ECUMENISMO É O BEM DA HUMANIDADE
Declarou Yeats: “Que o meu pensar seja claro, verdadeiro, sem julgamento, ponderado. Que meu sentir seja aquecido, amoroso, com compaixão pelo outro, trazendo a verdade do amor latente em si. Que minha ação seja fiel a uma causa, apaziguadora. Que eu possua a virtude de fazer o bem. Que eu possa ajudar ao outro ser humano e acompanhá-lo. Que eu desenvolva o sentido humanitário e colocar a minha força à disposição da humanidade”, (W.B. Yeats, (1865-1939) poeta, dramaturgo, senador irlandês e Nobel de Literatura de 1923).
É verdade! O ecumenismo é o bem da humanidade! O ecumenismo é a missão abissal em nosso tempo que vai superar muitas incompatibilidades e de forma colossal concretizará as maravilhas de conjunto na esfera religiosa e social. Esse bem monumental vai além da engenharia humana, é a plataforma do Espírito Santo. O ecumenismo é o evangelho da força renovadora e reavivante contra o medo e contra as incompatibilidades esdrúxulas e boçais. “Quem tem medo da renovação não acredita no Evangelho. O Evangelho é liberdade, renovação, docilidade ao Espírito Santo”, disse o ínclito teólogo italiano e arcebispo de Chieti-Vasto, dom Bruno Forte (1).
O ecumenismo é um poderoso ministério para promoção da paz, da justiça e da visão bela da fé que é amor e comunhão. Unidos nesse serviço podemos coibir a intolerância e a desconstrução de grupos fundamentalistas que usam o santo nome de Deus para destruir vidas e o ódio via a religião.
“O engajamento ecumênico para a unidade da Igreja não pode servir apenas à Igreja, mas também ao mundo, de tal modo que o mundo creia. A tarefa missionária do ecumenismo tornar-se-á tanto maior quanto mais nossa sociedade se tornar mais pluralista em termos religiosos. Aqui mais uma vez se requer mudanças de pensamento e metanoia (conversão)” (2).
Afirmou o Papa Francisco: “O Apóstolo Paulo nos diz que, em virtude de nosso Batismo, formamos um único Corpo em Cristo. Todos os membros do corpo formam um só corpo. Por isso, pertencemos uns aos outros e quando um sofre, todos sofrem, quando um se alegra, todos se alegram. Prossigamos com confiança o nosso caminho ecumênico, pois sabemos que, além das questões abertas que ainda nos separam, já estamos unidos. O que nos une é muito mais do que o que nos divide”. (Cidade do Vaticano (RV). Audiência na Sala Paulo VI, 13/10/2016) (3).
Peregrinação de Luteranos e Católicos
Teve início, no dia (16/10/2016), a peregrinação ecumênica na Terra Santa de bispos católicos e evangélicos. Participam da iniciativa nove membros da Conferência Episcopal Alemã e nove do Conselho da Igreja Evangélica na Alemanha. Esta viagem conjunta das duas Igrejas se realiza no âmbito das celebrações dos 500 anos da Reforma Luterana em 2017.
“Jerusalém, Belém e Mar da Galileia serão as etapas principais da peregrinação”, refere à Agência Sir. Estão previstos encontros de caráter religioso e com personalidades políticas, além da visita ao memorial do holocausto. A peregrinação pretende “criar um prelúdio duradouro e concordado para as relações entre as duas Igrejas de Cristo, através da solidariedade expressa pela fé”.
Participarão, da parte católica, o Arcebispo de Munique-Frisinga, Cardeal Reinhard Marx, Presidente da Conferência Episcopal Alemã, o Arcebispo de Bamberg, Dom Ludwig Schick, o Arcebispo emérito de Friburgo, Robert Zollitsch, e os bispos de Trier (Stephan Ackermann), Osnabrück (Franz-Josef Bode), Magdeburgo (Gerhard Feige), Essen (Franz-Josef Overbeck), Hildesheim (Nikolaus Schwerdtfeger). Da parte evangélica, participam o Presidente do Conselho da Igreja Evangélica na Alemanha, o Bispo Heinrich Bedford-Strohm (Munique), a vice-presidente Annette Prases Kurschus (Bielefeld), a diretora Marlehn Thieme, o presidente do Sínodo do Conselho da Igreja Evangélica na Alemanha, Irmgard Schwaetzer (Berlim), os Bispos de Hamburgo (Kirsten Fehr), Bückeburg (Karl-Hinrich Manzke), Tubinga (Elisabeth Grab-Schmidt), Dusseldorf (Jacob Joussen), e Ingelheim (Andreas Barner) (4).
Peregrinando na bênção ecumênica, vamos chegar à vontade de Jesus Cristo: “Que todos sejam um e sejam perfeitos em unidade” (Jo 17,21 e 23).
Pe. Inácio José do Vale
Professor e conferencista
Membro da Fraternidade Sacerdotal Jesus Cáritas
Irmãozinho da Visitação de Charles de Foucauld
E-mail: pe.inacio.jose@gmail.com
Fontes:
(1)http://www.ihu.unisinos.br/561260-os-opositores-de-francisco-nostalgicos-e-contrarios-a-mudanca-entrevista-com-bruno-forte
(2) Do Conflito à Comunhão. Comemoração conjunta católico-luterana da Reforma em 1517. Relatório da Comissão Luterana-Católico-Romana para a Unidade. Brasília, Edição conjunta. Edições CNBB e Editora Sinodal, 2015, p. 91.
(3)http://br.radiovaticana.va/news/2016/09/09/papa_visita_de_pastor_evang%C3%A9lico_e_o_caminho_para_a_unidade/1257079
(4)http://br.radiovaticana.va/news/2016/10/13/papa_aos_luteranos_juntos_testemunhamos_a_miseric%C3%B3rdia_de_d/1264871