Deus, o dono do mundo inteiro, escolheu entre os povos da terra um povo pequeno e insignificante como seu povo precioso e propriedade particular, para que fosse uma bênção para o mundo, conforme o Senhor havia prometido a Abraão (Gn 12.3; 18.18; 22.18; 26.4 e 5). Todos os povos da terra seriam abençoados se Israel desse ouvidos à voz do Senhor e obedecesse. (Leia Êx 19.8; Js 24.21-24; Sl 103.17 e 18; Tt 2.14.) A aliança entre Javé e seu povo é, portanto, uma aliança de serviço. O povo do Senhor não deveria dominar, mas servir.
b. Vocês serão para Deus reino de sacerdotes – A combinação entre reinar e ser sacerdote é incomum. O que isto pode significar? Trata-se de uma dádiva e uma responsabilidade. A dádiva é que os sacerdotes podem estar sempre perto do Rei, de Deus, o Rei dos reis e viver em comunhão com ele. A responsabilidade reside em seu serviço como mediador. Os povos deveriam saber quem é o Deus vivo e verdadeiro. Aqui o ministério da pregação da palavra de Deus e da oração são de grande significado. É importante notar que todo Israel deveria assumir este serviço espiritual.* Cada um é responsável por atuar a partir da presença de Deus. Somente podemos servir a Deus e às pessoas com aquilo que ele mesmo realiza em nós. Servos de Deus vivem a partir de suas dádivas e o servem com as dádivas. Nisto consiste a sua nobreza. E, ao mesmo tempo, este serviço é um serviço humilde, de quem por puro amor escolhe viver na presença do Rei do amor – e transmitir amor. Assim, os servos de Deus adquirem uma certa “agilidade”. Mesmo em meio às duras provas alguém vai junto, que põe o fardo sobre os próprios ombros e nos acompanha passo a passo. Que alívio!
*Somente mais tarde Deus escolheu Arão e sua descendência como sacerdotes. Eles, assim como os outros sacerdotes, deveriam ser descendentes da tribo de Levi.