“Que diremos, pois, à vista destas cousas? (Romanos 8.31)” foi a nossa primeira pergunta na catástrofe. Logo a seguir, nos indagamos: que faremos, pois, à vista destas cousas? A própria palavra de Deus que diz “sejam fortes as vossas mãos” (Zacarias 8.13) nos remeteu a colocarmos “mãos à obra”. “Juntos em Solidariedade” enfrentamos desafios que extrapolavam nossa capacidade de vencermos a sobrecarga da tragédia. Mas, começamos a tecer uma grande rede de solidariedade nas comunidades, nos grupos de OASE, em paróquias da IECLB, nas fábricas, entre a população. Assim não só no Vale, mas uma milícia de anjos no Brasil e mundo afora se mobilizaram e prestaram socorro na hora da tribulação.
Jamais conseguiremos fazer chegar nosso “muito obrigado” individualmente a todas as pessoas que atenderam ao pedido de socorro e estenderam suas mãos. Pois, foram milhares doações e colaboradores no anonimato. Recebemos em torno de 130 toneladas, sobretudo, de roupas e alimentos. Em nome do Sínodo Vale do Itajaí da IECLB nossa reconhecida e profunda gratidão a todos os nossos membros, lideranças eclesiásticas, obreiros/as, comunidades e paróquias que se uniram ao cordão da solidariedade e deram testemunho marcante ao chamado divino “sejam fortes as vossas mãos”.
Desejamos que em cada grão à mesa, dentre as centenas de toneladas doadas, levemos nossa gratidão a Deus. Que em cada peça de roupa sintamos na pele o calor solidário. Que a cada porta de casa que se abriu percebamos que nela moram corações hospitaleiros. Que cada palavra possa ter dado vazão à dor e trazido consolo. Que em cada mão, que longe ou perto se estendeu e se dobrou em oração, reconheçamos o verdadeiro amor de um irmão e de uma irmã.
Graças à campanha realizada pela IECLB, Sínodo Vale do Itajaí e doações vindas do exterior, chegamos a auxiliar quase 200 famílias com verbas para reconstrução. Os repasses realizados já chegam a R$ 400 mil. O valor da ajuda foi desde R$ 550 até R$ 5 mil, dependendo do grau de perdas na catástrofe. Os pedidos foram todos analisados por uma comissão constituída no Sínodo que foi assessorada pelas respectivas comissões paroquiais.
Já estamos a 120 dias do acontecido, mas não é verdade que “tudo passou”. Há corações quebrantados por não haver mais volta. Para outros, a volta é triste, só há marcas da destruição, há muito por reconstruir. Sim, a terra se remove mais fácil que o luto e a dor de perdas à saudade e o desânimo.
A nossa missão solidária não acabou. Sobretudo no Sínodo, precisamos continuar ao lado das pessoas atingidas prestando nossa ajuda. Façamos visitas às famílias, por muito tempo elas precisarão de nossos ouvidos, de palavras de ânimo, de nossa oração e mesmo de nossa ajuda material. Sim, a essas pessoas cabisbaixas e cansadas temos que transmitir o ânimo divino e dizer-lhes a Palavra do Senhor “sejam fortes as vossas mãos” e falar do que importa em meio a todas as perdas, isto é, “que permaneçam a fé, a esperança e o amor”.