A coragem de Camila e o amor de sua mãe e seu pai servem de inspiração para outras pessoas
Edenir dos Santos, de Campo Alegre/SC, é corredor há 31 anos, e sua paixão motivou a esposa Josi e a filha Camila a tomar gosto pelo esporte. O diferencial é que Camila, de 24 anos, é uma pessoa com deficiência física – mas isso não a impede de acompanhar o pai e a mãe em competições. Por meio das corridas, também divulgam o Instituto Luterano Campos Verdejantes, vinculado à IECLB. A vida da família reflete o tema do Ano da IECLB – ser Sal da Terra e Luz no Mundo, sendo um exemplo para outras pessoas.
Entrevista:
Jorev: Como surgiu o interesse em correr?
Edenir dos Santos: Um amigo corria e me convenceu a começar. Tenho 49 anos, corro há muito tempo, grande parte da minha vida. Quando casei, minha esposa, Josi Slominsky dos Santos, começou a correr. Eu já estive em 19 edições da São Silvestre, em São Paulo/SP, e Josi, 12. Camila também – este ano, foi a quarta vez.
Jorev: E a ideia de levar a Camila junto nas competições?
Edenir: Minha esposa e eu participamos de várias corridas, então sempre precisávamos deixar a Camila com alguém. Foi aí que conhecemos o Projeto Pernas Solidárias, uma iniciativa criada em 2015, que abriu a possibilidade de as pessoas com deficiência participarem com um triciclo. Ali veio a vontade de levar a Camila com a gente. Com o apoio de muitas pessoas, conseguimos comprar o triciclo. O projeto é perfeito para pessoas com necessidade especiais porque permite que pessoas com deficiências possam fazer parte de corridas da rua, em triciclos, através da generosidade e ajuda de pessoas corredoras e condutoras.
Jorev: Quais as dificuldades que a Camila enfrenta nas corridas?
Edenir: Ela tem síndrome de Joubert e autismo, o que causa uma série de limitações. Mas isso realmente não é problema. O valor das inscrições e o pagamento das pessoas condutoras são as nossas maiores dificuldades. Agora, neste momento, estamos fazendo uma campanha para conseguirmos pagar as inscrições para a próxima São Silvestre.
Jorev: Fale um pouco sobre o sentimento de vê-la participando nas competições.
Edenir: A Camila é um exemplo. Ela é sempre aplaudida pelas pessoas participantes, que se sentem motivadas ao vê-la. E a emoção de tê-la junto nas corridas, no esporte que escolhemos para nós, é imensa.
Jorev: Como se dá a relação com o Instituto Campos Verdejantes?
Edenir: O Instituto tem um trabalho muito bonito de cuidar de pessoas com deficiência que não tem mais ninguém que cuide delas. Por causa da Camila, nos sentimos seguros com isso, caso um dia ela precise.
Fonte: JOREV LUTERANO, ed. ago.2023, pg 6 - TEMA DO ANO