01/10 (quarta) João 3.1-10; 1.12 e 13
Um homem dirigiu-se a Jesus. Aparentemente, ele tinha tudo o que alguém pode desejar: Era um dos mais religiosos (fariseu), um dos mais reconhecidos (membro do Sinédrio), um dos mais instruídos (mestre em Israel, v.10) e um dos mais experientes (um homem idoso, como podemos concluir a partir do verso 4). Ainda assim, Nicodemos não era presunçoso. Evidentemente, ele se preocupava com Jesus. Este Mestre não o deixava mais em paz e Nicodemos expressou seu reconhecimento: verso 2. Por trás desta afirmação havia a questão: O que o ser humano deveria fazer para alcançar a plenitude que Jesus tinha? É assim que ele aborda o tema, e chega ao ponto culminante: Plenitude “do alto” tem aquele que tem vida “do alto”. E esta é conseqüência de um “nascimento do alto”. Sem este nascimento, o ser humano é impedido de entrar no reino de Deus. Nicodemos interrompe o Mestre: O que tu sugeres é completamente impossível, pois o homem não pode sair de seu corpo (v.4)! Jesus explica ao “Mestre em Israel” que nós, seres humanos, somos de uma natureza diferente da de Jesus e seu reino. Somos “carne”, isto é, separados de Deus e vivemos para nós mesmos (Rm 8.5-8). Por isso, precisamos nascer de novo. E este nascimento vem “do alto”, de Deus. Isto ocorre pela água e pelo Espírito (v.5). A água aponta para a palavra de Deus. “A fé vem pela pregação e a pregação pela palavra de Cristo” (Rm 10.17). A palavra de Deus tem poder transformador, regenerador e libertador. (Leia Sl 1.2 e 3; Jo 15.3; Ef 5.26; 1 Pe 1.22 e 23; Tg 1.18.) “Senhor, abre a porta do meu coração e pela tua palavra conduz-me a ti; que a tua palavra me purifique e eu possa ser teu filho e teu herdeiro” (J. Olearius).
02/10 (quinta) João 3.5-21
O novo nascimento ocorre “da água e do Espírito”. As profecias do Antigo Testamento já anunciavam que no tempo do fim o Espírito Santo seria derramado (Is 32.15; 44.3; Ez 36.25-27). João Batista profetizou que Jesus batizaria com o Espírito Santo (Mt 3.11; Jo 1.33) e, realmente, o derramamento do Espírito Santo foi um marco na igreja cristã (leia At 2.1ss; Rm 8.9, 14 e 16; 1 Co 6.11; Tt 3.4-7). Jesus explica o novo nascimento com uma ilustração: O Espírito de Deus, que possibilita o novo nascimento, é como o vento: ele sopra sem a nossa palavra ou intervenção, mas sabemos que está soprando. Assim, não é necessário explicar a ação do Espírito Santo do início ao fim. Importante é que aproveitemos a sua ação, assim como o velejador aproveita o vento pra velejar. Nos versos 11-21 Jesus mostra o caminho da transformação: a) Aceite o testemunho dado (v.11-13). b) Reconheça que está perdido (v.14-16). c) Contemple e aceite a obra de Jesus na cruz (v.14-16). d) Creia no Filho de Deus por toda a vida (v.16-18). e) Venha à luz e viva na luz (v.19-21)! – Será que Nicodemos aceitou estas palavras? Temos três indicações neste sentido: Em João 7.50ss Nicodemos defende Jesus diante do Sinédrio. Segundo o capítulo 12.42 é provável que também Nicodemos estivesse entre as autoridades que creram nele. E, a última notícia encontramos em João 19.38ss. Ali Nicodemos se une a José da Arimatéia para sepultar o corpo de Jesus: “Veio também Nicodemos...” (Jo 19.39). “Ainda hoje este relato de João nos surpreende. Ele saiu do anonimato! Ele arriscou-se a dar um passo público de fé” (G. Maier)!
03/10 (sexta) João 3.14; Números 21.4-9
A história da antiga serpente abre caminho para a cruz de Jesus. O povo estava a 38 anos peregrinando pelo deserto. Novamente os israelitas estavam diante do Mar Vermelho, que havia sido o ponto de partida de sua libertação do Egito (Êx 14.13.ss). Não tinham avançado nem um pouco, por culpa da velha geração. O pecado nunca permite que avancemos. Avançamos, mas andamos em círculos. Os pais fracassaram, mas a nova geração não era nem um pouco melhor. De repente ouviam-se as mesmas queixas de outrora (Nm 21.5). E Deus agiu severamente com o povo, enviando serpentes abrasadoras. Com isso, ele queria mostrar-lhes quão terrível é o pecado. Na Bíblia, a serpente sempre simboliza Satanás e o poder do pecado. (Leia Gn 3.1-5; Sl 58.4; Mt 12.34 e 35.)
O pecado é como a picada de uma serpente venenosa. Quais foram os pecados praticados pelo povo de Israel na época? O pecado do mau humor: Eles perderam a paciência porque não prosseguiam. Mas a culpa era de Deus? Leia Números 14.21-23. O pecado do esquecimento: “Por que nos fizeste subir do Egito...?” Será que eles tinham esquecido que eram escravos? O pecado da ingratidão: “A nossa alma tem fastio deste pão vil.” O milagre que inicialmente causou admiração, havia se tornado em motivo de desprezo. O pecado é como uma serpente venenosa – traz morte e destruição. “O salário do pecado é a morte” (Rm 6.23a; leia Rm 5.12; 3.10-13). Desde a queda no jardim do Éden, não há um único ser humano em cuja vida o veneno do pecado não circule. Porém, também não há nenhum ser humano que não possa ser curado. “...o dom gratuito de Deus é a vida eterna, em Cristo Jesus, nosso Senhor” (Rm 6.23b)