Convenção de Ministros e Ministras da IECLB


Conclamação à paz e repúdio às manifestações de ódio

16/10/2019

 

Carta à Presidência da IECLB, ao Conselho da Igreja e aos Pastores e Pastoras Sinodais

Assunto: Conclamação à paz e repúdio às manifestações de ódio

Nós, participantes da 3ª Convenção Nacional de Ministros e Ministras da IECLB, reunidas e reunidos em Curitiba/PR, nos dias 15 a 17 de outubro de 2019, sob o tema “Vocação e Ministério – O que nos move”, cremos que as “Palavras agradáveis são como o mel: doce para a alma e remédio para o corpo”. (Provérbios 16.24).

O que nos move a escrever esta carta é um sentimento de profunda dor e injustiça. Palavras de injúria, de difamação, de calúnia, de violência verbal e escrita, espalhadas através das redes sociais (Facebook e WhatsApp), contra ministras e ministros e diversas lideranças religiosas, especialmente contra mulheres, profanam o Evangelho. Consequências deste tipo de posicionamento é o acirramento da violência com as mulheres no Brasil e na América Latina, culminando nos altos índices de feminicídio. Ou seja, “palavras de ódio são como fel, amargas para a alma e veneno para o corpo”.

Diante desta situação, reiteramos:

- que todas as formas de violência, incluindo a violência verbal e escrita, são contrárias ao Evangelho; prejudicam e dificultam o testemunho público e a administração dos sacramentos, imprescindíveis na edificação da Igreja, na preservação da vida e afirmação da dignidade humana.

- que comentários de ódio e expressões machistas, misóginas, sexistas, racistas, homofóbicas são resultado do pecado, que precisa ser denunciado. Citamos como exemplo, o termo “prostitutas”, se referindo às palestrantes do evento “Diálogo e diversidades”, realizado na UNISINOS, dia 15 de outubro de 2019, que teve como conferencista principal Antje Jackelen, Arcebispa primaz da Igreja Luterana na Suécia.                                                                        (link: https://www.facebook.com/groups/redeluterana/permalink/1403268609849527)

Atitudes como estas nos envergonham como pessoas e como instituição eclesiástica. O limite da liberdade pauta-se na expressão do apóstolo Paulo: “tudo me é lícito, mas nem tudo convém” (1Coríntios 3.12).

Cabe a nós transformar palavras e ações violentas, que ameaçam a vida, em proposições e sinais de paz e justiça. O respeito e o amor são pressupostos para o diálogo. Semear a paz é o compromisso que deve ser assumido por nós, ministros e ministras, em todas as instâncias da IECLB. Pois tudo o que fazemos/falamos ou deixamos de fazer/falar, deixamos como legado para as próximas gerações.

Curitiba, 16 de outubro de 2019.
 

Não somos nós que podemos preservar a Igreja, também não o foram os nossos ancestrais e a nossa posteridade também não o será, mas foi, é e será aquele que diz: Eu estou convosco até o fim do mundo (Mateus 28.20).
Martim Lutero
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