Paróquia Evangélica de Confissão Luterana em Santa Maria de Jetibá

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ID: 125

A força da boa notícia

Meditação

05/12/2008

“Finalmente uma boa notícia”. Esta frase cada um de nós já falou ou ouviu alguma vez. “No meio de tantas notícias ruins, finalmente uma boa notícia!”. Que frase agradável aos nossos ouvidos! Porque as boas notícias fazem um grande bem na vida da gente.

Pois uma boa notícia também receberam aqueles pobres pastores que cuidavam do seu rebanho numa noite fria e escura lá em Belém. Um anjo do Senhor desceu onde eles estavam e lhes trouxe a melhor de todas as notícias: “Hoje vos nasceu, na cidade de Davi, o Salvador” (Lc 2.11). Esta grande e boa notícia transformou a vida destes pobres pastores. Colocou-os a caminho. Devolveu-lhes uma alegre vontade de movimentar-se. Saíram da passividade e do anonimato. Sim, eles correram felizes em direção do local que lhes havia sido indicado pelo anjo. Contaram para José e para Maria o que o mensageiro divino lhes havia anunciado. Também transmitiram para outras pessoas o que havia acontecido. E todos ficaram maravilhados. Os próprios pastores voltaram para os campos, cantando hinos de louvor por causa da boa notícia que haviam recebido. Que feliz movimentação!

Sim, uma boa notícia tem a força de transformar pessoas. Tem o poder de erguer, de levantar, de colocar pessoas num movimento alegre e feliz. Ainda mais em se tratando da maior de todas as boas notícias: Deus veio a nós. Ele deixou as alturas e veio misturar-se conosco. “O Verbo se fez carne e veio habitar entre nós” (João 1.14). Pois esta boa e grande notícia, que pode ser desdobrada em muitas outras ótimas notícias, tem o poder de reerguer e de transformar vidas, de edificar comunidades de fé. Todas as boas notícias baseadas na misericórdia divina têm esta força transformadora.

E as más notícias? As notícias distorcidas, aumentadas, falsas, maliciosas? Estas, não! Elas fazem mal. Destroem, derrubam, maltratam a vida. Criam barreiras, separam, isolam, matam.

É claro que, enquanto houver gente neste mundo, haverá boas e más notícias. Porque o ser humano é assim mesmo. Somos capazes de realizar muitas coisas boas. E estas vão se traduzir em boas notícias. Mas também estamos sujeitos a erros, a fracassos e a tropeços. E estes sempre vão produzir más notícias entre nós. Queira Deus nos ajudar para que as más notícias diminuam e as boas notícias se multipliquem.

Mas existe aí um detalhe que merece toda a nossa atenção. Freqüentemente acontece que as boas notícias são ignoradas e abafadas em nosso meio. Quando ouvimos uma notícia agradável a respeito de algo de bom que aconteceu na comunidade ou em qualquer outro lugar, não damos a devida atenção. Logo esquecemos esta boa nova. Não a levamos adiante. Reagimos friamente. Mas quando acontece o contrário, a movimentação é grande. A notícia ruim corre solta, se espalha num piscar de olhos. Um acrescenta, outro aumenta e ainda outro se encarrega de distorcer os fatos. Aí o mundo parece que vai desabar. Às vezes, uma pequena questão ou um pequeno deslize que poderia ser resolvido com diálogo, compreensão e perdão, transforma-se numa “bola de neve” gigante que não tem mais controle. Existem pessoas obcecadas em levar más notícias. Parece que sentem prazer em propagar notícia ruim. São mensageiros implacáveis das más notícias.

Vai ser muito bom se, durante e depois da comemoração de mais um natal, assumirmos compromissos com a boa notícia. Que os telefones ou outros meios de comunicação deixem de ser usados para multiplicar e aumentar as más notícias. Que eles sejam mais usados para transmitir boas notícias. Porque estas sim têm a força da transformação. Consolam, animam e fortalecem. Melhoram a convivência entre as pessoas. Reconciliam, erguem comunidade e edificam o reino de Deus.

A boa notícia que recebemos no natal não é nada mais e nada menos do que o puro e bom evangelho. A palavra evangelho significa “boa notícia”. Os pastores dos campos de Belém receberam o evangelho numa noite fria e escura. Tornaram-se portadores animados da boa nova que veio da parte de Deus. Por isso vale, para eles, o que disse o profeta Isaías: “Que formosos são sobre os montes os pés do que anuncia boas notícias” (Is 52.7). A propósito, também o apóstolo Paulo teve pés formosos. Em suas cartas ele se identifica como o apóstolo da boa notícia: “Eu, Paulo, servo de Cristo Jesus, escrevo esta carta. Deus me chamou e me separou para ser seu apóstolo, a fim de que eu anuncie a boa notícia do evangelho de Deus” (Romanos 1.1). E foi o que ele fez. Em suas cartas, o evangelho da salvação por graça e fé tem uma atenção especial: “Pela graça sois salvos, mediante a fé; e isto não vem de vós; é dom de Deus; não de obras, para que ninguém se glorie” (Ef 2.8-9). Por causa desta boa nova anunciada por Paulo, vidas oprimidas pela dureza da lei foram e sempre serão libertas pelo evangelho da graça divina.

Natal é a maior de todas as boas notícias. É fonte de todas elas. Que esta boa nova nos transforme em pessoas que - como Isaías, Lucas, João e Paulo - ficaram apaixonadas por todas as boas notícias geradas pela força do amor de Deus por toda a sua criação. “Deus amou o mundo de tal maneira que deu o seu Filho unigênito, para que todo o que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna” (João 3.16).

P. Valdemar Gaede


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