No dia da Ascensão, lembramos a subida de Jesus Cristo ao céu, conforme confessamos no Credo Apostólico: “subiu ao céu e está sentado à direita de Deus Pai todo-poderoso”.
A Ascensão não tem um dia fixo no mês, mas tem um dia fixo na semana: é sempre celebrada numa quinta-feira, 40 dias após a Páscoa. A tradição de 40 dias após a Páscoa é baseada no relato bíblico de Atos dos Apóstolos: “Depois de ter padecido, Jesus se apresentou vivo a seus apóstolos, com muitas provas incontestáveis, aparecendo-lhes durante quarenta dias e falando das coisas relacionadas com o Reino de Deus” (Atos 1.3). É necessário lembrar que, para fechar 40 dias, é preciso contar junto o domingo da Páscoa.
Em alguns países, como a Alemanha, o dia da Ascensão é feriado nacional. No Brasil, a IECLB costuma marcar este dia especial com celebrações e encontros. Vários Sínodos da nossa Igreja realizam os tradicionais encontros sinodais da OASE (Ordem Auxiliadora das Senhoras Evangélicas).
A ascensão iniciou uma nova realidade para Jesus e um novo momento para as pessoas que viveram com ele. Jesus é divino, mas, antes da ressurreição, experimentou todas as limitações do corpo humano. Tinha um corpo mortal, sentiu fome, sede, frio e calor. Apesar de ser o Filho de Deus, só podia estar em um lugar ao mesmo tempo. A partir da ressurreição e da ascensão, Jesus pode estar em todos os lugares, ao mesmo tempo. Isto é o resultado de ter subido ao céu.
Quando alguém diz para olhar o céu, normalmente dirigimos os olhos para cima, para o alto. Mas a que distância ou a que altura está o céu? Afinal, onde está o céu? A ascensão de Jesus não foi uma viagem espacial ou interplanetária. Céu é espaço, mas não é apenas o espaço sideral. Céu é o espaço ocupado por Deus. Onde Deus se faz presente e exerce o seu domínio, ali está o céu.
Embora não seja um local geográfico determinado, o céu é uma realidade. Se cremos em Deus, por que duvidaríamos do céu, do espaço da sua presença e do seu domínio? Esse céu está acima de nós não como lugar, mas como algo que não está sob o nosso controle.
A ascensão de Jesus não significa a sua ausência, mas justamente a sua presença entre nós. Experimentamos a sua presença nos sacramentos, especialmente na Ceia do Senhor, nos encontros em seu nome e em cada atitude de serviço e de amor ao próximo.
Outro aspecto importante da ascensão é o compromisso com o testemunho. Jesus deixou a tarefa de continuar a sua missão: vão e façam discípulos de todas as nações, batizando e ensinando (Mateus 28.18-20). Nós somos as discípulas e os discípulos de Jesus hoje e assumimos o compromisso de levar adiante a sua missão.
No dia da ascensão lembramos do nosso compromisso e da presença de Cristo em nossa vida!
Responsável pelo texto: Emilio Voigt
