Romanos 5.1-8
O apóstolo Paulo nos fala nesse texto sobre a graça de Deus que nos oferece os frutos e as obras da fé, as quais são: paz, alegria, amor a Deus e as pessoas, confiança, esperança, ânimo, tristeza e sofrimento. O sofrimento de Cristo nos oferece tudo isso, sem que nós precisemos fazer qualquer coisa para merecer isso. Isso é graça de Deus. Através do sofrimento de Jesus Cristo, ele conquistou todas essas coisas e as oferece gratuitamente para mudar a nossa vida. Deus nos diz: Você quer ter mais paz, mais amor, mais alegria, mais confiança, mais esperança, mais ânimo no meio do sofrimento? Então aceite a oferta de Jesus. Ele quer te dar tudo isso. O que você precisa fazer para conseguir isso? Nada. Deus quer trocar a tua vida de hoje por tudo isso. A falta de sentido, as frustrações, os sofrimentos inúteis. Ele quer trocar tudo isso. Isso é salvação. Ela tem um efeito já aqui na terra e um efeito também depois de nossa morte. Chamamos isso de graça de Deus, isso é, a misericórdia generosa de Deus para com o ser humano que não a merece. O favor de Deus, gratuito e imerecido, para com toda a humanidade pecadora é demonstrado na obra redentora de Cristo. Esse é o centro da teologia luterana, essa foi a redescoberta de Martin Lutero: A salvação é um presente que não se merece e nem se pode conquistar.
Se eu não preciso fazer nada, se Deus quer trocar as coisas ruins e frustrantes de minha vida por coisas muito melhores, se tudo isso é de graça, então o que Deus ganha com isso?
Deus quer que você o sirva daqui para frente. O passado vai ficar para trás. Deus se interessa pelo nosso presente e pelo nosso futuro. Deus espera que sejamos seus discípulos e discipulas e que sejamos pessoas melhores. É assim que Deus quer melhorar esse mundo: Começando por nós.
Nós sabemos que as virtudes que Deus nos oferece, nós jamais conseguiremos atingir por vontade própria. Essas virtudes somente são possíveis como consequências da obra do Espírito Santo na vida dos cristãos. Quando Deus nos ajuda no sofrimento, ele ensina confiança e perseverança, aumenta a nossa experiência e nos dá a esperança. O sofrimento é transformado pelo nosso relacionamento com Deus. O sofrimento não vai mais nos roubar a paz que Cristo traz. Os cristãos não se alegram com o sofrimento em si, mas eles percebem que Deus – a seu tempo - pode produzir coisas boas por meio do sofrimento.
As pessoas são relutantes em sacrificar-se pelos outros. Algumas pessoas podem morrer por alguém que parecia uma pessoa boa, mas isso é algo raro. Cristo morreu – não por pessoas boas – mas por pecadores.
A Última Ceia é um afresco de Leonardo da Vinci na qual ele representa a cena da última ceia de Jesus com os Apóstolos, antes de ser preso e crucificado. É um dos maiores bens conhecidos e estimados do mundo. Ela foi pintada por Leonardo da Vinci. Conta-se que essa pintura demorou 7 anos até ficar pronto e que pessoas comuns serviram de modelo para cada um dos personagens bíblicos. A primeira figura que Leonardo da Vinci decidiu pintar foi a Judas Iscariotes, o traidor. Leonardo da Vinci procurou entre a população alguém tivesse um rosto que representasse desonestidade, avareza, hipocrisia e com os olhos cheios de ódio. Um rosto que pudesse representar uma pessoa que fosse capaz de trair o seu melhor amigo.
Depois de muito procurar, Leonardo ficou sabendo que em Roma haviam prendido um ladrão, que foi sentenciado à morte e, por isso, aguardava o dia de sua execução trancado no calabouço. Leonardo foi rapidamente à Roma para encontrar-se com essa pessoa. Encontrou uma pessoa muito suja, com cabelos longos e de gestos brutos. Leonardo concluiu que ele representaria perfeitamente a Judas Iscariotes e, por isso, pediu autorização às autoridades para levar esse homem até Milão, onde ele estava pintando o mural da Ultima Ceia. Durante semanas esse homem pousou para Leonardo da Vinci.
Ao terminar, Leonardo avisou os guardas que ele já estava pronto e que poderiam levar o prisioneiro de volta para Roma. Quando os guardas entraram na sala, aquele homem atirou-se aos pés de Leonardo da Vinci pedindo por piedade e chorando amargamente. Leonardo se surpreendeu com a atitude desse homem e intercedeu por ele diante das autoridades. Dias depois ele ficou sabendo que aquele homem havia sido solto e nunca mais alguém ouviu falar dele.
Leonardo continuava em busca dos personagens modelos que pudessem representar a cada um dos discípulos de Jesus. Passaram-se 6 anos e ele foi encontrando cada personagem, menos alguém que pudesse representar a Jesus. Essa pessoa deveria refletir inocência e pureza, alguém que não tivesse nenhuma culpa no olhar, que fosse um rosto limpo.
Depois de procurar por 6 anos, ele encontrou alguém assim, um jovem de 33 anos, que representaria a Cristo na Santa Ceia. Leonardo contratou essa pessoa e durante semanas Leonardo trabalhou no personagem principal de sua obra. Ao terminar, quis pagar aquele homem pelo seu trabalho, mas ele recusou o dinheiro, dizendo:
- O senhor não está me reconhecendo, seu Leonardo?
- Não, - disse Leonardo, - eu nunca vi o senhor antes de nosso trabalho. Por isso, aceita o dinheiro.
- Como poderia aceitar o seu dinheiro? Disse aquele homem. Há seis anos atrás o senhor intercedeu por mim e me libertou da prisão e graças ao senhor eu consegui recomeçar a minha vida.
Deus não exige de nós provas para ser merecedores de seu amor, de sua ajuda, de sua salvação. Mas, certamente o seu amor quer produzir frutos em nossa vida. Um dos pais da igreja chamado Agostinho dizia que a Igreja de Cristo é um hospital para pecadores. Um hospital onde a cada dia vamos melhorando.
Como andam os frutos de minha vida? O que eu deveria mudar em minha vida, em minhas atitudes, em minhas opiniões? Por causa do amor de Deus, por causa da graça de Deus, eu e você certamente poderemos melhorar também.
Que a graça de nosso Senhor Jesus Cristo, o amor de Deus nosso pai e a Comunhão do Espírito Santo permaneçam também no meio de nós. Amém.