia brasileira, a queda da desigualdade social e a diminuição da pobreza não foram capaz de mudar expressivamente esse cenário.”
O mesmo artigo aborda que no trabalho infantil não há nada de bom. Traz risco à saúde das crianças, piora seu desempenho escolar e, em alguns casos, chega a retirá-las das escolas.
Hoje se pode afirmar também, que o trabalho infantil não ajuda substancialmente no rendimento das famílias porque rende pouco e nem se quer prepara as crianças e adolescentes para um futuro profissional. Pois se observa que, adultos que trabalharam quando crianças geralmente terminaram em profissões piores do que aqueles que nunca trabalharam. A questão do trabalho infantil e de adolescentes não consiste no acumulo de renda familiar, mas é muito mais uma questão, que têm suas raízes na educação e cultura.
Criança para se desenvolver bem, deve brincar, estudar e não trabalhar. Tudo tem seu tempo proporcionado na vida que Deus nos dá. Criança, adolescente e jovem faz parte deste corpo-igreja, onde as pessoas mais frágeis precisam do cuidado muito especial e a Igreja tem aqui um papel de grande responsabilidade.
