IECLB e Igreja da Suécia


ID: 2722

Intercâmbio na Suécia - Primeiros quinzes dias

15/03/2012

Catedral de Uppsala
jovens brasileiros (Guilherme, Thaís, Tatiani e Eduardo)
Jovens que fazem parte do intercambio
Kanelbulle
Passeio na floresta coberta de neve
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“Lembre da minha ordem: ‘Seja forte e corajosa! Não fique desanimada, nem tenha medo, porque eu, o Senhor, seu Deus, estarei com você em qualquer lugar para onde você for! ’” Josué 1.9

Foi com essas palavras em minha mente e em meu coração que eu embarquei na madrugada do dia 29 de fevereiro, no aeroporto de Boa Vista/RR com destino a Estocolmo, na Suécia. Fazer parte deste Programa de Intercâmbio com a Igreja Luterana da Suécia me deixa muito alegre. Ainda me lembro do dia que vi o link da notícia sobre o intercâmbio na página da IECLB no site de relacionamentos Facebook; do dia que fiz minha inscrição; e, do dia que soube que havia sido selecionada para participar dele.

No aeroporto de São Paulo reencontrei os outros três jovens brasileiros que também fazem parte deste programa. A Tatiani, de Pelotas/RS, o Guilherme, de Teófilo Otoni/MG e o Eduardo, de Vitória/ES. A viagem foi tranqüila, mas quase perdemos a conexão em Amsterdã e nossas malas só chegaram à Suécia no dia seguinte.

A primeira semana aqui na Suécia passamos em Sigtuna Folkhögskola, uma escola de cultura para adultos na cidade Sigtuna. Lá eu conheci as nossas coordenadoras suecas do programa, Maria Carlander e Malin Wrigstad; a responsável pela escola, Maria Puranen e a tradutora Sanna. Todas elas nos ajudaram muito a entender melhor o programa, a sociedade sueca e a igreja aqui.

Conheci também em Sigtuna os jovens dos outros países que também participam do programa. São duas moças e dos rapazes da Tanzânia, uma moça e um rapaz da Costa Rica, e, três moças e um rapaz das Filipinas. Foram momentos muito felizes de troca e compartilhamento de culturas, vivências, esperanças, medos, alegrias, descobertas, conhecimentos e amizades. Alguns participantes suecos da última edição do programa também estavam presentes e compartilharam suas experiências em nossos países.

Estivemos em Uppsala para conhecer a Sede Nacional da Igreja Luterana da Suécia e a Catedral de Uppsala, uma construção belíssima e gigantesca com inúmeras obras de arte. Havia uma guia que nos explicou os pontos mais importantes da catedral.

Foi muito bom saber que apesar de fazermos parte de diferentes comunidades ao redor do mundo, podemos nos entender e trocar experiências. Eu aprendi muito com todos em Sigtuna. E, espero ter conseguido passar algo para eles. Nossas realidades são diferentes, nossas formas de expressão e de louvou também são diferentes. Mas, a nossa crença em Deus Pai, Filho e Espírito Santo nos une! É verdade quando dizem que podemos ser mais bem compreendidos com um abraço, um sorriso ou um olhar do que com 500 textos. A semana em Sigtuna me fez ter a certeza disso.

No dia sete de março, o Oscar Hjortberg (participante sueco que esteve no Brasil ano passado) foi nos buscar (Eu e a Tatiani) em Sigtuna e viemos de trem para Luleå, no norte da Suécia. Foi uma viagem muito boa, foram quase doze horas de trem, mas adorei viajar de trem.

Agora, estamos aqui em Luleå, ficaremos até o dia 12 de abril nesta paróquia, depois passaremos uma semana em Sigtuna com os outros jovens participantes do programa. Então iremos para a segunda Paróquia, a minha será Linköping; e, na última semana aqui na Suécia retornaremos a Sigtuna e passaremos mais uma semana. Nas paróquias ficamos hospedados nas famílias anfitriãs. Aqui em Luleå estamos duas semanas em uma família e depois mais três semanas em outra família.

Aos poucos vamos conhecendo as Comunidades e os trabalhos na sociedade. Já participamos de dois ensaios do coral de meninas (entre 6 e 9 anos de idade), do acampamento de jovens, da reunião do grupo de Portadores de Necessidades Especiais e de dois cultos na paróquia.

Já conhecemos o centro comercial de Luleå, andamos pela floresta, caminhamos na neve, tentamos fazer bonecos de neve, conhecemos uma escola primária e eu andei de Snowmobile (é como se fosse uma moto para andar na neve). Eu e Tatiani fomos à Kiruna, uma cidade a 340 km de Luleå, com um grupo de estudantes da Universidade de Tecnologia de Luleå. Lá, em Kiruna, visitamos a mina da LKAB e o IceHotel, um hotel todo feito de gelo.

