Romanos 5.3-4: “E não somente isto, mas também nos gloriamos nas próprias tribulações, sabendo que a tribulação produz perseverança;e a perseverança, experiência; e a experiência, esperança”.
Gostaria de iniciar esta reflexão perguntando o que cada um e cada uma de vocês tem produzido nesse tempo de pandemia.
Em tempos de dor, medos e incertezas, é natural e esperado que cada um procure um caminho que lhe traga conforto, doses de confiança e a chance de encontrar a paz e equilíbrio. Assim procuramos fazer algo, produzir novos sentimentos e ocupar nossa mente seguindo na esperança. Buscamos nutrir nossa espiritualidade com a confiança na força no poder de Deus. Essa força interior não desiste de esperar algo bom e agradável que está por vir. Gilberto Gil cantava: “Andá com fé eu vou/ Que a fé não costuma faia”.
Diante da pandemia do novo coronavírus, com o isolamento social imposto como medida de proteção contra a disseminação da COVID-19, a fé é a confiança absoluta, sem espaço para dúvida, que cada um deposita naquilo que crê e espera. A Fe vem acompanhada de esperança. A esperança é como antídoto diante de um inimigo invisível, letal e que a humanidade luta para controlar.
A quarentena é tempo de espera e de esperança: tempo de se resguardar, proteger e se fortalecer . Neste tempo de recolhimento forçado, a esperança é um forte aliado espiritual. A Fe é o meio, é o caminho entre a espera e a esperança. A espera é fato. A espera continua. Não só a espera de o corana vírus passar. Não. A espera sempre nos acompanhou e nos acompanhará. Sempre temos algo a esperar. A espera social de um mundo melhor, a espera profissional de uma oportunidade melhor, a espera familiar de tudo se concretizar E agora com o advento, a espera do Messias. A espera do Cristo. Essa espera reúne todas as nossas esperas. Depositamos tudo em Nele. Todas as esperas que esperamos Ele contemplará. Essa é a esperança advinda da fé. “E a fé não costuma faia”, cantava Gilberto Gil.
Advento quer ser uma oportunidade de recuperar a intimidade e a confiança em Deus, trazendo serenidade, confiança e paz aos corações aflitos. É a Fe que converte nossa espera em espe-rança. Assim, nossa quarentena “advental” não será um afastamento ou isolamento na área da espiritualidade, pelo contrario, será uma oportunidade de nos aproximarmos daquilo que é mais sagrado e divino, nos remetendo a esperança de um tempo novo. Advento é tempo de ter um novo olhar e despertar novos sentimentos: tempo de vencer medos e angustias e dar espaço a coragem e animo. Tempo de nos deixar abraçar pela Fe que nos envolve na alegria e paz natalícias. É tempo de converter a espera em esperança e confiança num tempo melhor. Tempo de olhar para a luz do presépio de Belém e enxergar de fato o Messias Salvador no menino Jesus. É tempo de confiar à causa da vida nas mãos de Deus. Sentir a sua presença. Ele não nos abandona, caminha conosco em todos os tempos. Essa esperança vence todos os sentimentos que foram despertados nessa pandemia e nos remete a um tempo de paz e bem-estar.
Nós Cristãos luteranos vivemos essa esperança com fe em Cristo Jesus, e nesse advento, mantemos o distanciamento social, mas nos aproximamos na espiritualidade com Deus. Que cada um e cada uma possa fazer isso com toda simbologia natalina enfeitando sua casa, mas jamais esquecendo de ornar seus corações com esperança e Fe. Amem.
Oremos: Senhor Jesus, menino de Belém, messias salvador, buscamos em ti a esperança de um novo tempo: tempo de paz e justiça, tempo sem dor e sofrimento. Venha nascer nesse mundo de pandemia e ilumine essa sombra de morte que está sobre nós. Direciona teu olhar misericordioso sobre todas as pessoas doentes e sopra sobre elas teu fôlego de vida vivificador. Aquieta os corações aflitos e venha apaziguar nossa alma atormentada. Traga alegria e brilhe nesse natal à cada casa e família para que reine a harmonia e paz. Em Cristo Jesus. Amem.