Sínodo Vale do Itajaí



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ID: 21

A presença da música na história cristã

18/07/2007

Ari Käfer
arikafer@hotmail.com

A música e o canto estão presentes entre o povo de Deus desde os tempos mais remotos. Mas qual seria a força que a mantém tão viva pelo decurso da história? Na busca por respostas nos ajudam os textos bíblicos e a história do povo que crê. Em Números 21.17 o povo de Israel se congregou unindo as suas vozes e cantaram sua gratidão a Deus por um motivo de vitória. O maior exemplo de cantos comunitários encontramos, sem dúvida, nos Salmos. Ali a arte de fazer poesia e cantá-la aborda as mais diversas situações de vida, tais como: A invocação da presença de Deus, reverência, adoração, louvor, lamento e pedido por misericórdia. É através da canção que o povo de Deus une suas vozes em devoção e sente a sua união na comunhão de fé. Também Jesus Cristo com seus discípulos levou em grande consideração o hábito de cantar: Ex: Mt 26.30.

Martin Lutero definiu a música na vida da Igeja como sendo a mais bela criação e dádiva de Deus, através da qual os cristãos entoam canções de fé e de confiança, de penitência e confissão, de exílio e de renascimento, de confissão e de salvação. (Lutero e a Música p. 39).

Urge que nos perguntemos qual seria, por exemplo, o sentido da música e do canto nos enterros cristãos? Em contraste consideremos outro extremo: Qual seria o seu sentido em celebrações alegres como bênçãos matrimoniais, ação de graças e dias festivos? Essas perguntas podem nos ajudar a compreender a amplitude do alcance dos hinos e da música nas celebrações cristãs. O texto do hino cristão vem reforçado pela harmonia e pelo ritmo da música de tal maneira que um reforça o outro de modo que mesmo que alguém não tenha entendido as palavras da letra, poderá captar o sentido através da música. Tratam-se de composições que gozam de intenções e critérios bem definidos que devem ser trabalhadas cuidadosamente pelos compositores. E as nossas perguntas acima já estão obtendo respostas. Em situações de luto e de outros sofrimentos convém cantar hinos que buscam consolo e que reforçam a confiança em Deus. Em situações festivas cabem bem os hinos alegres cuja letra expressa o louvor e a gratidão de quem ali se congrega. Mas a comunidade também necessita se aquietar em atitude de introspecção e de reflexão, momentos para os quais ela necessita de uma musicalidade e de hinos próprios.

Um hino ou uma peça musical é composto de diversas partes. Podemos dizer que uma peça musical é composta de uma parte introdutória, seguida de diversos outros movimentos. As diferentes partes são claramente distinguidas, não raro, por uma pausa onde se faz silêncio. Essa marca o fim de uma etapa da música e prepara a expectativa da comunidade para a etapa seguinte. A música expressa, dessa forma, a necessidade de o ser humano encerrar uma atividade, parar e depois iniciar a próxima. Quem não observar essa necessidade em sua vida se encontrará cedo num ativismo frenético e cairá num stress sufocante. A música tem a sensibilidade de captar as necessidades do ser humano e de refleti-las de volta a ele quando ele a pratica ou a ouve. Daí o seu valor na formação da personalidade de jovens e de crianças. Da mesma forma convém observar qual é a necessidade musical de cada parte na liturgia do culto. Na liturgia de início cabe certo estilo e letra, já na confissão de pecados e no clamor pelas dores do mundo cabem outros e assim por diante.

Alguns cuidados que são importantes: Já não podemos chamar a música e os hinos de Igreja aleatoriamente de louvor, como muitos o fazem. Elas são bem mais abrangentes. Também não podemos defini-las como mero entretenimento da comunidade. Nem tampouco é possível sobrepor um estilo ao outro como sendo uma escolha conforme o gosto pessoal de cada um. Essas são algumas compreensões perigosas que a empobrecem e podem prejudicar profundamente a comunidade.

Podemos continuar definindo-as como Martin Lutero as definiu:...A mais bela e rica dádiva de Deus. E essa dádiva merece o melhor trato, sem, no entanto, perder a simplicidade própria de uma comunidade que se congrega e inclui a todos. Isso é tão verdade ao ponto que as nossas comunidades sabem apreciar uma boa peça musical de profissionais altamente gabaritados, e ao mesmo tempo, continuar executando musicas bem simples, dentro das suas possibilidades, nas quais também se empenham e dão o melhor de si.

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O autor é pastor na Paróquia de Fidélis, em Blumenau/SC e orientador do Conselho de Música do Sínodo Vale do Itajaí.


Autor(a): Ari Käfer
Âmbito: IECLB / Sinodo: Vale do Itajaí
Área: Celebração / Nível: Celebração - Música
Natureza do Texto: Pregação/meditação
Perfil do Texto: Meditação
ID: 8281

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