Eu já participei de três cultos aqui na Suécia. E, os três foram diferentes. Foi bom descobrir que, assim como no Brasil, as comunidades têm maneiras próprias de realizar seus cultos. Há, é claro, um padrão a seguir. Mas, é interessante descobrir os costumes de cada comunidade.

O primeiro culto foi em Sigtuna, foi um culto mais tradicional, houve Santa Ceia. O segundo culto já foi aqui em Luleå, nós escrevemos pedidos que foram lidos em voz alta por duas pessoas da comunidade. Neste culto podíamos tomar o Fika antes, durante e depois do culto; isso foi bem diferente, pois havia pessoas comendo durante o culto. E, o terceiro culto também foi aqui em Luleå. Este foi um culto mais de louvor, eu classificaria assim. A meditação foi curta, mas o coral fez belíssimas apresentações durante o culto.

Bom, aqui na Suécia é tudo muito diferente de Boa Vista/RR. A primeira grande diferença é a paisagem. Apesar de já tenha começado a primavera, ainda há muita neve aqui. O clima também é muito diferente. Geralmente, a temperatura máxima está em torno de 5°C de dia e de noite cai para -3°C, por volta disso. É que Luleå é perto do Circulo Polar Ártico, então as temperaturas são mais baixas. Mas, no sul da Suécia já chega a fazer 18°C de dia.

A organização social e o tempo das refeições também são diferentes aqui. A refeição mais importante é o jantar. As comidas são diferentes, não há feijão cozido aqui; mas há arroz, muitas batatas e carne moída. Ah, os suecos adoram comer batatas. Os nossos idiomas são diferentes, então temos que usar o inglês para nos comunicarmos. E, por muitas vezes, é difícil tentar explicar coisas em outro idioma. Já consigo falar algumas palavras e frases simples em sueco. Mas, o aprendizado de uma nova língua é um processo lento, ainda que todos ao seu redor falem sueco.

Falando em comidas... Tenho que contar sobre o Fika e o Kanelbulle! O Fika é como se fosse um lanche que pode ser feito a qualquer horário. Sempre que se ouve a palavra Fika, todos ficam contentes. É hora de parar o que estiver fazendo e comer algo. É um momento de conversas e confraternização entre as pessoas. Geralmente, os suecos tomam café. É impressionante a quantidade de café que eles tomam aqui. Bem, eu tomo chocolate quente mesmo. O Kanelbulle é um pão doce típico sueco. Ele é feito, acredito eu, como se fosse enrolando a massa e colocando canela no meio, depois colocam mais canela por cima e açúcar em cubinhos pequenos. Adoro comê-los no Fika!

É verdade que os suecos comem muito salmão e muitos peixes. Mas, também comem carne bovina, frangos e outros tipos de carne, por exemplo: carne de rena (foi o que eu comi na viagem de trem). Há sempre muitas saladas, frutas e bolachas a nossa disposição.

Os suecos são rígidos com o horário, mas eu esperava que fossem mais. Por causa do frio é necessário usar muitas roupas. Então, às vezes, você só vê os olhos e o nariz das pessoas quando estão andando nas ruas. Luleå é uma cidade que não foi projetada corretamente, pois o vento que vem do Mar Báltico é muito forte e muito frio.

Bom, agradeço a todos que me apoiaram nesta viagem, em especial meus pais, minha família, a Pastora Luceny Laurett e a Simone Voigt (coordenadora do programa no Brasil). E também agradeço a todos que estão acompanhando meus vídeos, fotos e publicações. Agradeço ainda as famílias que se disponibilizaram a nos receber aqui na Suécia. Eu estou tentando compartilhar minha experiência aqui. Não me canso de admirar a neve e a natureza. Mas, já começo a sentir saudades de Boa Vista.

Depois de duas semanas aqui na Suécia posso entender um pouco melhor este país, sua cultura, seu povo e sua organização. Espero compreende bem e conseguir me comunicar um pouco em sueco no final do programa.

Um hino que muito bom que tenho sempre em mente é o “Caminhamos pela luz de Deus”. Além de ser completamente verdade a letra, é uma melodia fácil de aprender e têm versões em quase todas as línguas, eu acredito.

Thaís Suelen Israel Ferreira
15 de março de 2012.
Luleå, Suécia.
 

A ingratidão é um vento rude que seca os poços da bondade.
Martim Lutero
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