Estabelecidos os limites, Moisés levou o povo para fora do arraial para encontrar-se com Deus. Eles seriam testemunhas da manifestação divina. Temos a impressão de que a “turbulência” se tornou ainda mais forte. O Sinai foi sacudido por um forte tremor e a fumaça o envolvia porque “o Senhor teu Deus é fogo que consome” (Hb 12.29; leia Dt 9.3a; Sl 97.3; Ez 1.27). Moisés também encontrou outrora o Deus Santo no Monte Sinai, quando o Senhor falou com ele do meio de uma sarça ardente. Moisés também teve que ficar parado, sem dar mais nenhum passo, “porque o lugar em que estás é terra santa” (Êx 3.5b). Moisés também teve que tirar suas sandálias empoeiradas para encontrar-se com Deus. “Prepara-te para te encontrares com o teu Deus” (Am 4.12). O fato de Deus falar naquela ocasião por meio de uma sarça ardente e naquele momento, com o povo por meio de uma tempestade, é um grande presente. Vivemos porque ele fala conosco; pois suas palavras são “espírito e são vida” (Jo 6.63; Mt 4.4). Enquanto Moisés subiu à presença de Deus, os israelitas tiveram que permanecer dentro dos limites estabelecidos por ele. Apesar das objeções de Moisés, os israelitas tiveram que ouvir isto várias vezes (Êx 19.12, 13, 21 e 22-24). Deus conhece o coração contraditório do ser humano, por isso cada uma de suas palavras é importante. Isto os “sacerdotes”* do povo também tiveram que aceitar. Para nós hoje a distância de Deus foi vencida por intermédio de Jesus: “Mas agora em Cristo Jesus, vós, que antes estáveis longe, fostes aproximados pelo sangue de Cristo” (Ef 2.13). Que presente: nossa vida está oculta com Cristo em Deus e o Senhor Ressurreto habita em nós por meio do Espírito Santo (Cl 3.3)! O próprio Jesus tornou-se redenção e santificação (1 Co 1.30). Por isso podemos obedecer a voz de Deus.

*Trata-se dos primogênitos. Eles representavam a família (Êx 13.2) e, como homens jovens, eram incumbidos de trazer a oferta (Êx 24.5).