Todos conhecem aquelas placas enormes colocados por ocasião da inauguração de alguma obra pública. Ela costuma ficar enorme por causa dos muitos nomes que constam como autores da obra. Todas estas pessoas teriam »feito« aquela obra, sendo que normalmente os primeiros 5 a 10 nomes da listas, impressos em letras maiores que as outras, não fizeram nada na obra, somente se empenharam na esfera da administração pública pela realização da mesma.
Não vamos aqui discutir o mérito destes nomes constarem na lista, o que nos interessa para nossa reflexão é a enorme preocupação de garantir os créditos do próprio nome, bem perceptível nos discursos de inauguração. Estes geralmente costumam ser intragáveis em função da adulação exagerada das »autoridades« idealizadoras da obra.
É exagerado porque quase nunca a realização de uma obra grande é mérito de uma pessoa só, sempre se trata de decisões complexas e coletivas e, não por último, do fruto da bênção divina que não pode faltar para o desfecho positivo dos planos humanos. Isto, em soma, nos ensina humildade e postura de serviço para nosso bem e o bem do reino de Deus.
O exemplo da sociedade civil vale do mesmo jeito para nossas famílias e comunidades. Trata-se sempre de compor e somar e não de ser dono da algo. Deus nos liberta de nos isolarmos e encenarmos como os grandes feitores ou vítimas, como ele diz em 1ª Coríntios 3,5-7:
»Afinal de contas, quem é Apolo? E quem é Paulo? Somos somente servidores de Deus, e foi por meio de nós que vocês creram no Senhor. Cada um de nós faz o trabalho que o Senhor lhe deu para fazer: Eu plantei, e Apolo regou a planta, mas foi Deus quem a fez crescer. De modo que não importa nem o que planta nem o que rega, mas sim Deus, que dá o crescimento.«
P. Wilhelm Nordmann